Na última postagem, “Será Que É Isso Mesmo?”, levantei
alguns dados do TRE-PR que batem – ou não – com os dados do IBGE. De fato, se o
número de eleitores é igual ao numero de habitantes, então tem muito eleitor
que não mora na zona onde vota. No caso a 6ª zona eleitoral, que abrange a bela
Antonina e a progressista Guaraqueçaba.
"Como isso foi acontecer?", fiquei me perguntando. Na eleição
de 1988 tivemos um índice de abstenção bastante baixo, da ordem de 7% para um
eleitorado de nove mil e poucos eleitores. Progressivamente, o numero de
leitores foi aumentando, até chegar aos 16 mil e poucos de hoje.
O que se observa é que tem muita gente que estava aqui e não
está mais. Mas, de forma romântica, por amor à cidade ou mais provavelmente á
sua família, ainda guarda laços, como por exemplo, o título de eleitor. Somada as
populações, deveríamos ter cerca de trinta mil pessoas na cidade. Vinte e cinco
mil seria um numero realista.
Seriam esses os antoninenses que saíram da boa e velha
Deitada-a-beira-do-mar por falta de oportunidades nos anos recentes. Se olharmos o a pirâmide
etária de Antonina no IBGE vemos que existe claramente uma reentrância na faixa
que vai dos 20 aos 44 anos. Falta gente em idade de trabalho, gente
economicamente ativa. Comparem com os dados de Morretes, também disponíveis no
site do IBGE. É aí o ralo em que se perde grande parte da nossa gente, essa
gente invisível que está longe de sua terra por falta de trabalho.
A piramide etária da Deitada-a-beira-do-mar obtida no censo de 2010 |
Não é uma coisa incomum, muitas partes do mundo e do Brasil enfrentam
problemas semelhantes. Mas Antonina podia ser um pouco maior que é. Tem potencial
pra isso. As pessoas amam sua cidade e suas famílias, o carnaval, a bela
paisagem do Mercado ou da Ponta da Pita. Todos querem ficar.
Um outro aspecto que se percebe é que, no gráfico que mostra
a evolução da população (figura abaixo), há um sensível aumento da população na década de 90. A
população nestes gráficos passa de 16 mil para 18 mil habitantes neste período.
Pode ser só um crescimento vegetativo e normal. No caso de Morretes não é tão
evidente, mas o aumento da população de Antonina neste período salta aos olhos.
Aumenta o patamar para 18 mil, que se mantém mais ou menos estável desde então.
Evolução da população em Antonina de 1970 a 2010 (IBGE) |
Pode-se ter varias respostas para isso. Entretanto, uma coisa
que reparei, nas minhas andanças com meus alunos pela periferia da cidade,
muitas pessoas – a maioria – eram gente de fora, principalmente do norte do Paraná,
algumas até da Bahia. E todos estavam aqui há pelo menos uns vinte anos.
O que atraiu essa população pra cá? Eu não sei. O que eu sei
é que o discurso que vi entre os candidatos era de que o que os diferenciava
era que eles “eram daqui”. Convenhamos, meus caros, é um discurso meio frouxo,
inclusive porque boa parte do leitorado não é “daqui”. Isso pode valer para as famílias
antigas do centro da cidade, mas pouca eficácia tem no caso destes adventícios.
Vocês podem estar perdendo votos importantes.
Enfim, algumas questões objetivas vindas de um blogueiro nem
tão objetivo assim. Pensem.
Só pra deixar mais uma informação populacional: o IBGE divulgou uma estimativa referente a 2012 que não modifica as posições da contagem de 2010 mas vale para os repasses do Fundo de Participação dos Municípios. Além de sabermos a quantas anda a vizinhança.
ResponderExcluirEis a classificação no litoral paranaense:
1 - Paranaguá - 142.452 hab
2 - Guaratuba - 32.826
3 - Matinhos - 30.220
4 - Pontal PR - 21.917
5 - Antonina - 18.849
6 - Morretes - 15.785
7 - Guaraqueçaba 7.809
beleza de informação, Celso, muito obrigado e um abraço!!
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