sexta-feira, 23 de maio de 2014

MUTATIS MUTANDIS

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)
Dentre os numerosos espécimes de cordados que temos analisado do ponto de vista da Paleontologia Imaginaria, o Mutatis mutandis é uma das mais interessantes pelos desdobramentos de seu estudo. Trata-se de uma espécie de peixes que vivia mudando de um ecótone para outro, com uma intensa atividade que durou praticamente todo o Fanerozóico. Segundo Granero (1968, 2014), essas mudanças eram eventos especiais, que envolviam diversas e distintas etapas de desenvolvimento, e envolviam quase todo o ambiente nos quais estavam inseridos, incluindo diversas outros espécimes.
O Mutatis sp mudava-se primeiramente guardando objetos e utensílios em compartimentos na forma de caixas e sacos, amontoando esses objetos ao redor de seu ninho. Era grande a quantidade de objetos descartados neste processo (Giulian & Granero, atas do congresso de paleontologia de Feira de Santana, 1999, pag 201-235). Estes autores calculam a quantidade de materiais descartados em 30% do total de objetos do Mutatis mutandi.
No transporte dos objetos, era requerida a presença de animais do gênero Descuidadus sp, sempre presentes em grandes quantidades nesses eventos. O Descuidadus colocava os objetos de qualquer jeito nos transportes, em geral quebrando espelhos, vasos caros, quebravam plantas, esqueciam porcas e parafusos, riscavam as paredes, trocavam caixas e outros comportamentos bem reconhecidos no registro paleontológico, aumentando o descarte de objetos ao fim da segunda fase da mudança (Luisão Mudanças et al., atas do congresso de paleontologia imaginaria de Apucarana, 1994, pag 307-428).
Muitos destes também se extinguem durante estes episódios de mudança dos mutatis mutandis. Estas situações de extinções em massa podem atingir escala mundial. Durante o transporte, verifica-se que numerosas outras espécimes também se mudam, como os canídeos Caidus caminhonis e muitos outros seres, como roedores, plantas e insetos. Hoje se acredita que a extinção em massa do fim do Cretáceo foi causada por uma mudança domiciliar na região de Chichxlub, no Iucatã. Essa problemática foi tratada, entre outros, por Manuel Joaquim, em seu trabalho seminal intitulado “o Mundo Gira e a Lusitana Roda”, (Éditions du Chémin, 1956).
Os modernos estudiosos do tema não têm duvidas sobre o papel do Mutatis mutandis nas grandes extinções em massa do registro paleontológico. Para Granero (1995) três episódios de mudança do mutatis mutandis equivalem a um incêndio de grandes proporções, destruindo praticamente todo o meio. Por outro lado, Luisão Mudanças (2013) pondera que mudanças de pequenas proporções também podem acarretar danos ambientais profundos, principalmente se estiver relacionado com o Descuidadus sp.
No entanto, a irregularidade do registro paleontológico em escala planetária não garante que estejamos, ainda hoje, imunes a tais catástrofes (Fink, 2008, Atas do Congresso de Paleontologia Imaginária de Johanesburgo, p425-456). O mutatis mutandis deve ter sido extinto no final do Paleoceno, em meio à fase interglaciar Mindel (Fink, op. cit.). No entanto, alguns especialistas garantem que mais mudanças vêm por aí. Reservem muitas caixas de papelão, comprem uma boa fita adesiva e Salve-se quem puder.