O Largo dos Pinheiros, em São Paulo; Aqui os escoteiros chegaram em 8 de janeiro de 1942 |
(Estamos no mês de janeiro de 1942. Enquanto o mundo está em
Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de
Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, estão desde 16 de dezembro de 1941 numa marcha a pé rumo ao Rio de Janeiro
para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. No episódio de hoje, 08 de
janeiro de 1942, Beto, Milton, Lydio, Antônio (Canário) e Manoel (Manduca)
estão chegando em São Paulo, 1ª etapa da viagem.)
Em Cotia, na casa do prefeito, Lydio havia feito um tratamento
com gelo. Somado ao repouso que teve, foi o suficiente para que ele se
recuperasse. Agora faltava pouco para que chegassem em São Paulo, terminando a
segunda parte da jornada.
O prefeito de Cotia foi muito legal com os rapazes, e eles
ficaram bem impressionados com sua recepção. Lídio conta que eles partiram de
Cotia com saudades da noite boa que tiveram.
Os rapazes estavam indo pela estrada, quando um caminhão
parou bruscamente no acostamento. A princípio meio desconfiados, os rapazes
ficaram felizes quando o caminhoneiro que desceu feliz do caminhão começou a
perguntar a eles sobre a viagem, e como eles estavam indo.
Era o João Martins, mais conhecido como Fumaça, conhecido de
chefe Beto. Estava conduzindo uma mudança de Minas para o Paraná ou para o Rio
Grande (Lydio não soube dizer), quando viu os rapazes na beira da estrada.
Os rapazes continuaram, e fizeram uma rápida refeição e
continuamos a caminhar. A estrada seguia cada vez mais movimentada a mediada em
que se aproximavam de São Paulo. As 15:30 horas começaram a entrar na cidade,
encerrando a segunda etapa do Raide.
Desta forma, os escoteiros passaram pelo instituto Butantã,
onde está localizado o maior serpentário da américa do sul. Seguiram logo
depois pela Eusébio Matoso. Acabaram por parar na delegacia de Pinheiros, onde
pediram pernoite.
Já era de noite, e procuraram a Associação de Escoteiros,
mas não conseguiram nada. Lídio comenta que só mais tarde souberam que diversas
tropas escoteiras paulistanas estavam na cidade e não tiveram o interesse em
receber os meninos.
Eles procuraram o Instituto Nacional do Pinho, onde sabiam
que teriam contato, mas não tiveram contato durante a noite. Com isso, trataram
de fazer um lanche nas imediações da delegacia e dormiram mais uma vez numa
cela, oferecida pelo carcereiro de plantão. Apesar de ser uma cela, nos diz Lydio,
tinha beliche para todos e era bem limpinha. Menos mal.
Fico imaginando a sensação desses rapazes na já movimentada São Paulo.
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