quinta-feira, 13 de setembro de 2012

VEM PRO GUETO, NEUTINHO!!


Meu querido amigo Neutinho, desde que se bandeou para os lados da antiga alcaidessa, está vindo com uma conversa meio enviesada, estranha. Segundo ele, sua candidata pretende “mudar a maneira de gestão, ela irá modernizar a administração de Antonina com modelo de gestão empresarial e fazer a cidade retomar o progresso e desenvolvimento" (aqui). Quando definiu sua passagem para o outro lado do rio, numa postagem intitulada “De um esverdeado menino” (aqui), meu caro velho companheiro do tempo de escoteiro tentou definir o indefinível. Ora, meu querido, uma coisa é uma coisa, e outra coisa...
Segundo você diz, a tal gestão empresarial, tomada como um modelo, “orientaria o gestor como se deve planejar, alocar e gerir recursos oriundos dos impostos, também lhe permitirá ações, iniciativas, princípios e estratégias”. O que há de diferente nisso da gestão pública? O que orienta o gestor privado é não perder seu emprego, se ele não tiver o capital. E ganhar dinheiro, se ele for o patrão.
É sua candidata, aliás, quem esclarece a questão, em sua plataforma de governo: “Diferentemente do que acontece na vida privada, onde se permite fazer tudo àquilo que a Lei não proíbe, na Administração Pública só se permite fazer o que a Lei recomenda” (na íntegra aqui). Tá lá. Eles sabem, Neutinho. Na última vez que estiveram lá, todos os membros da família mamaram nas tetas do erário, no mais deslavado nepotismo. Agora, que a lei, mudou, eles aprenderam e não vão mais fazer isso nas nossas fuças. Só fazem o que a lei recomenda.
A gestão pública não pode e não deve dar lucro. Ela deve ser eficiente. E eficaz. Deve ser feita com transparência, a tal da transparência que você, corretamente, sempre cobrou dos ocupantes anteriores do velho prédio da rua XV, inclusive da sua atual candidata.
Os tais dos “xoques de jestão”, típicos das administrações tucanas nunca foram lá essas coisas. No tempo do FHC tinha até os caras que atuavam no “limite da responsabilidade”, lembra? Limite de responsabilidade é "tucanar" o adjetivo irresponsável. Ninguém está livre de ser irresponsável, mas os doutos tucanos, que se arvoram os reis da administração, que fizeram?  Lembra-se do Çerra, das discussões durante a campanha de 2010, na qual você, no comando do “Bacucu”, foi um aguerrido Blog Sujo? O próprio Beto Richa, que tanto alardeou isso de gestão, cadê?
Torço para que você seja eleito vereador, torço muito. Antonina terá muito a ganhar com você na Câmara Municipal. Você vai ser um vereador crítico, que não vai levar desaforo pra casa e que usará seu mandato para legislar e para investigar o poder executivo. Serei seu tiete.
Agora, posar de mais realista que o rei, meu caro? Nem a tua “rainha” prega isso! Pensa bem, que essa sede de poder que você embarcou está te fazendo trair alguns princípios. Você criticou traíras e traições recentemente no “Bacucu”, mas será que você também não traiu princípios, traiu seu passado? Sei que você escreveu que quer ser pragmático, mas esse é um problema das pessoas boas: quando fazem o mal feito, não fazem direito. Larga esse osso (aliás duro de roer!) e vem pro gueto. A blogosfera te espera. 

5 comentários:

  1. Deveria fazer igual o Orlei Antunes de Morretes.

    Veja o q disse ele:

    A partir desta quarta-feira, 22 de agosto, estou oficialmente candidato a vereador pelo Partido Progressista, o PP. O meu partido é coligado com os partidos: PSDB, PMN, PDT, PTB, PSL, PSD. Não vou participar de comícios, eventos públicos com a participação do candidato a prefeito. Entendo que esta é a única maneira, em caso de vitória, de legislar com independência e isenção. Acho despropositado o vereador eleito ser rotulado como vereador do Prefeito ou do grupo do Prefeito. Prefeito é Prefeito, Vereador é Vereador, como Água e Vinho. Cabe ao vereador fiscalizar os gastos do executivo a exaustão, exigindo transparência nos seus atos e estar pronto para acionar o MP sempre que achar necessário. Acredito ser capaz de fazer um bom trabalho na Câmara.

    tbm fiquei um pouco decepcionado com a opçao do Neuton

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    1. Valeu Masca por me avisar da matéria, passei batido esses dias..., estou esquecendo de acessar até os e.mail.. rss

      Um abraço..

      Neutinho

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  3. <<>>

    E se foi o Orley que postou este comentário, concordo plenamente com o seu ponto de vista..., os que me conhecem sabem muito bem que serei vereador para legislar para o povo e não para o prefeito, seja este quem for...

    Quanto a gestão pública nos moldes de gestão empresarial meu querido amigo Jeff, (AMIZADE esta que já podemos dizer assim, de longas datas)... Retomando: "O que há de diferente nisso da gestão pública?" Tudo meu nobre,tudo... pegando a nossa Deitada a Beira do Mar (parafraseando o amigo)então, não há similaridade nestas gestões mas nem próximo a ilha do Quatinga.

    ...eu sei que gestão empresarial é sinônimo de atividades econômicas, de circulação de bens e serviços visando obter lucros, lógico que sei, pois trabalhei durante 20 anos com esta demanda...

    ...o que eu quero definir entre as duas gestões é o caráter multiforme, a complexidade que a gestão pública exerce em suas áreas de atuações, no caso de Antonina, sem nenhum tipo de cobrança, onde acarreta um péssimo serviço à população...

    O assunto é complexo e demandaria de mais tempo, precisamos sentar para conversar meu amigo... só peço que confie em mim, e acredite.., se as coisas não saírem a contento, pode ter certeza que serei o primeiro a berrar..., pode acreditar.

    Um araço.

    Neuton Pires

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    1. Caríssimo: em primeiro lugar, bemvindo. muito bom ter seus posts por aqui, pra variar um pouco. Que eu confio no amigo é a mais pura verdade. Voce vai ser um baita vereador. Trabalhamos na iniciativa privada durante muito tempo e sabemos as diferenças. Mas pelo que vejo do que você me diz, a diferença é uma cobrança maior por trabalho e resultados por parte dos funcionários públicos. Isso pode ser obtido á custa de chicote (cobranças) ou torrão de açúcar (incentivos). Funcionário motivado é outra coisa, dá carrinho no meio de campo, cruza e vai cabecear. Outra coisa é a transparência dos gestores, que é essencial no serviço publico e pouco exigido no setor privado - trabalhei em empresas familiares e sofri isso na carne.
      O problema que vejo é como usar o chicote e o torrão de açúcar num contexto funcionalismo publico já meio viciado, e que se acha dono do pedaço. Este tipo de funcionário vai criar obstáculos e dificuldades. E não pode ser mandado embora, como na empresa privada. abraços e boa sorte!!

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