sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

DORME DORME BLOGOSFERA..

Nesses dias chuvosos, chuva mansa e calma caindo pelos beirais das casas, a blogosfera dorme. Dormirá o sono dos justos, o sono daqueles que chegaram ao limite das forças e que, agora, sob a calma das cobertas, se recompõe para mais um dia de lutas? Ou dormirá  sonos intranquilos, coração oprimido, sonhos com os monstros que o sono da razão produz?

Em vários locais da Deitada-a-beira-do-mar, pessoas ficam inquietas com essas chuvas que não cessam, dormem sonos intranquilos ao escutar o manso barulho das gotas no telhado. Lembram-se angustiadas de outras noites de medo e de desespero de um passado não tão distante. Mas, indiferente ao sono intranquilo dos que tem razões para temer o excesso de chuva, a blogosfera dorme.

O corpo fica cansado daquele lado, e ela, a blogosfera se vira de lado, procurando uma posição, que logo encontra. Lá  fora pessoas estão trabalhando, descarregando caminhões de mercadorias, transportando coisas de um lado pra outro, indo trabalhar no escritório. Os pés estão gelados, o sapato que molhou, as incomodações-outras da chuva que cai, mansamente, há vários dias. A blogosfera dorme.

Há seca no Nordeste. Milhões de pessoas sem água, nesta que é a mais silenciosa das catástrofes naturais. Falta agua para a comida, para o banho, para os animais. As nuvens também não chegam para os agricultores do interior do Rio Grande do Sul, temerosos por sua safra de arroz, agora pouco irrigada. Longe de tudo isso, e debaixo de seus macios edredons, a blogosfera dorme.

Mas e esse sono, e esse torpor? Será que é  só a chuva que cai? Ou dorme a blogosfera por outros motivos? A blogosfera dorme ou a blogosfera hiberna? A blogosfera dorme ou a blogosfera se ausenta, se cala, esperando um momento melhor pra se pronunciar?

A blogosfera dorme porque se ausenta, se ausenta porque espera. A blogosfera espera as definições da política, da rude política municipal, a única agenda possível neste ano de Olimpíada. Não se fala de esportes, não se fala de cultura, e muito menos de economia: a blogosfera capelista dorme sonha e acorda falando em politica municipal.

Eu nem deveria estar aqui escrevendo, tenho outras coisas a fazer: aulas, provas, bancas e outros cavacos da vida acadêmica. Mas acho que devo me pronunciar, se houver quem queira escutar: a blogosfera anda em estado de espera para as tais das convenções dos partidos, pra saber como as composições das chapas serão fechadas. Ninguém aí pro Rio mais 20, pra final da Copa do Brasil, pro grandioso jogo do Furacão contra o Ceará no Inferno da Segundona. As pessoas querem mesmo é o poder.

Acho que devemos nos preocupar com o poder sim. A catalepsia da ultima semana na verdade corresponde a um tufão nos bastidores da cena, uma briga de foice que não é bonita de se ver. Tirem as crianças da sala. Como um comentarista do cotidiano nascido na terra de Bento Cego, tenho dois olhos e acho que vejo bem, embora a idade tenha me forçado cada vez mais ao uso de óculos. A blogosfera dorme. Quando ela acordar de novo, o que sonharemos?

(postado originalmente no Bacucu com Farinha em 21/junho/2012)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

EXAMES ESCOLARES


Como de costume, para os exames de Escolas isoladas, o Sr. Inspetor nomeia uma ou duas professoras de escolas isoladas, ficando assim constituída a banca examinadora.
No ano de 1948 as duas examinadoras, de acordo com as instruções, efetuaram os exames de todas as escolas.
Em uma das escolas a professora dando uma demonstração sua capacidade de ensino e da habilitação de seus alunos fez uma exposição à banca examinadora do grau de instrução que tinha ministrado aos mesmos.
E começou o exame.
A certa altura a examinadora pergunta a um aluno, "você tem 2 bananas, come uma, com quantas fica?"
O aluno prontamente responde com 1...
"você menino, tem uma banana e come, com quanto fica?"
Responde o aluno: "com a casca, professora ..."
Foi motivo de riso a pronta resposta do aluno.
Em outra escola a examinadora perguntava aos alunos:"Quem nasce em São Paulo o que é?" Respondeu um que é paulista, quem nasce no Paraná paranaense. E que nasce em Alagoas, houve um silencio...
A examinadora: "Respondam, é tão fácil..."
Um caboclinho responde prontamente lá do canto...

"Quem nasce na lagôa é sapo".

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

19 DE FEVEREIRO: SEMPRE ALERTA!

Os escoteiros da Tropa Valle Porto, agitando a Deitada-a-beira-do-mar nos anos 1940

Hoje, há setenta e três anos atrás, o escoteiro Milton Oribe entregava uma carta à Getúlio Vargas. Era o momento culminante de uma saga que havia começado em 16 de dezembro de 1941, quando os cinco escoteiros, Alberto, Milton, Antônio,  Manoel e Lídio, partiam de Antonina com destino ao Rio de janeiro. A história está ainda viva na cidade, todos sabem contá-la. Existe a foto, incessantemente reproduzida, da entrega da carta. Existe o diário de Lídio dos Santos Cabreiro (o Canário), que conta os pormenores da caminhada. Volta e meia, algum jornal dá conta do sucesso: foi assim com a recente e boa edição do jornalista Diego Antonelli, da Gazeta do Povo (aqui). Nosso querido Luiz Henrique da Fonseca também começou a publicar as aventuras em seu blog (aqui), “As aventuras da patrulha Touro”, que terminou sem terminar. Tem mais, Luiz?
De resto, existe o relato factual de Canário: ele nos mostra um grupo de meninos-adolescentes do anos 40 numa real aventura. No seu diário, refeito em 1985, mostra as agruras que passaram, os perrengues todos e as festas que fizeram no carnaval do rio de janeiro. Um precioso depoimento de época. Ali sabemos que o chefe Alberto Storache não foi ao encontro com o ditador porque ficou no banheiro do quartel enquanto o caminhão com os meninos saia. Quem entregou foi Milton Oribe, talvez o segundo na linha de comando. Ironias do destino...
Em anos passados, fiz alguns questionamentos em meu blog, sobre alguns pontos obscuros e o real significado da saga (aqui). Ainda permanecem obscuros os seus resultados concretos , bem como é importante saber como isso ocorreu, já que foi uma ação planejada de dentro do Estado Novo. Qual foi seu impacto nos anos seguintes? Como isso mudou (ou não) a cidade?
Toda uma geração foi educada no escotismo, sob a sombra dos meninos-heróis. Ser escoteiro e ainda mais escoteiro de Antonina não era brincadeira: o movimento escoteiro do Paraná – e do Brasil – sabia e dava o devido valor à aventura dos meninos capelistas. Hoje vejo meus colegas de farda orgulhosos exibindo as suas – nossas – fotos nas redes sociais. Refletem todo um movimento importante da juventude que marca nossa experiência no século XX. Ser escoteiro tinha o seu valor.
Lidio Cabreira, no final de sua narrativa exorta a que alistemos nossas crianças no movimento escoteiro: “você estará criando o seu filho amigo, leal, cortes, bondoso, útil e sem vícios e cumpridor de seus deveres”. Alguns vão dizer que isso falta hoje em dia, que não temos mais valores, e tudo isso. Acho muito relativo e até mesmo perigoso. Eu mesmo não sei  se ainda cultivo algum valor, se  sou leal, cortes ou bondoso, se faço minha s boas ações ou se sou um bom cidadão. De boas intenções andam lotados os círculos infernais.

Mas sei que o Movimento Escoteiro, para além de suas boas ações, fez de mim este ser que ama seus amigos de farda e sua terra, a bela Deitada-a-beira-do-mar que inspirou essa e outras belas histórias pra serem contadas em tardes felizmente chuvosas como a que estou vendo agora de minha janela. É isso que eu gosto de ver naquelas fotos antigas em preto e branco que vira e mexe são postadas na rede: este é você, este é ele, este sou eu. Somos todos orgulhosos escoteiros de Antonina. 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

CHEIRO DE PANO QUEIMADO



Certa vez um desse muitos boêmios que existem chegou em um butéco e perguntou se tinha um aperitivo bem forte.
O garçon pôs alcool com outra mistura e o deu - ele achou bom, mas não muito.
No dia seguinte o mesmo voltou ao butéco e solicitou outra dose mais forte se possível...
O garçon lembrou-se que o seu patrão tinha tirado o acumulador do auto e despejou a água da carga do mesmo (ácido) em um vasilhame apropriado.
O garçon retirou um copo de água do vasilhame fez uns pingados, e deu ao boêmio. O mesmo tomou e lambeu-se; e sahiu dizendo, "esta sim é forte, até parece que queima".
Encontrando um bloco de amigos de sua espécie parou para conversar, o efeito não se fez demorar, sentiu vontade de soltar um perdido e, pedindo licença aos companheiros assim fez. Um reclamou o cheiro forte e outro alegou que sendo Semana Santa era pecado atirar traques, tudo em gozo da boemia.
Um minuto depois exalou um cheiro de pano queimado, e disse um, "Quem está pegando fogo?"

Verifica dali, daqui, e o tal estava com a cueca e a calça queimada, efeito do perdido que soltara.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

O RIO QUE TUDO ARRASTA

Os professores na invasão da AL-PR. copiei daqui:  http://bitly.com/1zxB5lr

Estive uns dias bem longe, na cidade mineira de Pihum-hi, no alto São Francisco, próximo a Furnas, para uma atividade didática com meus alunos. De volta a Campinas é que pude ver o que foi a manifestação de 12 de fevereiro deste ano em Curitiba. É a gente bronzeada das redes sociais (e dos movimentos sociais) mostrando seu valor. Que maravilha, meninos.
De um lado, um governador que atropelou e fugiu. Beto Richa foi o único responsável pela crise econômica que atravessa o estado. Fazendo o que? Com certeza não foi politica publica e de inclusão. Foram quatro anos medíocres, sem compromisso com a população. Na reeleição, surfou em cima da onda antipetista, aliou-se ao que se tem de mais atrasado na politica paranaense e se deu bem, se reelegendo ainda no primeiro turno. Mas e ai? Mais um governador medíocre que o Paraná tem. Beto Richa é um politico sem expressão nacional governando um estado rico economicamente e medroso politicamente. E agora, Beto? Vai Continuar mastigando isopor? Até quando isso vai dar certo?
É claro que não deu. O Brasil não é mais o pais de antes de 2013, para o bem ou para o mal. O mau humor do povo nas ruas bate à sua porta e não tem mais volta. Os movimentos populares vieram para ficar, mesmo que eles ainda não saibam disso. O governador convocou sua lamentável tropa de choque, comandada pelo “delegado” Francisquini, político bufão e sem fibra. Adoráveis as gozações de sua empulhação e de sua covardia quando é a hora de lutar o bom combate. Contra a massa organizada não há argumentos. Beto Richa viveu seu dia de Álvaro, o Dias. (este, aliás, somente outro dos bufões que a politica paranaense adora inventar e manter no circo da “polititica” local).
É de se rir quando se fazem apelos pela ordem chamando os adversários de baderneiros, de vândalos. É o padrão Casa Grande, querer que a Senzala se comporte e seja bonitinha mesmo quando é aviltada e humilhada pelos sátrapas de plantão.  A crise não foi provocada pelos professores paranaenses, categoria corajosa e que sempre está na liderança dos movimentos sociais num estado amorfo e sem brilho próprio. Desde os anos 70 os professores foram a vanguarda das movimentações sociais no estado. Chamar de baderneiro quem está lá na linha de frente do ensino falido que nossos governantes impingem à massa não é só cinismo, é deboche.
Do rio que tudo arrasta se diz violento, mas não se dizem violentas as margens que o oprimem”. Nada como o bom e velho Bertold Brecht para nos lembrar que, no século XXI os movimentos sociais não estão mortos como queriam alguns. Lembrar que existem muitos combates a serem lutados na área social e politica. Internacionalmente, a intervenção da maior potência militar do planeta deu origem a uma instituição política que não fazia sentido desde o século XIII, o califado. Aqui no Brasil pululam os que querem aumentar seus ganhos a custa de miséria, desemprego e especulação econômica. Guincham aqui e acolá velhos e novos lacerdistas. No Paraná os “xoques de jestão” de Beto Richa levaram o estado a ser realmente um estado mínimo. Não sei quais seriam os próximos passos nesta luta. Mas dignidade não se negocia, se conquista. Parabéns aos mestres por essa lição ao governador e seus gorilinhas de papel.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

FEVEREIRO NA DEITADA-A-BEIRA DO MAR!!



4/02/1950

Com a presença do Dr. Pinheiro júnior representando o Governador Moysés Lupion, João Chede, Nagib Chede e outros, foi as 16,30 horas no Teatro municipal, feito a inauguração da Rádio antoninense Stela - "A sentinela democrática do ar".
(anotações MANECO PICANÇO)

4/02/1949

É rezado um terço na Laranjeira (O primeiro terço)
(anotações MANECO PICANÇO)

05/02/1925

Nascia, em São Paulo, Wilson Rio Apa

08/02/1931

Falecia, em Petrópolis- RJ, Antônio Luiz Von Hoonholtz, Barão de Tefé

10/02/1954

Renuncia ao cargo de prefeito de antonina o Sr Ivo Silva, eleito pelo partido trabalhista brasileiro (PTB)(anotações MANECO PICANÇO)

10/02/1937

Falecia, em São Paulo, o Conde Francisco Matarazzo

11/02/2004

Falecia Heitor Vieira (Relen Salu Berg)

15/02/1842

Nascia, em Porto de Cima, Antônio Ribeiro de Macedo  (Coronel)

16/2/1931

O Jornal de Antonina foi fundado por João da Cruz Leite (anotações MANECO PICANÇO)

16/02/1854

Nascia Teófilo Soares Gomes

16/02/1920

Inaugurado o Estádio Francisco Pinto (A. A. 29 de maio)

16/02/1947

Era fundada Escola de Samba do Batel

16/02/1991

Era fundada Escola de Samba Leões de Ouro

17/02/1962

Inaugurado o Cine Ópera

19/02/1942

Escoteiros de Antonina entregam mensagem a Getúlio Vargas

22/02/1979

Era fundada Escola de Samba Unidos do Portinho

27/02/1932

Falecia, em Curitiba, Ermelino Agostinho de Leão