Durante minha convalescença, acompanhei com interesse a
polemica sobre a questão da Educação na Deitada-a-beira-do-mar. Ao que tudo
indica, os ânimos ferveram na terrinha, ao sabor das paixões que despertaram algumas
nomeações de João D´Homero na Secretaria da Educação. A minissérie de Márcio
Balera (aqui) com a "dupla dinâmica" da Educação, pela inspiração e pelo humor certeiros, lembrou os
tempos de ouro do nosso sempre querido “Bacucu com Farinha”.
Educação, todos nós sabemos, é importantíssima. Também sabemos
que a qualidade de nosso ensino foi
jogada lá no fundo do poço pelo descaso com que o ensino é tratado pelos
sucessivos governos. Todos se incluem nessa conta: federal, estadual,
municipal. Infelizmente, ensino de qualidade não dá votos. O brasileiro médio tem
outras prioridades. Os governantes também. E tudo se ajeita na mediocridade que
vemos por aí.
Só que hoje, a educação (ou a falta de) tornou-se um gargalo
para o próprio crescimento do país. Sem mão-de-obra especializada, não tem como
ter industrias mais tecnológicas e de ponta. Não tem como ter serviços decentes. Não basta mais saber “mal-e-mal” escrever
e fazer as quatro operações. Temos um atraso de décadas em qualificação profissional.
Mas não é impossível resolver. Países como a Coreia do Sul,por exemplo, com uma população e uma economia compatíveis com a brasileira, deu um salto
gigantesco na área do ensino e é hoje uma nação de ponta no mundo. Conheci alguns
educadores coreanos estes tempos. Gente séria, comprometida, e que se assustou
com nossa realidade e nossos números ridículos.
Por isso, acredito
que a contratação dos secretários “estrangeiros” foi uma cartada de João
D´Homero em busca de uma reviravolta no ensino, de uma arejada na secretaria. Intenções
boas numa área que nunca foi levada muito à sério. No entanto, o caldo
desandou. Por quê?
Não tenho condições de afirmar daqui, mas pelo que li nos
blogs a atuação dos secretários não foi politica, e compraram rapidamente muitas
brigas corporativas. A coisa ficou insustentável e, ao fim, tudo voltou atrás. Com
a nomeação da nova secretária, Lucicléia Lopes, a prefeitura dá uma nova
largada na corrida do ensino.
Conheço Lucicléia de infância. E desejo a ela toda a sorte
do mundo nessa empreitada. É preciso destravar o ensino, melhorar a carreira do
magistério para atrair pessoas qualificadas para esta área. É preciso ter métodos
inovadores de ensino, é preciso tanta coisa... A nova secretária, sendo
professora, com certeza tem uma boa noção destes problemas e saberá dar conta
de sua nada fácil tarefa.
Por outro lado, no calor dos debates, vi muitos comentários pedindo
soluções “caseiras” para a crise, ou seja, que os auxiliares da prefeitura
fossem somente capelistas da gema. Bobagem ou má intenção. Antonina no passado
foi grande porque soube receber pessoas de fora, principalmente as competentes
e talentosas. Temos que deixar a inveja provinciana de lado se quisermos um
futuro, qualquer futuro.
A única coisa a cuidar com políticas atração de cérebros é fazer com que se atraiam pessoas que, realmente
inteligentes, não cheguem botando banca, com posturas arrogantes e
autoritárias. Isso já tem demais, está lotado, pra gente ignorante e boçal não
tem vaga mesmo. Precisamos sim (o Brasil e Antonina) de mais e melhores cérebros.
Na falta de “genteware” com pé no lodo, temos sim que nos valer de competências
de além do rio Sapitanduva, por que não? Nossas crianças agradecem.
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