domingo, 30 de setembro de 2012

QUEM VOTA EM ANTONINA? parte 2, a missão!


Como se vota e quem vota em Antonina? Será isso diferente do resto do Paraná e do Brasil? Às vezes, comendo um pirão do mesmo, deitado numa rede e tomando uma cachacinha – de Morretes, por que não? – pensamos que tudo se resume no mundo entre o alto da Serra e a ilha do Teixeira. Não nego que esta porção do mundo tenha sua particular poesia, mas estes sentimentos estão mais para a metafisica do bagre com farinha (ou do bacucu, claro está) do que para a realidade nua e crua.
Na minha idiota sina de perseguir alguma objetividade, os eleitores antoninenses, segundo o grau de instrução segundo o TRE-PR (aqui), estão mostrados na figura abaixo.
escolaridade dos eleitores da Deitada-a-beira-do-mar em 2012 (fonte:TRE)


Pela figura, pode-se ver que a maior parte dos eleitores da Deitada-a-beira-do-mar são as pessoas que tem ensino fundamental completo (40%). Se contarmos estes eleitores com ensino fundamental incompleto mais os eleitores analfabetos e os que leem e escrevem, temos um total de 58% do eleitorado.
Os eleitores com ensino superior completo e incompleto fazem um total de 4% do eleitorado, enquanto que os eleitores com ensino fundamental completo e com ensino médio completo e incompleto fazem os outros 45% do eleitorado capelista.
O que isto quer dizer? Quer dizer que Antonina não é diferente, no fundamental, que o eleitorado do Paraná, tomado como um todo (ver figura abaixo). A grande diferença é que o estado tem uma porcentagem de eleitores com ensino superior na faixa dos 10%, contra somente 4% dos bagrinhos. O demais é bem parecido.
Escolaridade dos eleitores do Paraná em 2012 (fonte:TRE)

De novo a pergunta: o que isso quer dizer? Em termos de eleição, acho que não muita coisa. Pessoas com menos escolaridade tendem a assimilar um discurso mais simples, que não quer dizer que não saibam o que querem, nem que não saibam votar. Seria muita prepotência ou muita ingenuidade achar que eleitores com menos escolaridade não sabem distinguir bem o que querem e o que não querem. Pensamento de tucano paulista, um tipo elitista e prepotente que não existe abaixo do rio Paranapanema. Os tucanos da margem esquerda do Paranapanema são só toscos e/ou ingênuos.  Menos mal, causam menos estrago.
Talvez estes dados signifiquem, por outro lado, que precisamos melhorar estes índices de escolaridade. Uma população mais escolarizada tem renda melhor e vive melhor. Tem mais crítica e sabe distinguir melhor o que quer, pois tem mais facilidade de escolher diferentes opções que são colocadas.
Por isso, uma politica de educação não deve estar centrada só em consertar escolas, como vemos em alguns manuais de campanha “pelusos”. Temos que ter politicas sérias de valorização de professores, mas não essas aí, genéricas, pra boi dormir. Só quando a educação for realmente prioridade as coisas mudam. Será que os políticos aguentam o tranco de uma nova multidão esclarecida desafiando seus pobres mandatos?

sábado, 29 de setembro de 2012

NÃO DÁ PRA ENTREGAR O JOGO NO FIM!!

o técnico Drubscky pede a cabeça dele mesmo, após  a zaga entregar o jogo pro  Braga aqui em Bragança Paulista;  Dante e Virgílio lamentam a cabeçada.

Estava tomando uma cervejinha e acompanhando, junto com meus amigos Dante Alighieri e Virgílio, mais um jogo da serie C, entre Fortaleza e Treze de Campina Grande. Sim, meus amigos, apesar da coisa não estar tão ruim pro rubro-negríssimo no inferno da segunda, não custa ver como é o buraco ali mais embaixo. Sim, eu acompanhava com curiosidade o fétido antro da serie C, o fim de muitos times respeitáveis, que hoje são um triste fantasma dos gloriosos de outros tempos. Estava no fim, dois a zero pro tricolor da terra de Iracema.
E eis que a televisão nos mostra, para nosso espanto e revolta, o segundo gol do Braga. Sim, o Bragantino acabou por nos derrotar lá no pequeno estádio Nabib Abi Chedid. O zagueiro deu uma entregada daquelas de tomar banho frio no inverno curitibano, aquelas águas frias que gelam até a alma. Cabeceou no pé do centroavante, que não precisava ser nem centro nem avante com um presente daqueles. Ele só empurrou pro gol. Weverton, sim, nosso fiel guarda-metas, nada pode fazer. Ficou de joelhos na grande área, imprecando para os céus a mancada de seu coleguinha de zaga.
Estamos agora em sexto, beneficiados com as derrotas do vitória para o Avaí e do São Caetano para o nosso bravo Paraná Clube. Sim, o time da Gralha Azul gralhou a vida do azulão, e ele não disparou na nossa frente. Menos mal. Viva o Paraná Clube!!
Mas faltam ainda 19 pontos pra sairmos do inferno, segundo os idiotas da objetividade. Vamos ver. Virgílio fica aqui do meu lado tocando harpa e escrevendo uns poemas bucólicos, que me dá vontade de mandar o tal Drubscky pastar. Dante, mais pragmático, diz que temos alguns caminhos infectos e imundos, alguns gramados ruins e estádios péssimos pela frente, se quisermos sair do inferno.
Enquanto na Deitada-a-beira-do-mar se discute a esperança e o futuro, nós rubro-negros sabemos que não há esperança. O caminho pra serie A é assim, conquistado jogo a jogo. Só não pode entregar assim na frente da área, né, meu filho?

O CAVALEIRO INEXISTENTE


Estes tempo reli um livro de Ítalo Calvino, o “Cavaleiro Inexistente”. Nesse livro, o impagável Calvino nos conta a história de um cavaleiro do Imperador Carlos Magno, o nobre Agilulfo. Agilulfo era um perfeito cavaleiro, com sua armadura branca, resistente e reluzente – mas vazia. Comandado só pela vontade, reto e perfeito, perfeccionista, cumprindo cegamente todas as regras e normas, Agilulfo desprezava seus companheiros, os outros cavaleiros, tão viciosos, tão deturpados pela vida e pelos humanos sentimentos.
Calvino, com sua acuradíssima prosa, nos diz que a vida é bem mais complicada do que pensamos. Quem não quer, acossado pelas premências da vida cotidiana, alcançar um patamar onde tudo seja puro, não corrompido, onde a vontade seja soberana e os vícios derrotados? Porém, como conseguir esse ideal?
Aqui em São Paulo a grande discussão estes tempos é a candidatura Russomano. Um outsider, um candidato sem estrutura nenhuma, lançando-se a prefeito sem o apoio de grandes máquinas e que está chegando ao segundo turno das eleições da maior cidade do país. Quer exemplo maior de vitória da vontade contra a necessidade da vida?
O que tenho visto sobre a candidatura de João D’Homero, na nossa  Deitada-a-beira-do-mar, me lembra esse paradoxo. Trata-se, segundo sua campanha, de um candidato chapa-pura, combatendo máquinas eleitorais fortíssimas, apenas com o exemplo e com a vontade de dar certo.
No entanto, o que é apresentado? O texto de sua plataforma (aqui) é parco, vago e ambíguo. Na entrevista que vi na internet (aqui) , aparece um candidato sem ideias, sem expressão, sem o que contar de novo e diferente para o eleitor. Nos debates (aqui), diz que não sabe nada, mas que vai ter um secretariado que sabe o que fazer. Como assim?
Como Russomano, que não tem staff em que se apoiar, João D´Homero surfa no desconhecimento que o eleitor tem dele e de seus projetos (aqui). Faz da rejeição dos outros sua tabua de salvação (aqui). Mas existem perguntas a serem respondidas. Quais são suas ideias? Quem são seus apoiadores? Com quem vai governar? São perguntas que precisam ter respostas bem claras.
Meu caro Jeff Fonseca faz uma campanha modesta, mas honesta. Tem um partido forte localmente, com uma chapa de vereadores consistente, composta principalmente de comerciantes. Gostando-se ou não, tem um nome e uma identidade fortes, e uma forte dose de coerência, inclusive nas propostas que apresenta. Assim comparada, a campanha de João D´Homero ainda é uma incógnita.
A continuar nesse bom-mocismo sem propostas, o que podemos esperar?
Nosso bom e nobre Agilulfo, o cavaleiro inexistente, parece uma boa metáfora. Quando finalmente teve que se apresentar tal como era, ou seja, despir sua armadura, é que ele realmente se revelou. Agilulfo era um cavaleiro puro e sem vícios, virtuoso por nunca ter que testar sua virtude. Em busca da vida real, um dia ele apeou de seu magnífico cavalo, tirou o elmo, tirou a parte de cima e a parte de baixo da armadura: o que as pessoas viram foi nada. O vazio. Sem sua carapaça reluzente, Agilulfo era vazio como o vento que sopra à tarde nas árvores da Feira-mar. 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

QUEM VOTA EM ANTONINA?


Meu caro Luiz Henrique postou semana passada um texto no imprescindível  Amigos do Jequiti (aqui) em que falava do conservadorismo do antoninense. Concordo em algumas coisas, discordo em outras, a discussão está lá.
No entanto, fiquei com vontade de saber quem são, pelo menos estatisticamente, as pessoas que vão depositar o seu voto no próximo 7 de outubro pra escolher o novo prefeito da Deitada-a-beira-do-mar.
Segundo o site do TSE (ver aqui) os antoninenses que tem titulo de leitor e estão aptos para votar estão distribuídos nas faixas etárias da figura abaixo. A população jovem (17 a 24 anos) é relativamente pequena (16%). A população entre 25 e 34 anos é bem maior, com aproximadamente 21% do total. Assim, temos que 37% da população é constituída por jovens, que estão se iniciando na vida, e por jovens adultos, os que estão se casando, tendo filhos e consolidando uma vida. Por suas características, este é seria o eleitor mais propenso a mudanças.
A população antoninense, por faixa de idade, segundo o TSE

O grupo a seguir, na faixa dos 35 a 44 anos representa cerca de 18% do eleitorado. Este é o grupo que, em geral, está consolidado no mercado de trabalho. Infelizmente, pelas características socioeconômicas do município, este grupo é o que, demograficamente, está faltando na cidade (ver aqui). São as pessoas que foram obrigadas a sair em busca de melhores oportunidades fora.
 Já o grupo majoritário é representado por pessoas entre 45 e 59 anos (24%) representam as pessoas já situadas na vida, com filhos ou netos pra sustentar. Para estas pessoas, qualquer mudança que possa prejudicar sua atual condição é vista cm profunda desconfiança. São estes os eleitores mais conservadores.
Os eleitores com mais de 60 anos representam cerca de 18% do total. Trata-se de um grupo que, em sua maioria já está aposentado. Pode tanto estar numa vida confortável, quanto pode assumir a postura politica que quiser – inclusive não ir votar, facultativo para os maiores de 70 anos. Poderia até ser conservador em sua essência, mas, como foram jovens nos anos 50 e 60 acredito que boa parte deles, os mais escolarizados, tendem a apoiar propostas mais avançadas.
Assim, do ponto de vista da faixa etária, não há, a meu ver, nenhuma particularidade na Deitada-a-beira-do-mar que a torne radicalmente diferente de qualquer outro lugar neste pálido planeta azul. O que estas pessoas, em suas diferentes faixas etárias querem? sem medo de errar eu apontaria, entre tantos outros: saúde, emprego, segurança, uma casa, um tempo pra descansar, conversar com a família e os amigos.   E, também,  pra sonhar por que não? Sonhar sonhos simples, que caibam dentro da existência. Não é pedir demais.
Isso é ser conservador ou ser  liberal? É de direita ou de esquerda? Acho que estas questões não encontram eco neste nosso mundinho entre a serra e o mangue, onde as questões são outras, bem outras.
É ver pra crer. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

SOBRE PESQUISAS ELEITORAIS E MASSA DE PÃO

  • Tem candidato aí que - dizem - é como massa de pão: quanto mais bate mais cresce. O problema destes tipos de candidato é que eles são como o fermento; quando o fermento está velho e passado, a massa embatuma e não cresce; perguntem aí pro meu amigo Orlandinho, que sabe dessas coisas.  
  • “O povo já decidiu!” Não, meus caros, o povo ainda não decidiu, porque hoje não é como no tempo dos coronéis, onde os capangas domingo cedo estavam na rua e o resultado já se sabia de antemão. O dia pro povo decidir é sete de outubro. 11 dias portanto.
  •  (A propósito, os blogs “pelusos” não vão mais mostrar as pesquisas eleitorais? Parece que as coisas andaram mudando na Deitada-a-beira-do-mar!)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FICHA LIMPA?


Pra encerrar esta conversa de Ficha Limpa/Ficha Suja, que tanto tempo ocupou a blogosfera nos últimos dias: eu, no meu íntimo, não gosto da tal lei da Ficha Limpa. A lei da Ficha Limpa é uma lei paternalista, que nos impede de votar em candidatos com problemas com a justiça, só isso. Eu acho que não deveria existir tal lei, e o povo que se veja com as consequências das suas escolhas.
Democracia é isso. Pressupõe uma maturidade do eleitor. O cara precisa saber que o seu candidato teve várias contas reprovadas. Por que foi isso? Será que houve má-fé? Ou problemas burocráticos? Ou problemas políticos, ou contábeis, etc.? Se o politico tem muitas contas reprovadas, se responde a muitos inquéritos, eu não vou votar nele, esse cara está mexendo com dinheiro publico e mostrou que, por ignorância ou má-fé, não está sabendo usa-lo de uma forma transparente. E parou por aqui.
Devia ser simples assim, mas não é. E veio a Lei Da Ficha Limpa, que exige que se faça pela lei o que o eleitor deveria fazer pela consciência. Falta consciência? Então tome lei! É um paternalismo inaceitável, que faz de nós eleitores, uns imbecis a apertar botões verdes a cada dois anos. E, na real, não ataca o cerne do problema.
Um exemplozinho: Londrina é uma cidade que patinou anos com o populista Belinati. Cassado uma vez por corrupção provada e comprovada, tentou voltar e foi o mais votado em 2008. A justiça, com base na lei da Ficha Limpa, cassou sua candidatura, que esteve a campanha toda sob júdice. No final, a justiça eleitoral convocou o segundo e o terceiro lugares da eleição para o segundo turno. Venceu o Barbosa Neto, um radialista populista, que havia ficado em terceiro lugar. Hoje, Barbosa foi cassado por corrupção e seu vice foi preso anteontem, também por corrupção (aqui). Ou seja: adiantou a Lei da Ficha Limpa punir um, se depois veio o outro? Ou, será que a população de Londrina gosta de gente populista e corrupta?
Eu acho que, se a população elege esse tipo de politico populista, o tal “ficha suja”, não é um juiz que tem que dizer o que é certo. O povo é soberano. É a própria população que tem que se revoltar contra o “rouba-mas-faz” e tirar esse tipo de gente de circulação. Belinati, no passado,  já saiu da prefeitura ao toque de caixa, enxotado pelas pessoas de consciência, que criaram o movimento “Pés vermelhos, mãos limpas”. Já o atual prefeito  de Londrina estava escondido num hotel de Piçarras, em Santa Catarina. Tem coisa mais chinfrim? Rouba e vai pra Piçarras. Nem imaginação esse tinha...
O fato é que parte da população cai na conversa dos “incansáveis” e “guerreiros” populistas de plantão, por diversos motivos. E é o povo que paga amargamente por suas escolhas. Paga pelas descontinuidades na administração municipal, paga pelo dinheiro que é desviado, paga pelas melhorias públicas que não vem, enfim, paga um pato bem pago. O povo é cumplice e é vitima ao mesmo tempo. E tem de ser responsabilizado por quem ele coloca no poder.
A Ficha Limpa, apesar de tudo, é um avanço. Se ela não melhora a consciência do eleitor, pelo menos ela aguça a esperteza dos políticos. Estes, a partir de agora, vão prestar muito mais atenção nas contas publicas, passando pelo risco de ficarem inelegíveis. O que é bom. É muito pouco, mas é bom.
O fato é que a população brasileira está cansada de certo tipo de politica que se fez nos últimos anos. É assim que estou lendo o “fenômeno” Russomano em São Paulo. Voltarei em breve ao tema conservador versus liberal. Por ora, o que quero salientar é que, na Deitada-a-beira-do-mar, três dos quatro candidatos a prefeito são novos na politica, pelo menos em eleições majoritárias. Acho bom e salutar. Renovar, colocar no poder novas pessoas e novas ideias, isso é que é Ficha Limpa. 

domingo, 23 de setembro de 2012

VANZEIRO DE BOATOS MALDOSOS


Os blogs "pelusos" insistem na questão do "boato irresponsável", agora inventando a expressão "marolinha de boatos". Nossos radares aéreos realmente captaram um vanzeiro de boatos maldosos se aproximando da costa nas proximidades da ilha do Teixeira. Mas o vanzeiro não é um fenômeno natural isolado, ele vem de vibrações sísmicas provocadas por uma tribuzana de contas reprovadas e por recursos interpostos e outros quetais do juridiquês pátrio. O que isso fortalece a tal da candidata eu não sei. O fato é só um: enquanto não for julgado o tal recurso, a candidatura "pelusa" vai dormir sonos intranquilos. Um Vanzeiro pra candidato nenhum botar defeito. 

PS - Vanzeiro, pra quem não é nativo, é uma onda muito grande, de tempestade; Um tsunami da baia de Antonina;

É LONGO O CAMINHO...

No longo caminho para a Saída do Inferno da Segundona,  Dante dá uma fugida pro matinho...


O caminho pra sair do inferno é longo, meus amigos. Depois de uma semana nas nuvens, achando que estávamos sossegados no purgatório do G4, eis que o Goiás interrompe nossa serie invicta e nos põe de novo no quinto dos infernos. Nas terras onde reina o Capeta, há que se deixar toda a esperança de fora, e lutar pacientemente, jogo após jogo, como já nos alertara Dante Alighieri, nosso especialista em infernos.
Já temos um time. Arthur Rimbaud, nosso francês autor do magnifico “uma estadia no inferno”, pede cautela: Quantos jogadores e técnicos passaram pelo CT do caju desde maio? E quantos técnicos? Será que a boa fase vai continuar? Mas agora, contra todo o pessimismo, parece que temos um centroavante. Marcão entrou com personalidade já contra o América de Natal, e vem fazendo seus golzinhos: são seis, já empatados com nosso grande Paulo Baier, desde as capitanias hereditárias goleador de incontáveis méritos.
Ontem, com um gol de centroavante, Marcão girou em cima do zagueiro e fuzilou o pobre goal-keeper do Ceará, garantindo a vitória dos rubro-negros no “Ecoestadio”. No confronto direto, deixamos longe um rival em potencial, que pode complicar ainda a vida de nossos adversários na reta final deste infernal torneio.
Parece que os ares do planalto estão fazendo bem ao mais querido. Na nossa quente e úmida Paranaguá, fomos um desastre como mandantes. Era o campo? Era o bafo dos caranguejos? Era a torcida, que acostumada com o friozinho de Curitiba, esqueceu o desodorante? O fato é que no Eco-estádio, um nome pomposo – e bem típico do “marketing curitibano”, o Furacão começa a ventar um pouco mais forte. Penso que ainda vamos ter algumas jornadas memoráveis no pequeno Janguito Malucelli. Claro, sem nenhuma esperança, como sempre lembra o grande mestre Dante.
Enquanto isso, as saídas do inferno têm muitos e enganosos caminhos. Segundo algumas notícias, faltam 19 pontos para o Rubro-negro voltar ao enganoso Paraíso da serie A. Tem mais três pontos a serem disputados aqui perto, em Bragança Paulista, no estádio Nabi Abi Chedid, contra o Bragantino. Não sei se vai dar pra eu ir lá, a semana vai ser corrida.
A primavera que começou ontem pôs fim a cerca de dois meses sem chuva. Choveu pouco, mas já amenizou a estiagem por aqui. O problema é que as chuvas são acompanhadas por fortes rajadas de vento. Essa semana um vendaval passou por Campinas deixando um monte de estragos. Quem sabe o INPE não estará prevendo um Furacão em Bragança Paulista neste próximo sábado?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

QUEM COMPROU CARVÃO MOLHADO, QUE ACENDA O FOGAREIRO

onde fui amarrar meu urso?


O dia de ontem foi nervoso na blogosfera: uma notícia veiculada pela rádio bandaB  mostrou que a Candidata da coligação “Antonina No Coração”, Munira Peluso (PSDB), estaria na lista dos barrados da Lei da ficha limpa. segundo a tal lista, sua candidatura está apta, mas deferida com recurso.
A notícia sofreu uma correção hoje(aqui): Munira está na lista dos candidatos que tiveram seus pedidos de registro deferidos, mas que aguardam julgamento de recurso pelo Tribunal Superior Eleitoral. Enquanto não for julgada – condenada - sua candidatura está valendo.
Com essa guilhotina na cabeça, é visível a preocupação dos blogs “pelusos”, que já reclamaram do que eles chamam de “boataria irresponsável”. Faz parte do jogo, meus amigos. Quem apoia candidaturas sujeitas a problemas com a Lei da Ficha Suja tem esse ônus extra. Comprou carvão molhado, que acenda o fogareiro, como diria mestre Paulinho da Viola.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA PARA CANDIDATOS A VEREADOR

A nossa cultura politica é que nem o design da caixa de maisena: é ruim, é feia e já tá um tempão aqui entre nós que a gente já nem liga mais. Politica é a época em que o pobre vira bonito: é procurado, é ouvido, tem suas crianças beijadas. Nas propagandas de campanha aparecem sorrisos desdentados, gente feia  e maltratada pela vida sendo acariciada, mimada, ouvida pelo(a) candidato(a). 
O Russomano, aqui em São Paulo, faz uma cara sofrida de quem está entendendo. entendendo e compartilhando a experiencia. Entendeu? A nossa incansável Mãe-dos-pobres, na Deitada-a-beira-do-mar, conforme vemos a cobertura que os blogs "pelusos" estão fazendo, com seu chapeuzinho na cabeça, vai até os necessitados e faz cara que entendeu. E assim outros e outros até outubro vão ter que ficar fazendo cara de quem entendeu pra poder ter seu votinho. 
Gostaria de ser uma mosquinha e ver, na verdade, os políticos falando, para o público que mais importa, ou seja, seus financiadores de campanha, o que realmente querem fazer. Algo como o Mit Romney, o candidato Republicano nos Estados Unidos, escancarando numa palestra para "seletos contribuintes de campanha" que, na real, ele quer é ver sangue no Oriente Médio e quer que os menos favorecidos se lixem.
Só Justo Veríssimo mesmo, aquele personagem do Chico Anísio que tinha o bordão: "o povo que se exploda!".  

Enquanto isso, muitos candidatos, alguns meus amigos, estão ralando em suas candidaturas a vereador. Desejo-lhes boa sorte. Se estiverem perdidos, meninos, eu consegui um manual de sobrevivência de campanha que talvez lhes seja útil (ver aqui). 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ESTADO TERMINAL


Vi em diversos blogs da gloriosa blogosfera da Terra de Valle Porto que houve  a visita do governador à Antonina para assinar o termo de permissão para uso temporário da área do Porto Barão de Teffé pela empresa Techint.
Os blogs “pelusos” aproveitaram o evento pra reafirmar o apoio do filho do Saudoso José Richa à candidata do seu partido. Beto Richa é outro – mais um! - governador medíocre que o Paraná tem. Governa o 5º estado do país em economia e é uma liderança política nacional de 3ª categoria. Beto Richa, é claro, posou pra fotos, e a sua candidata saiu bem na fita. Saiu?
Mais uma vez, como disse muito bem Eduardo Bó (aqui), é ver pra crer. Quantos projetos já empurraram em época de eleição pra conseguir os mirrados votos capelistas?  
Em compensação, quantos prefeitos foram coniventes com o desmonte das instalações – armazéns e quetais – do porto Barão de Tefé nas últimas duas décadas? Entre eles se inclui algum atual candidato(a)?
Vale tudo, Valle Porto?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

OS PARENTES DOS BAGRES

A prática do nepotismo é tão arraigada entre nós que nem sentimos. Costumo brincar que nepotismo é quando os outros contratam seu parentes para cargos públicos; os nossos parentes podem ser contratados, pois nós sabemos o quanto eles são competentes...
Certa vez, estava trabalhando numa cidade de Santa Catarina e conheci um cara que era vereador por lá. Um dia, conversando com um amigo, este criticou o vereador: “Traste de vereador, não arruma nem emprego pros parentes!”. Argumentei que vereadores não são eleitos pra dar emprego para os parentes, e sim pra legislar, mas acho que não convenci muito meu amigo.
Cabe lembrar que os parentes contratados podem até ser competentes. Mas não é isso que está em jogo. Contratar parentes, em qualquer escala, pode estar dentro da lei – tomara que mude logo – mas não é uma atitude ética. Pode, mas não deve.
Segundo Emerson Garcia, do Ministério Público do Rio de Janeiro, ‘Nepotismo, em essência, significa favorecimento. Somente os agentes que ostentem grande equilíbrio e retidão de caráter conseguem manter incólume a dicotomia entre o público e o privado, impedindo que sentimentos de ordem pessoal contaminem e desvirtuem a atividade pública que se propuseram a desempenhar”. Da mesma forma, o nepotismo fere o principio da moralidade administrativa, podendo levar a confundir a coisa pública com um mero caso de família.
Hoje, o nepotismo é considerado, em escala mundial, como um dos grandes entraves à democracia, juntamente com a corrupção. As leis que estão sendo votadas no STF refletem essa preocupação. O nepotismo no Brasil deve ser criminalizado, para alívio da cidadania.
Entre nós, na deitada-a-beira-do-mar, o nepotismo foi quase um direito dos ocupantes de cargos públicos. Inevitáveis e pouco transparentes como os nevoeiros de agosto. Via-se, em função do parentesco, pessoas pouco qualificadas em funções importantes, praticamente uma afronta aos cidadãos. Abundam exemplos. Uma prática nefasta para a democracia, para a moralidade pública, para nossos políticos. O nepotismo tem que acabar. Quem quer que seja o eleito em 5 de outubro, deve ter um compromisso público de não nomear parentes para quaisquer cargos na administração. Lugar de parente é no almoço de domingo, e não na administração pública.

(esse texto foi publicado em agosto/2008 aqui no Urublues (ver).Tomara que no futuro essa discussão seja só uma questão histórica e cultural já ultrapassada) 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

POR QUE NÃO GOSTO DE POPULISTAS


Eu definitivamente gosto de políticos republicanos, daqueles que jogam o jogo dentro das instituições democráticas e que não são diferentes, em sua vida pessoal, do que são em sua vida politica. Simples assim.
Ulisses Guimarães, o “Senhor Diretas”, o todo-poderoso da transição democrática, tinha como patrimônio um apartamento em São Paulo.  Olívio Dutra, por exemplo, ao terminar seu mandato como prefeito retornou ao seu posto de bancário no BANRISUL. Já ministro, passava suas férias de verão não na Europa, como seus pares, mas na colônia de férias do banco em Tramandaí – o equivalente, para nós paranaenses, a veranear em Matinhos.
Por mais que se fale do ex-presidente Lula, ele nunca fez ou propôs nenhuma reforma constitucional que o beneficiasse, como o fizeram Sarney e Fernando Henrique. Suas negociações sempre foram com o congresso, que é leito pelo povo. Seu falar é popular, mas nunca resvalou para “falar diretamente às massas”, como tentou fazer o ex-presidente Collor.
Os populistas não. São histriônicos e carismáticos. É o pastel de Jânio Quadros, o rouba-mas-faz inaugurado por Adhemar de Barros e seguido por tantos outros depois dele. É a cara-de-pau de Paulo Maluf, o homem que não tem, nunca teve e nem ouviu falar de suas milionárias contas nas ilhas Jersey.
Em escala microscópica, na pequena Antonina, temos a nossa versão populista. A candidata mãe-dos-pobres está tentando se reeleger para um terceiro mandato. A musa do populismo tardio contra-ataca. Os blogs que a apoiam não se cansam de entoar loas à “guerreira”, à “incansável” Munira Peluso, a “Mônica”. Ela vai até os pobres, fala com eles! Ostentando um vistoso chapéu panamá, alias chapéu típico de malandro carioca, lá vai ela apertando mãos, tomando cafezinhos e desfiando promessas.
Munira é uma candidata cordial, no sentido em que procura seduzir as pessoas, usando o coração. Sim, faz sentido seu slogan “Antonina no Coração”, no melhor estilo de seu padrinho Jaime Lerner (Aliás, um Governador que saiu pela porta dos fundos por causas mal explicadas). Munira fala diretamente ao povo, numa linguagem que ele entende. Sim, ela os protege, quando estão todos desprotegidos dos malvados políticos! Essa, pelo menos, é a ilusão vendida em seu melífluo discurso.
Ela fala como se tudo fosse fácil: arrumar umas coisas aqui, outras ali, como uma reforma num imóvel ou apartamento velho. Como boa corretora, avalia para mais na venda de seu produto. Não é ela a responsável pela futura rodovia “ecológica”, assim como não foi ela que instalou o terminal da Ponta do Félix. Para mais detalhes, veja essa postagem do nosso sempre lógico e escatológico Ornitorrinco (aqui). Mas, boa vendedora de si mesma, tenta surfar na imagem de um quadro que ela não pintou.
Ao falar diretamente aos pobres, ela esconde o fato de ser a candidata com o maior patrimônio (aqui). Quando distribuía cestas básicas, em seus primeiros mandatos, ela fazia com que os beneficiados tivessem um trabalhão: filas e filas diante da prefeitura. Era como se fizesse questão que estes sofressem para obter o beneficio, mas que soubessem, afinal, quem era que distribuía. Por causa de desvios como esses é que hoje os programas sociais são distribuídos via banco, via cartão pessoal. Para evitar o ataque dos populistas oportunistas.
Existem duas Muniras: uma é a Munira Peluso, administradora, capitalista, a que tem e administra os negócios da família. A outra é Mônica, a mãe dos pobres. Quando estes elegem uma, na verdade é a outra que toma cota e administra as contas públicas.
Serão quatro anos de processos e intimidações contra opositores, e vasta distribuição de cargos comissionados para “calar a boca” dos compráveis. Não sei como a família vai tomar conta “do” lojinha, já que a lei hoje proíbe o nepotismo, mas com isso não precisamos nos preocupar, eles dão um jeito. O populismo sempre apresenta, ao fim e ao cabo, a sua fatura. É por causa dessa conta amarga que não gosto de populistas. 

UM DEBATE NAS ELEIÇÕES DE ANTONINA!!

Com direito a replica e tréplica....

Neutinho, esse espaço é seu...mesmo que você não queira voltar pro gueto rsrsrsrs


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E se foi o Orley que postou este comentário, concordo plenamente com o seu ponto de vista..., os que me conhecem sabem muito bem que serei vereador para legislar para o povo e não para o prefeito, seja este quem for...

Quanto a gestão pública nos moldes de gestão empresarial meu querido amigo Jeff, (AMIZADE esta que já podemos dizer assim, de longas datas)... Retomando: "O que há de diferente nisso da gestão pública?" Tudo meu nobre,tudo... pegando a nossa Deitada a Beira do Mar (parafraseando o amigo)então, não há similaridade nestas gestões mas nem próximo a ilha do Quatinga.

...eu sei que gestão empresarial é sinônimo de atividades econômicas, de circulação de bens e serviços visando obter lucros, lógico que sei, pois trabalhei durante 20 anos com esta demanda...

...o que eu quero definir entre as duas gestões é o caráter multiforme, a complexidade que a gestão pública exerce em suas áreas de atuações, no caso de Antonina, sem nenhum tipo de cobrança, onde acarreta um péssimo serviço à população...

O assunto é complexo e demandaria de mais tempo, precisamos sentar para conversar meu amigo... só peço que confie em mim, e acredite.., se as coisas não saírem a contento, pode ter certeza que serei o primeiro a berrar..., pode acreditar.

Um abraço.

Neuton Pires



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  1. Caríssimo: em primeiro lugar, bemvindo. muito bom ter seus posts por aqui, pra variar um pouco. Que eu confio no amigo é a mais pura verdade. Voce vai ser um baita vereador. Trabalhamos na iniciativa privada durante muito tempo e sabemos as diferenças. Mas pelo que vejo do que você me diz, a diferença é uma cobrança maior por trabalho e resultados por parte dos funcionários públicos. Isso pode ser obtido á custa de chicote (cobranças) ou torrão de açúcar (incentivos). Funcionário motivado é outra coisa, dá carrinho no meio de campo, cruza e vai cabecear. Outra coisa é a transparência dos gestores, que é essencial no serviço publico e pouco exigido no setor privado - trabalhei em empresas familiares e sofri isso na carne.
    O problema que vejo é como usar o chicote e o torrão de açúcar num contexto funcionalismo publico já meio viciado, e que se acha dono do pedaço. Este tipo de funcionário vai criar obstáculos e dificuldades. E não pode ser mandado embora, como na empresa privada. abraços e boa sorte!!
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Neuton Pires noreply-comment@blogger.com
11:12 (11 minutos atrás)

 Neuton Pires   deixou um novo comentário sobre a sua postagem "UM DEBATE NAS ELEIÇÕES DE ANTONINA!!":

Agora eu me vingo, de tanto ouvir isso..., agora é a minha vez..

Obrigado pelo ESPAÇO... rss

Meu caro amigo Jeff, concordo com a sua preocupação ao tocante funcionalismo público, "senão quiser trabalhar fazer o que?" - "E não pode ser mandado embora, como na empresa privada."

Primeiramente meu nobre, em uma gestão empresarial isto não existe, ou melhor, existe, só que..., com um porém.., o funcionário que usar desta atrativa pode ter certeza que será afastado sem justa causa ou por uma causa bem justa. Já na gestão pública não se pode usar desta ferramente, tratando-se do funcionário de carreira..., o que implica em meu questionamento não são os de carreira, estes com uma boa capacitação, uma remuneração justa e uma reformulação de conceitos, não tenha dúvida que a máquina anda. Porém, partindo do nome servidor público, devemos lembra-los sempre que eles são pagos pela sociedade para serví-la. Ele (o servidor público) precisa ter essa habilidade, a capacidade de servir. E em Antonina não é diferente, essa medida deveria ser adotada, mas não é, principalmente para acabar com o estigma de que o servidor público é um cidadão que não quer fazer nada, que chega e sai do serviço na hora que quer, que não trata bem o contribuinte, o que não é a realidade.


O que eu me refiro amplamente, insistentemente, são com os comissionados, os arranjados, os apadrinhados e um tanto de "ados" que não produzem nada a não ser em beneficio próprio... esses sim, saem a hora que querem, fazem o que querem, ou melhor..., NÃO FAZEM..., esses meu nobre nem no "chicote", pois arriscaria infecionar a chibata.

São estes que me refiro exclusivamente.., esta turma tem que exonerar mesmo, mandar procurar o caminhão de onde caiu..., este ser é um câncer dentro de qualquer instituição pública. E pode ter certeza que quando há inoperância por parte do funcionário público de carreira, é devido a contaminação por parte desta classe de comissionados...

...não que seja num todo regra, existe as exceções, todavia na falta de capacitação deste comissionados, exista um certo tipo de bloqueio..., esta dificuldade em servir o publico. É este tipo de postura que eu acredito que, nos moldes de uma Gestão Empresarial sejam derrotados estes paradigmas e os servidores fiquem conscientes do seu papel dentro da organização, papel fundamental importância, responsável pela imagem da Instituição junto à sociedade.

Um abraço meu amigo e mais uma vez obrigado.

Neuton Pires

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

VEM PRO GUETO, NEUTINHO!!


Meu querido amigo Neutinho, desde que se bandeou para os lados da antiga alcaidessa, está vindo com uma conversa meio enviesada, estranha. Segundo ele, sua candidata pretende “mudar a maneira de gestão, ela irá modernizar a administração de Antonina com modelo de gestão empresarial e fazer a cidade retomar o progresso e desenvolvimento" (aqui). Quando definiu sua passagem para o outro lado do rio, numa postagem intitulada “De um esverdeado menino” (aqui), meu caro velho companheiro do tempo de escoteiro tentou definir o indefinível. Ora, meu querido, uma coisa é uma coisa, e outra coisa...
Segundo você diz, a tal gestão empresarial, tomada como um modelo, “orientaria o gestor como se deve planejar, alocar e gerir recursos oriundos dos impostos, também lhe permitirá ações, iniciativas, princípios e estratégias”. O que há de diferente nisso da gestão pública? O que orienta o gestor privado é não perder seu emprego, se ele não tiver o capital. E ganhar dinheiro, se ele for o patrão.
É sua candidata, aliás, quem esclarece a questão, em sua plataforma de governo: “Diferentemente do que acontece na vida privada, onde se permite fazer tudo àquilo que a Lei não proíbe, na Administração Pública só se permite fazer o que a Lei recomenda” (na íntegra aqui). Tá lá. Eles sabem, Neutinho. Na última vez que estiveram lá, todos os membros da família mamaram nas tetas do erário, no mais deslavado nepotismo. Agora, que a lei, mudou, eles aprenderam e não vão mais fazer isso nas nossas fuças. Só fazem o que a lei recomenda.
A gestão pública não pode e não deve dar lucro. Ela deve ser eficiente. E eficaz. Deve ser feita com transparência, a tal da transparência que você, corretamente, sempre cobrou dos ocupantes anteriores do velho prédio da rua XV, inclusive da sua atual candidata.
Os tais dos “xoques de jestão”, típicos das administrações tucanas nunca foram lá essas coisas. No tempo do FHC tinha até os caras que atuavam no “limite da responsabilidade”, lembra? Limite de responsabilidade é "tucanar" o adjetivo irresponsável. Ninguém está livre de ser irresponsável, mas os doutos tucanos, que se arvoram os reis da administração, que fizeram?  Lembra-se do Çerra, das discussões durante a campanha de 2010, na qual você, no comando do “Bacucu”, foi um aguerrido Blog Sujo? O próprio Beto Richa, que tanto alardeou isso de gestão, cadê?
Torço para que você seja eleito vereador, torço muito. Antonina terá muito a ganhar com você na Câmara Municipal. Você vai ser um vereador crítico, que não vai levar desaforo pra casa e que usará seu mandato para legislar e para investigar o poder executivo. Serei seu tiete.
Agora, posar de mais realista que o rei, meu caro? Nem a tua “rainha” prega isso! Pensa bem, que essa sede de poder que você embarcou está te fazendo trair alguns princípios. Você criticou traíras e traições recentemente no “Bacucu”, mas será que você também não traiu princípios, traiu seu passado? Sei que você escreveu que quer ser pragmático, mas esse é um problema das pessoas boas: quando fazem o mal feito, não fazem direito. Larga esse osso (aliás duro de roer!) e vem pro gueto. A blogosfera te espera. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A BRINCADEIRA DE ROSIL


Não conheço pessoalmente o Sr Rosil do Pilar, embora visite ocasionalmente seu blog. Em geral não compartilho de suas opiniões, mas as respeito. No entanto ontem, vi em seu blog um pequeno gráfico Excel contendo diversas retas, ascendentes e descendentes que merecem algumas considerações.
No texto situado logo abaixo, há uma citação: “me causa espécie”, seguido de kkkk, a onomatopéia para risadas do internetês. A seguir, o texto nos convida a preencher as lacunas. Mentalmente, é claro. O Sr Rosil, assim como seus leitores, não são bobos e tem senso de humor. Parece uma brincadeira inocente, mas não é.
O gráfico Excel representa o resultado de duas pesquisas eleitorais. Pelo bom humor do Sr Rosil, sua candidata deve estar indo bem. Está tudo muito bom e muito bem, mas falta alguma coisa nessa pesquisa. Falta, aliás, quase tudo.
Não se sabe quem são os candidatos ali figurados a quem o Sr Rosil nos convida a preencher as lacunas. Não se sabe o período. Não se sabe a amostragem, tampouco a segmentação do eleitorado pesquisado.
Acho que não é justa a brincadeira da Planilha sem nome. O senhor Rosil se parece com aqueles caras que aparecem no boteco com uma arma na mão, no caso a pesquisa eleitoral, e diz para os frequentadores do lugar: “Adivinhem se estou armado. Olha, eu posso atirar”. “Quer ver minha arma?”. “Não, não pode ver”, diz ele, causando espécie. “Mas posso atirar, viu?”.
Então atire, Rosil, mostre a pesquisa, inclusive quem pagou por ela. Não existe medo. Como dizem as velhas raposas da politica, pesquisa é somente uma foto do momento. Mostre a pesquisa como ela é: pesquisa eleitoral sem divulgar período, amostragem, margem de erro, segmentação do eleitorado, quem foi que realizou a pesquisa, quem pagou a conta e a mando de quem, tudo isso é regido por lei.
Gostaria de questionar, por exemplo, a margem de erro. Carlos Augusto Montenegro, diretor do IBOPE, afirmou recentemente no programa Rodaviva, da TV Cultura, que preferia fazer uma pesquisa nacional com uma amostragem pequena a uma pesquisa municipal com amostragem grande. Segundo ele, quanto menor o universo amostral mais difícil controlar a margem de erro. Isso é estatístico. Municípios pequenos são mais difíceis de ter pesquisas confiáveis, embora estas possam ser feitas.  
Outra coisa: quem pesquisou os milhares de eleitores (cerca de 30% do eleitorado apto) que não mora em Antonina? Mesmo que esse eleitorado se distribuísse proporcionalmente entre os diferentes candidatos, qual seria seu impacto? Sr Rosil, pesquisa tem muitas variáveis; sem leva-las em conta, números são só números.
Mesmo que não fosse regida por lei, pesquisa é um instrumento cientifico, além de político. Quem a faz estuda muitos anos pra isso, e tem que faze-lo segundo normas e parâmetros claros. Sem os parâmetros que calibram a pesquisa, os números mostrados são só mistificação, enganação, empulhação.  pesquisa por pesquisa não significa nada. É isso, Sr Rosil. Ou mostra a arma e atira, ou então fica quieto no seu canto. Me causa espécie!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

PRECISAMOS DE VEREADORES?

Foi no blog do Sargento Jaime que foi comentado, há cerca de um mês, sobre a enorme quantidade de pleiteantes a um cargo de vereador na nobre câmara municipal da Deitada-a-beira-do-mar (ver aqui). Eduardo Bó, nosso decano da blogosfera, chamou ainda a atenção aos apelidos dos candidatos (ver aqui). Essa é uma característica marcante da terra de Valle Porto, a de honrar a todos com seu respectivo apelido. Alguns, como o do próprio Bó, incorporados ao nome.
Mais que os apelidos, outra característica chama a atenção: Antonina tem, nesta eleição, cerca de 135 candidatos, num universo de 16155 eleitores, conforme os dados do TRE-PR (aqui). Isso dá um total de aproximadamente 120 eleitores para cada candidato. Nada muito relevante em termos de Brasil, no entanto. O aumento do número de vereadores tem sido um fenômeno desta eleição.
Isso se deve ao aumento do numero de vagas em disputa. Foram abertas muito mais vagas de vereadores nesta eleição, o que despertou em mais pessoas a vontade de concorrer. Mais vagas significa mais possibilidades, logo mais gente se apresenta. Por outro lado, a proliferação de vagas de vereador nos últimos anos, principalmente nas cidades pequenas e medias, gerou uma serie de distorções.
Uma das distorções mais sérias é o caso da remuneração dos vereadores municipais. Antigamente, no tempo de meu pai e meu avô, o cargo de vereador não era remunerado. Com isso, somente concorria ao cargo pessoas que tinham algum ideal politico. Por outro, os vereadores pobres se viam em desvantagem frente aos vereadores ricos, não tendo tempo de comparecer as sessões, por exemplo, por ter que trabalhar.Mas esse é um problema das grandes cidades. Em Curitiba, por exemplo, com sessões todos os dias, o vereador tem que receber salario. 
O problema foi que, quando o cargo se tornou remunerado nas pequenas cidades, as famílias passaram a ver no cargo mais uma fonte de renda. As pessoas se candidatavam para ganhar o salário de vereador, não para legislar sobre assuntos do município. Certo vereador do passado recente, era um coitado, não tinha emprego fixo, vivia à custa dos parentes e amigos. A família decidiu dar um emprego ao pobre, juntou-se e o elegeu vereador. Qual foi a primeira atitude do novo eleito? Pediu um adiantamento de salário pra Câmara, como se ali fosse um cabide de empregos a mais, e ele, um empregado novo.
Alguns usaram – e usam - muito mal os seus salários e verbas de gabinete. Pagar viagens de ônibus para hospitais, como certo vereador do passado fazia é, como dizem, fazer mesura com o chapéu alheio. O dinheiro que ele tem ali é do contribuinte, não dele. Pode até ser legal, mas é imoral, meu caro edil. Simples assim.
Outro absurdo é a prerrogativa que os vereadores têm de aumentar seus próprios salários. Mês passado os vereadores aqui de Campinas, cidade que vem sofrendo com diversos casos de corrupção, tentaram aumentar seus próprios salários: felizmente a grita popular foi tão forte que eles recuaram. É um absurdo o que os vereadores ganham, e, no caso de cidades pequenas, não há justificativa nenhuma sequer para receber salário, o que dirá as vultosas quantias que o erário dispende com eles. 
Enfim, parece que a coisa vai ter jeito: há uma lei que proíbe que em cidades com menos de 50 mil habitantes os vereadores recebam salário. Apoio essa lei. Assim, vão ficar somente os vereadores que tem vocação politica, os que têm sangue nos olhos, os que querem fazer a diferença. No caso de cidades como Antonina ou Morretes, onde as sessões são de noite e uma vez por semana, o vereador pode muito bem trabalhar de dia e comparecer às sessões semanais sem prejuízo de seu ganha-pão.
Ficariam assim somente os que estão interessados em ajudar a coletividade. Os demais, que procurem um emprego condizente com seu padrão de vida e deixem o contribuinte em paz. E se, desse jeito, não houver candidatos? Fecha-se a cidade e devolve ela pros índios, pedindo-se evidentes desculpas pelos estragos efetuados nestes últimos três séculos. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

SERÁ QUE É ISSO MESMO? parte 2, a missão


Na última postagem, “Será Que É Isso Mesmo?”, levantei alguns dados do TRE-PR que batem – ou não – com os dados do IBGE. De fato, se o número de eleitores é igual ao numero de habitantes, então tem muito eleitor que não mora na zona onde vota. No caso a 6ª zona eleitoral, que abrange a bela Antonina e a progressista Guaraqueçaba.
"Como isso foi acontecer?", fiquei me perguntando. Na eleição de 1988 tivemos um índice de abstenção bastante baixo, da ordem de 7% para um eleitorado de nove mil e poucos eleitores. Progressivamente, o numero de leitores foi aumentando, até chegar aos 16 mil e poucos de hoje.
O que se observa é que tem muita gente que estava aqui e não está mais. Mas, de forma romântica, por amor à cidade ou mais provavelmente á sua família, ainda guarda laços, como por exemplo, o título de eleitor. Somada as populações, deveríamos ter cerca de trinta mil pessoas na cidade. Vinte e cinco mil seria um numero realista.
Seriam esses os antoninenses que saíram da boa e velha Deitada-a-beira-do-mar por falta de oportunidades nos anos recentes. Se olharmos o a pirâmide etária de Antonina no IBGE vemos que existe claramente uma reentrância na faixa que vai dos 20 aos 44 anos. Falta gente em idade de trabalho, gente economicamente ativa. Comparem com os dados de Morretes, também disponíveis no site do IBGE. É aí o ralo em que se perde grande parte da nossa gente, essa gente invisível que está longe de sua terra por falta de trabalho.

A piramide etária da Deitada-a-beira-do-mar obtida no censo de 2010

Não é uma coisa incomum, muitas partes do mundo e do Brasil enfrentam problemas semelhantes. Mas Antonina podia ser um pouco maior que é. Tem potencial pra isso. As pessoas amam sua cidade e suas famílias, o carnaval, a bela paisagem do Mercado ou da Ponta da Pita. Todos querem ficar.
Um outro aspecto que se percebe é que, no gráfico que mostra a evolução da população (figura abaixo), há um sensível aumento da população na década de 90. A população nestes gráficos passa de 16 mil para 18 mil habitantes neste período. Pode ser só um crescimento vegetativo e normal. No caso de Morretes não é tão evidente, mas o aumento da população de Antonina neste período salta aos olhos. Aumenta o patamar para 18 mil, que  se mantém mais ou menos estável desde então.
Evolução da população em Antonina de 1970 a 2010 (IBGE)

Pode-se ter varias respostas para isso. Entretanto, uma coisa que reparei, nas minhas andanças com meus alunos pela periferia da cidade, muitas pessoas – a maioria – eram gente de fora, principalmente do norte do Paraná, algumas até da Bahia. E todos estavam aqui há pelo menos uns vinte anos.
O que atraiu essa população pra cá? Eu não sei. O que eu sei é que o discurso que vi entre os candidatos era de que o que os diferenciava era que eles “eram daqui”. Convenhamos, meus caros, é um discurso meio frouxo, inclusive porque boa parte do leitorado não é “daqui”. Isso pode valer para as famílias antigas do centro da cidade, mas pouca eficácia tem no caso destes adventícios. Vocês podem estar perdendo votos importantes.
Enfim, algumas questões objetivas vindas de um blogueiro nem tão objetivo assim. Pensem. 

sábado, 8 de setembro de 2012

A GEOLOGIA DE ANTONINA!!

Muito em breve estará disponível em rede para consulta o Mapa da Área Urbana do Municipio de Antonina, defendido como trabalho de graduação por Carolina Athayde Pinto no IG-UNICAMP. Sob a orientação da prof. Dra Maria José Mesquita, Carolina descreveu as rochas do Morro do Bom Brinquedo, Portinho e Tucunduva, em Antonina, tendo recebido nota 8,0 a banca composta pelos professores Roberto Xavier e Elson Oliveira. Este trabalho foi feito em parceria com a MINEROPAR e visa melhorar o mapa de riscos a acidentes que esta vem fazendo em todos os morros da Deitada-a-beira-do-mar. biscoito fino!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

SERÁ QUE É ISSO MESMO?


Nelson Gonçalves, nosso grande teatrólogo e filosofo do cotidiano, nos advertia sobre os idiotas da objetividade. Números por números são só abstração, é o nada vezes nada. Os tecnocratas, aqueles que ficam especulando com os números como se aquilo fosse a expressão da realidade, estão entre os grandes pesadelos de nossa ainda incerta República. E o contrário também é verdade, como diria meu guia espiritual, pai Zinho de Obatalá. Pois existem muitos mais mistérios entre o céu e o Tucunduva do que sonha nossa vã especulação.
Acordei hoje meio especulativo. Abri o computador e olhei minha agenda. Um horror. Estava com muita coisa pra fazer: provas, aulas, o escambau. Porem, em vez de perder meu tempo com estas coisas vãs, resolvi dar uma olhada nos dados eleitorais da Deitada-a-beira-do-mar. Tem coisa melhor? Ter tem, mas cada um com sua tara, não é? Descobri algumas coisas interessantes, que quero compartilhar com os meus dezessete fiéis e sagazes leitores.
Em primeiro lugar, uma coisa que muito me impressionou: o nosso numero de eleitores é praticamente igual ao numero de habitantes. Se o ultimo censo do IBGE estiver certo, temos por volta de 17 mil habitantes. Pelo TRE-PR, temos hoje aptos para votar 16155 eleitores. Qualquer um que anda pela cidade num dia comum sabe que a conta não fecha.
Ou seja, tem muita gente que não mora mais no eixo da galáxia, no lugar mais interessante do Universo: moram em Paranaguá, Curitiba, Estados Unidos, Europa, França e Bahia. Outros, mesmo afortunados, moram aqui em Barão Geraldo, distrito de Campinas, no meio desta seca danada, o ar cheio de fuligem de queimada de cana. Mas, como ia dizendo, estes bagrinhos no exílio, por preguiça ou por amor à terra natal, continuam com o titulo de eleitor capelista. É um contingente nada desprezível, impossível de saber ao certo: umas cinco, seis mil pessoas?

Eleitores aptos e votantes da deitada-a-beira-do-mar (1988-2012)
ano eleição 
Eleitores Aptos
Votantes
Abstenções
1988
9418
8695
7,68
1992
8090
1996
9739
2000
13997
10701
17,83
2004
11671
2008
15653
12892
17,64
2012
16155
Fonte:TRE-PR


Ao olhar os dados do TRE-PR, embora incompletos (ver tabela acima) pulamos de uma abstenção de 7,7% em 1988 pra uma grossa abstenção de 17,64% em 2008. 2761 bagrinhos deixaram de votar naquela oportunidade. Se extrapolar este numero para os eleitores aptos de hoje, pode-se estimar que cerca de 2800 bagrinhos não apertarão a tecla verde da urna eletrônica no dia 7 de outubro próximo. Daria pra eleger quantos vereadores?

Evolução dos eleitores aptos a votar e os votos válidos nas eleições da Deitada-a-beira-do-mar entre 1988 e 2012; fonte: TRE-PR
E quantos desses eleitores virão votar? Uns dois mil, três mil? Se isso tudo vier votar no dia da eleição, como vai ser? Vai lotar a rodoviária, congestionar o trânsito perto do Guapê, lotar os restaurantes do mercado e da Ponta da Pita? Pena que não vai dar pra tomar uma cervejinha...
E qual o impacto nas eleições desse povo todo? São pessoas que vem de fora, logo não estão sendo computados nas pesquisas que hoje os partidos alegremente estão fazendo. Será que este dinheiro com pesquisas é um dinheiro jogado no lixo?
Enfim, são apenas algumas especulações, algumas perguntas sem nexo baseadas em dados objetivos nem tão objetivos assim. Será que a objetividade é uma coisa a se perseguir quando estamos falando de eleições, e ainda por cima eleições municipais?