quarta-feira, 3 de abril de 2013

OS BAGRES E A EDUCAÇÃO


Durante minha convalescença, acompanhei com interesse a polemica sobre a questão da Educação na Deitada-a-beira-do-mar. Ao que tudo indica, os ânimos ferveram na terrinha, ao sabor das paixões que despertaram algumas nomeações de João D´Homero na Secretaria da Educação. A minissérie de Márcio Balera (aqui) com a "dupla dinâmica" da Educação, pela inspiração e pelo humor certeiros, lembrou os tempos de ouro do nosso sempre querido “Bacucu com Farinha”.
Educação, todos nós sabemos, é importantíssima. Também sabemos que  a qualidade de nosso ensino foi jogada lá no fundo do poço pelo descaso com que o ensino é tratado pelos sucessivos governos. Todos se incluem nessa conta: federal, estadual, municipal. Infelizmente, ensino de qualidade não dá votos. O brasileiro médio tem outras prioridades. Os governantes também. E tudo se ajeita na mediocridade que vemos por aí.
Só que hoje, a educação (ou a falta de) tornou-se um gargalo para o próprio crescimento do país. Sem mão-de-obra especializada, não tem como ter industrias mais tecnológicas e de ponta. Não tem como ter serviços decentes. Não basta mais saber “mal-e-mal” escrever e fazer as quatro operações. Temos um atraso de décadas em qualificação profissional.
Mas não é impossível resolver. Países como a Coreia do Sul,por exemplo,  com uma população e uma economia compatíveis com a brasileira, deu um salto gigantesco na área do ensino e é hoje uma nação de ponta no mundo. Conheci alguns educadores coreanos estes tempos. Gente séria, comprometida, e que se assustou com nossa realidade e nossos números ridículos.
 Por isso, acredito que a contratação dos secretários “estrangeiros” foi uma cartada de João D´Homero em busca de uma reviravolta no ensino, de uma arejada na secretaria. Intenções boas numa área que nunca foi levada muito à sério. No entanto, o caldo desandou. Por quê?
Não tenho condições de afirmar daqui, mas pelo que li nos blogs a atuação dos secretários não foi politica, e compraram rapidamente muitas brigas corporativas. A coisa ficou insustentável e, ao fim, tudo voltou atrás. Com a nomeação da nova secretária, Lucicléia Lopes, a prefeitura dá uma nova largada na corrida do ensino.
Conheço Lucicléia de infância. E desejo a ela toda a sorte do mundo nessa empreitada. É preciso destravar o ensino, melhorar a carreira do magistério para atrair pessoas qualificadas para esta área. É preciso ter métodos inovadores de ensino, é preciso tanta coisa... A nova secretária, sendo professora, com certeza tem uma boa noção destes problemas e saberá dar conta de sua nada fácil tarefa.
Por outro lado, no calor dos debates, vi muitos comentários pedindo soluções “caseiras” para a crise, ou seja, que os auxiliares da prefeitura fossem somente capelistas da gema. Bobagem ou má intenção. Antonina no passado foi grande porque soube receber pessoas de fora, principalmente as competentes e talentosas. Temos que deixar a inveja provinciana de lado se quisermos um futuro, qualquer futuro.
A única coisa a cuidar com políticas atração de cérebros  é fazer com que se atraiam pessoas que, realmente inteligentes, não cheguem botando banca, com posturas arrogantes e autoritárias. Isso já tem demais, está lotado, pra gente ignorante e boçal não tem vaga mesmo. Precisamos sim (o Brasil e Antonina) de mais e melhores cérebros. Na falta de “genteware” com pé no lodo, temos sim que nos valer de competências de além do rio Sapitanduva, por que não? Nossas crianças agradecem. 

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