O escoteiro antoninense Milton Horibe entregando a Mensagem a Getúlio Vargas, em Petrópolis, fevereiro de 1942; uma grande epopéia tinha ali seu ponto máximo. |
(Estamos no mês de dezembro de 1941. Enquanto o mundo está em
Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de
Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, estão desde 16 de dezembro de 1941 numa marcha a pé rumo ao Rio de Janeiro
para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. Esta é a primeira de uma serie de postagens até o dia 5 de março, onde será contado o dia-a-dia da aventura. )
Poucas histórias sobre Antonina são tão cheias de ardor e
espírito épico que a história da Marcha dos Escoteiros da Patrulha Touro, em
1941-42, a pé, de Antonina até o Rio de janeiro, perfazendo cerca de 1250 km. A
aventura de quase três meses dos quatro rapazes viajando pelo Brasil para
entregar uma carta ao Ditador Getúlio Vargas, em pleno Estado Novo, é, antes de
mais nada, uma boa história.
Dela, já se falou muito. Histórias correm, daqui pra lá de
lá pra ali, sobre estas aventuras. Entrevistas, cerimonias comemorativas,
textos em jornais e revistas (e mesmo dezenas de textos aqui neste blog
modesto, mas honesto), assim como documentários mais ou menos teatralizados feitos
para a televisão foram realizados.
O texto dos diários do escoteiro Lídio Cabreira,
digitalizado há mais de duas décadas, é a fonte principal. O que se pretende
com esta serie de postagens é fazer uma cobertura a mais completa possível de
toda a aventura, desde seus primeiros momentos em dezembro de 1941 até a volta
triunfal dos rapazes para casa, em março de 1942.
Além de contar a história dos diários de Lídio, que são o
fio condutor desta narrativa, foram acrescentados outros dados, como
informações das cidades que os escoteiros passaram, muitas delas visitadas em
anos recentes pelo autor destas linhas. Foram também realizadas pesquisas em
jornais da época, principalmente os jornais do Rio e de São Paulo. Nelas, a
aventura dos meninos está lá, ora como curiosidade, ora como espanto.
Como todo relato, este é um relato incompleto. Faltam os
originais do diário de Lídio, os quais poderiam trazer mais informações sobre a
aventura. Faltam também mais documentação sobre os contatos entra a tropa Valle
Porto, em Antonina, e a União dos escoteiros do Brasil, no Rio de Janeiro.
Faltam mesmo documentação da própria UEB, que nunca reconheceu de maneira
categórica a marcha dos escoteiros antoninenses como uma das maiores façanhas
do escotismo brasileiro.
A cidade de Antonina, nossa querida Deitada-a-beira-do-mar,
sempre soube reconhecer os feitos dos rapazes. Muitas homenagens já foram
feitas. Milton Horibe, o escoteiro de 1ª classe, e que foi o responsável pelo
destino de entregar a carta a Getúlio Vargas, é nome de rua em sua terra.
Uma história pode ser contada de vários jeitos. É o que
costumamos chamar, neste nosso tempo tão difícil, de narrativa. Este é um
convite. Convido a todos meus amigos e leitores deste blog a seguir esta
história, que iremos contar aqui, ao longo dos próximos meses.
Depois de longa ausência, você reaparece disposto a contar a saga desses valentes escoteiros antoninenses. Então, mãos à obra, que competência você tem de sobra. Grande abraço!
ResponderExcluirObrigado pela gentileza, meu querido Edson!! Estava (estou) focado em outras coisas, mas estou também com bastante material para soltar...vamos ver se tenho fôlego!! Abraços!!
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