uma rua de Guapiara (SP) em 1940, um ano antes dos escoteiros passarem por ali em sua marcha; |
(Estamos no mês de dezembro de 1941. Enquanto o mundo está em
Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de
Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, estão desde 16 de dezembro de 1941 numa marcha a pé rumo ao Rio de Janeiro
para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. No episódio de hoje, 28 de dezembro de 1941, Beto, Milton, Lydio, Antônio (Canário) e Manoel (Manduca)
estão chegando em Guapiara, onde passaram um susto com o delegado da cidade.)
Na manhã de domingo, 28 de dezembro de 1941, os jovens escoteiros foram acordados com um cheiro bom de café. E também com o cheiro bom de uma panela de feijão preto sendo cozido no fogãozinho rústico de Manduca, o cozinheiro da missão.
Na manhã de domingo, 28 de dezembro de 1941, os jovens escoteiros foram acordados com um cheiro bom de café. E também com o cheiro bom de uma panela de feijão preto sendo cozido no fogãozinho rústico de Manduca, o cozinheiro da missão.
O arroz já estava
praticamente pronto. Com uma mãozinha do inspetor de quarteirão de Banhado
grande, que lhes forneceu alguns mantimentos, eles iam dar uma melhorada no farnel.
Logo que puderam, despediram-se do Inspetor, arrumaram as
tralhas e se puseram na estrada. Tinham 41 quilômetros a percorrer, em direção
a Guapiara. Caminharam muito.
As 12:00 pararam para comer o feijãozinho com arroz, e logo
após atravessavam o lugarejo de Fazendinha. Ao final do dia chegaram a
Guapiara. Entrando na cidade foram logo procurar o prefeito ou o delegado. O
delegado, assim que os viu, não deu muita bola para os rapazes.
Estes insistiram, e o Chefe Beto contou a história da missão
deles. Mostrou também ao velho delegado as carteirinhas de escoteiro e o livro
oficial das assinaturas que traziam consigo. Por fim, o delegado chegou a se
comover, e abraçou os rapazes, afetuosamente.
Acolheu os meninos em sua própria residência. Estes deixaram
lá suas tralhas, e foram tomar banho no rio pequeno, que atravessa a cidade.
Depois, repararam nas ruas limpas e bem cuidadas de Guapiara. Os rapazes se
impressionaram com as casas bem pintadas e as praças limpas e ajardinadas. As
escolas eram novas, as igrejas bonitas. Tudo era muito limpo e bem cuidado em
Guapiara.
O delegado ofereceu uma janta aos rapazes, onde contou
algumas coisas sobre a cidade. Falou sobretudo da gente limpa e ordeira que ali
vivia. Não tinha motivos de reclamação. No entanto, a cidade tinha ainda muitos
problemas, como uma precária ligação de energia elétrica e total ausência de
esgotos.
A cidade vivia sobretudo da mineração, segundo lhes contou o
delegado. Guapiara é uma palavra indígena que significa lavra, buraco no chão para
lavrar ouro e outros metais. Havia mais de duzentos anos ali se extraia ouro.
Além da mineração, a cidade também tinha uma pecuária de suínos bastante forte.
Isso supria os solos da região, que eram muito fracos para a agricultura.
De estomago cheio e cheios das histórias do delegado, os
rapazes foram dormir.
Rataplã do arrebol, escoteiros vede a luz...
ResponderExcluirVai ter muito Rataplan ainda, Edson!! Valeu!
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