(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)
O fascistus foi um gênero de vermes muito comuns no início do Cenozóico. Existem indícios de uma ampla especiação em escala planetária, com registros fósseis mais importantes no eoceno da Itália (fascistus sp) e posteriormente uma espécie mais virulenta no oligoceno alemão (fascistus nazionalsozialistus). Existem registros que o fascistus, proliferando-se a partir das cervejarias de Munique, tornou-se a espécie dominante no mioceno alemão, também com registros um pouco posteriores na Espanha (f. francus) e Portugal (f. salazaristus), entre outros.
O fascistus era uma espécie muito agressiva, ameaçando seriamente o espaço vital de outras espécies importantes em diversos ecótones, às vezes assumindo o papel de exterminação em massa (Mengele & Eichmann, 1943). Particularmente ferrenha foi a disputa de espaço entre os fascistus sp e o sinistrus sp (ver sinistrus) em varias partes do planeta durante o plioceno (Molotov & Ribentropp, 1939). Alguns roedores do mioceno da Inglaterra (Liberalistus anglicensis) também foram competidores do fascistus (Chamberlain & Churchill, 1940). Um pouco mais tardio, o mamífero Roosevelticus newdealorumdo mioceno e plioceno da America do norte também foi um importante competidor do fascistus, apesar de suas notórias dificuldades de locomoção dos membros inferiores (Eisenhower et alii, 1941, atas do Congresso de Palentologia Imaginária de Pearl Harbour). A conjunção destes diversos competidores, assim como a falta de alimentos e combustíveis em seu próprio habitat levou à extinção violenta da maioria das espécies de fascistus ao fim do pleistoceno (cf. atas do Congresso de Paleontologia Imaginária de Nuremberg, 1946). Entretanto, algumas espécies isoladas de fascistus sobreviveram e chegam até os dias de hoje, embora muito insignificantes na moderna cadeia alimentar (Olavo de Carvalho, com oral, 2014).
Na America do Sul tivemos duas épocas de irradiação do fascistus. Antes do Plioceno, tivemos alguns espécimes de platielmintes que mimetizavam o fascistus, adquirindo alguns de seus hábitos, como o Salgatum integralis do Brasil e o peronius fascistus da Argentina. O Salgatum integralis, de coloração verde, era praticamente inofensivo, embora tivesse língua ferina (Lacerda, 1954; Quadros, 1961). Já o peronius foi mais importante, e derivou para outros espécimes com características bem distintas da original, embora ainda pertencentes ao gênero peronius, como o p. montonerus, o p. menemistus e, atualmente, o peronius kirchnerii (Borges & Casares, Imaginary Paleontology review, Special Issue, 1988).
O fascistus, principalmente da subespécie milicum, reintroduziu-se tardiamente na America do Sul a partir de locais na America do Norte depois do fim do plioceno (McCarty, 1953; Nixon, 1968, atas do Congresso de Paleontologia Imaginária da Filadélfia). Instalando-se em diversos ambientes diferentes e, sem competidores naturais à altura, o fascistus dominou o continente sul-americano durante o pleistoceno inferior. Foram particularmente importantes of. mediciis e o f. videlius, no Brasil e na Argentina respectivamente (cf. Costa e Silva, 1968; Galtieri & Massera, 1975, Imaginary Paleontology Review). Uma das espécies mais resistentes, o fascistus milicum pinochetieri, do pleistoceno chileno, foi particularmente letal, tendo alguns espécimes sobrevivido até perto do presente (Bachelet & Frei, 1991, atas do Congresso de Paleontologia Imaginária de Viña Del Mar). Apesar de ter sido julgado extinto ou controlado, ainda temos muitos casos de contaminação por fascistus em diversas partes do mundo (Sarkozy & Le Pen, 2002; Berlusconi, 2005; Índio do Brasil et alii, 2010). Mais recentemente, descobriu-se tratar não de vermes do fascistus típico, mas espécies de piolhos que provocam uma sarna e dão arrepios ao coçar feridas antigas e já cicatrizadas, como o milicus depijamus e o filhotis dictaturii (Kataguiri & Harakiri, 2015), deixando os organismos de saúde sob alerta. Xô, fascistus!!
(NE - Por vezes, o fascistus pode infestar as aves da família dos ramphastidae. De quatro em quatro anos, quando trocam as penas sob a influência da infestação genérica de fascistus, estas aves perdem as penas e, completamente calvas, emitem um canto triste, retrógrado mesmo [R. Azevedo, comunicação verbal]. Quem já ouviu confirma que é muito triste aquele cantochão vindo de aves de tão bela plumagem).
PS - Neste breve post não nos referimos a especies ainda vivos, só os já devidamente extintos. Mas, na Paleontologia, mesmo na Paleontologia Imaginária, tudo é uma questão de tempo...