Enfim, acabou o primeiro turno do inferno da segundona. Até que
não foi assim tão ruim. Depois de um começo meio assim-assim, em que esteve
inclusive cheirando o enxofre da terceirona, o rubro-negro venceu suas últimas
quatro partidas e dá uma respirada. Em sexto lugar, a dois pontos do G4, o rubro-negro
sonha.
Aqui de meu exílio campineiro acompanho de longe, rodeado de
meus amigos Dante e Virgílio, especialistas em inferno. Às vezes, Arthur Rimbaud,
poeta maldito, dá uns pitacos pra entendermos nossa Estadia no inferno. Gusano,
meu amigo engarrafado, dá uns goles de mezcal e segue com suas filosofias. Longe
de tudo isso, mestre Stendhal, o glorioso autor de O Vermelho e o Negro,
mergulha nas profundidades da psiquê atleticana. Quer time melhor?
Pois então. Cerca de dois meses e 19 jogos depois, o rubro-negríssimo
conta com um time totalmente diferente do que iniciou a infernal jornada. Três técnicos
passaram pelo CT do Caju. A diretoria parece confirmar o Drubscky (quem?) como
o técnico titular. Junto com o alivio, uma sensação de que o bode, ao menos por
enquanto, foi tirado da sala.
Dante me conta que no quinto circulo do inferno estão as
pessoas que não sabem lidar com dinheiro. Neste lugar estão os avarentos,
aqueles que praticam a usura e não gastam o que tem e também aqueles que,
pródigos, gastam demais. Numa sala escura e fétida, numa briga que nunca
termina entre os dois lados, os gastadores e mãos-de-vaca escoam seus míseros
dias de eternidade.
Segundo Dante (Virgílio concordou com um grave aceno) alguns
antigos dirigentes rubro-negros já se encontram nestes círculos, sofrendo as
agruras infernais. Outros, ainda em atividade, estão sendo avidamente esperados
no quinto circulo do inferno. Claro está que lá também se encontram outros dirigentes
do futebol brasileiro e mundial, além de políticos, empresários e figuras do
show-bizz.
A Arena da Baixada, segundo Dante, tem aumentado muito o
quinto circulo do inferno, a ponto do Sete-peles, vulgo Capiroto, já ter
pensado em aumentar a sala do Quinto Circulo e fazer um grande salão com sauna
a vapor e massagem da varas. Os empreiteiros do inferno já estão fraudando a
licitação.
Mas, enfim, tem ainda dezenove jogos pra ver se saímos ou
não do inferno. Por enquanto, ali estamos sem qualquer esperança, como é
apropriado em situações como esta. Gusano, a meu lado, dá um gole no mezcal e
dá uns cochilos. Aqui em Barão Geraldo neste fim de agosto, mês do cachorro louco, está uma secura só, com direito a
fuligem, olhos ardendo e nariz seco. Um inferno.
A que saudade que tenho daquele time do tempo do onça, time que tinha: Belini, Durval, Zé Roberto e Djalma Santos... Anos 60...
ResponderExcluirLuiz!!
ResponderExcluireu só me lembro de Sicupira pra frente!! Mas eu tinha - não sei onde foi parar - um autógrafo de Djalma Santos, quando ele jogou em antonina...abraços!
O Jair Henrique de Antonina, também jogou na mesma época do Sicupira.
ResponderExcluiré mesmo? Não sabia disso...eu me lembro que o Atlético vinha jogar em Antonina todo ano; sempre tinha uma festa no 29 de maio e jogo de grátis pra todo mundo...velhos e bons tempos!!
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