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domingo, 1 de setembro de 2019
ANO NOVO EM ITAPETININGA
Quartel do 5º BC de Itapetininga, onde os rapazes ficaram na véspera de ano novo de 1942 |
As 6:00 da manhã os meninos partiram de Gramadinho, com
destino a Itapetininga. Agora, a estrada era mais plana, com uma paisagem
marcada por morros suaves. Era tão plano que as maiores elevações eram as
arvores e capões de mato, circundadas por casas de fazenda. A estrada seguia
cercada de grandes pés de eucalipto, que tornavam a paisagem mais tranquila e
fácil de percorrer. Ao redor, sucediam-se grandes plantações a fazendas de
gado.
Os rapazes também estavam mais acostumados com a caminhada,
que se fazia sem maiores esforços. Já não sentiam tanto esgotamento físico.
Somente no fim do dia batia um certo cansaço. E foi lá pelas 16 horas que eles
chegaram em Itapetininga.
Itapetininga era sede do 5º batalhão de caçadores, o 5º BC,
onde os meninos procuraram alojamento. Milton e Lídio já conheciam o quartel do
5º BC, em janeiro de 1940, vindo de um encontro escoteiro em São Paulo, os dois
ali estiveram, pois havia a ideia de um grupo escoteiro na cidade, que acabou
não vingando.
No quartel, foram recebidos pelo comandante, o tenente-coronel
Orlando Werney Campello, que os tratou muito bem. O Tenente-coronel contou-lhes
que na mocidade também tinha sido escoteiro, o que os deixou bem felizes. E os
alojou numa das companhias do batalhão, onde deixaram as tralhas e entraram na
fila do rango.
Depois do rango, os rapazes foram procurar o prefeito da cidade,
para que assinasse o livro de passagem. No entanto, o que chamou atenção dos
rapazes foi uma festa religiosa. Era a festa de Nossa Senhora Aparecida do Sul,
padroeira da cidade.
Segundo Lídio nos conta em seu diário, era uma festa muito
grande. Não faltaram romeiros, animados por cinco bandas de música e muitas
barracas de comida. Na hora da festa, a igreja matriz foi iluminada por
centenas de lâmpadas elétricas, que impressionou bastante os rapazes.
Lá pelas onze da noite, os rapazes voltaram ao quartel, para
esperar a chegada do ano novo. Deitados nas camas, os cinco rapazes escutaram a
grande festa de fogos e de repique de sinos e apito das fábricas saudando o ano
de 1942 que se iniciava.
No entanto, naquele momento, segundo anotou Lídio em seu
diário, todos os cinco estavam quietos, deitados em suas camas de quartel e
pensando nos seus familiares lá, na cada vez mais distante Antonina.
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