Ao Dr Bernardo Vianna
Hoje ao fitar-te, ó velho campanário
D´hera coberto, triste, abandonado,
A minha alma levanta-te o sudário,
E chorando, relembra esse passado!
Hontem festivo e todo engalanado,
Eras dos crentes meigo relicário,
E teus sinos num doce modulado
Povo chamava para o santuário!
Eu era como tu, feliz, ditoso!
Mas, bem cedo, finou-se tanto goso,
Que banhava em doce alacridade.
Meu coração é templo de amargura,
Onde tange o sineiro Desventura
O carrilhão da magua e da saudade!
Thiago Peixoto, poeta antoninense (1876-1921) (mais, ver aqui)
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