sábado, 17 de janeiro de 2015

JANEIRO EM ANTONINA!!


02/01/1740   
Falecia Manuel do Valle Porto

02/01/1960   
Falecia o Dr. Carlos Gomes da Costa

12/01/1713  
João Rodrigues França, Governador da Capitania de Paranaguá, concedia terras a Manuel do Valle Porto (sesmaria da Graciosa)

14/01/1871   
Nascia, em Curitiba, Ermelino Agostinho de Leão

21/01/1857   
Villa Antonina era elevada à categoria de Cidade

26/01/1971   
Inaugurada a Usina Capivari-Cachoeira

26/01/1952   
Jangadeiros. Realizando um raide de fortaleza Ceará a Porto Alegre (R.G.S) chegou a Antonina em 26/1/52 - componentes jangadeiros - chefe mestre Jeronimo Andrada de Souza, Manoel Pereira da Silva, João Batista Pereira, Manoel Lopes Martins. No Rio ingressou na jangada o jornalista do Globo Venizio de Lima e em  Paranaguá Paulo Frei Pereira do serviço de caça e pesca e Diuone Machado da Delegacia Marítima do Trabalho do Paraná. (ANOTAÇÕES MANECO PICANÇO)

27/01/1973      
 Inaugurada a Estação Rodoviária Municipal José Thomás do Nascimento

30/01/1942   
Chegada dos heróis escoteiros ao Rio de Janeiro

30/01/1955   
Inaugurado o prédio do Fórum


(COLABORAÇÃO DE CELSO MEIRA)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

É SÓ NA LUA QUE ANDA E FICA BARATO


(conversa de caboclo do litoral e interior)

Época de caranguejo.
Estava a CR$10,00 a duzia.
Um caboclo do interior chega ao mercado e vendo pouco caranguejo pergunta o preço e obteve a resposta de CR$10,00 a duzia, que achou caro. Indagou se não ficava mais barato o que obteve a resposta:
 - Só na lua...
O caboclo ficou intrigado, e retrucou:
- Porque só na lua?...
- É só na lua que ele anda.
O caboclo fez uma pauza e disse...

- Eu bem que cismei que um bicho tão feio como este, parecido com uma aranha, só pode ser coisa de outro mundo, e se ele vem da lua até é barato por CR$10,00 a duzia.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

UM DIA DE SOL E CHUVA

em memoria de Salvador Picanço (1934-2008)


Ontem aqui em casa o céu amanheceu azul, azul. Parecia céu de inverno, mas não era. Lá pelas duas da tarde o calor estava forte, e no meio da tarde chegamos fácil a 32°C na sombra. Às 6 da tarde, nuvens se acumularam. O céu pretejou e começou a ventar, ventar mais forte, e dali a pouco começou a chover. Choveu uma chuva fraca, mas firme, até a hora de ir deitar.
Quando chove assim e a gente coloca a cabeça no travesseiro, é hora de pensar. Pensar o quê meu Deus? com tanta coisa na vida que a gente tem que pensar!  É aula, é aluno, é colega, é o programa de pós, o currículo Lattes. Pode ser também o de dentro: a casa, a próxima reforma da casa, a vida dos filhos, dos pais, dos irmãos tios e cunhados. Pode ser também a vida dos amigos, dos filhos dos amigos. Pode ser aqui, pode ser o mundo, pode ser tanta coisa...
Ontem, pensei no meu pai, que teria completado 81 anos. Pensei na sua vida, na sua força, no que significou pra mim. Eu, menino, morria de medo de levar bronca: era bronca por tanta coisa, que eu nem sabia de onde vinha. Meu pai era um ser enorme, capaz de me levantar do chão, capaz de me dar umas palmadas meio envergonhadas, capaz de me dizer coisas ou apontar meus erros com voz de trovão.
Depois, mais da minha altura, ele começou a ter fraquezas, começou a ser humano. Eu agora via os seus erros, suas falhas, seus lapsos. O pai, que antes era um Zeus olímpico, passou a ser humano, demasiado humano. Mas era meu pai, e eu sempre respeitei muito suas opiniões e atitudes, embora nem sempre concordasse com elas. Achei por um bom tempo que iria ser diferente, que iria fazer diferente. Porque, afinal, eu não era meu Pai.
Algumas falhas de meu Pai eu deplorei, mas tentei acha-las também em mim. Para meu grande espanto, elas também estavam lá, grudadas feito o limo da calçada de sua casa. Tenebrosa como os cantos escuros dos quintais de minha infância, cheios de lesmas, caramujos e bichos nojentos. Minha primeira sensação foi de espanto e terror: eu era igual a ele.
Quando sai de sua casa e comecei a minha vida é que eu vi o quanto era dura a vida de meu Pai. Comecei a ver que eu não conseguia ser diferente dele e, em muitos casos, eu conseguia mesmo ser pior. Frequentemente me comparava com ele, e me sentia sempre menor, mais fraco, mais tolo, mais “mocorongo”. O que eu poderia fazer pra merecer algo dele?
Tentei, os céus bem sabem que tentei. Adorava ligar pra ele no seu aniversário, quando estava viajando longe. Quando estava por perto, eu ia lá, conversar na varanda da sua casa um monte de coisa sem nexo, futebol, politica, historia. Sobre Antonina, suas belezas e mazelas, conversávamos sempre. Do muito que conversamos, infelizmente acho que conversamos pouco o que sentíamos um pelo outro. Éramos os dois “homens demais” pra aquela conversa chororô.
O fato é que amei profundamente aquele velho ranzinza e turrão. Como não poderia amar aquele homem? Acho que não sou ranzinza e turrão, mas carrego zelosamente outros defeitos dele comigo. Tenho muito orgulho de ter feito parte de sua vida, de ter tomado café com pão d´água na cozinha, de ouvir seus planos, suas ideias. Homem pra ter planos e ideias, meu pai. Nos últimos anos, lembro de ter, junto com minha mãe e minhas irmãs, brigado com ele pra ele tomar remédio, brigar pra ele seguir repouso, e essas coisas que se diz quando se ama um doente querido, mas chato.
Hoje, amanheceu outro dia. A chuva parou, o céu amanheceu novamente azul, mas o sol não deixa dúvidas de que será outro dia quente. Os sabiás aqui do quintal estão já trabalhando em seus ninhos.  Lembro com carinho de seu Dodô, de sua vida e de seu exemplo e sigo adiante, vivendo minha vida, mas carregando fortemente em mim as lembranças dele.