imagens do jogo em Paranaguá: Atlético e Bragantino afundam rumo à terceira divisão - no meio das brumas, à esquerda, a fiel torcida rubro-negra chora e se descabela |
Mesmo no inferno, é bom ter a companhia dos amigos. Mas hoje estou aqui, só com meu amigo verme, o Gusano, o verme da garrafa de mezcal. Para
acompanhar via internet o jogo de hoje, lá (aí) em Paranaguá, estou desfalcado dos
ectoplasmas de Dante Aliguieri e de Virgílio, que estão acompanhando a grande
final da Eurocopa de amanhã, entre a Itália lá deles e a Espanha. Deve ser um
jogão, esse. Enquanto isso, o Furacão de técnico novo – o terceiro em menos de
dois meses – enfrenta o Braga, o bom e velho Braga que, como nós, anda literalmente
caindo pelas tabelas.
Gusano, meu amigo engarrafado, está aqui do meu lado com sua
cara cínica de verme entediado. Lá em Paranaguá, o Furacão ataca e ataca, mas
nada. Se pelo menos fosse o time da Espanha, que toca a bola, mas não tem
penetração, o time não tem nem a bola nem a penetração. Resultado: um monte de
gols perdidos!!
Aos 28 do segundo tempo, pelo placar da UOL, Giancarlo invade
a área do Atlético se enrola com a bola e simula um pênalti. Pela simulação o
atacante acaba advertido com o cartão amarelo. Gusano me olha com uma cara de “eu
não disse?”. Vou ao banheiro.
Dos 33 aos 35 varias jogadas, tudo pra fora: Harrison quem? Thiago
Adan? Thiago Ãn? Cade o ataque desse time, Petraglia!!
Aos 38, olha o contra-ataque dos caras. Wewerton (quem?)
defende. Tá virado em chapéu velho esse time. E agora? Nem encaro mais Gusano aqui
do meu lado.
Acaba o jogo. Gusano fica ali mordiscando umas folhas de
pita. Estou ainda olhando pra tela do computador com cara de pia de mármore velha.
Não acredito. Mais um zero a zero. Maravilha. Em décimo quarto, continuamos caindo
pelas tabelas. Estar no inferno não é pra principiantes mesmo. Tem que sentir o
hálito, neste caso o da terceirona, ali no andar de baixo. Faz parte, com diz o
filósofo.
Pelo menos desta vez o time atacou, mostrou que sabe parar a
bola naquele trecho entre o meio de campo e o gol adversário. O cara, o
Jorginho, vai ter que fazer milagres nestas próximas semanas. Mas, cá entre
nós, a diretoria, com essa frenética mudança de técnicos também tem sua parcela
de culpa.
Enquanto isso, vamos remando, que o barulho da queda está
perto. Temos que escapar da cachoeira. Não tem sido bom estar perto de cachoeira
ultimamente...
Seu texto é primoroso, como sempre, e tanto, que decidi emprestar minha solidariedade ao amigo atleticano nesta quadra difícil, até porque embora o glorioso Coxa esteja até em bom momento, entendo que os dois times não são páreo para paulistas, gaúchos, cariocas e mineiros, nesta ordem.
ResponderExcluirComo é possível que o time campeão brasileiro e vice da libertadores esteja assim tão mal?
O que a direção do CAP está fazendo, além de construir um estádio para dois ou três jogos da Copa?
(Mas imaginar o prezado amigo com cara de pia de mármore velha é, permita-me a dura franqueza, uma delícia!)
Sob meus tradicionais protestos, submeto-me a mais um odioso teste do robô e pergunto: 24 tngpulos seria o número de estranhas criaturas encontradas no armário do Paulo Baier?
como dizia o esquecível Armando Falcão: sem comentários..
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