segunda-feira, 6 de agosto de 2012

BICUDOS NA PORTA DE CASA!



(Thomas Bigg-Whiter e seus amigos se espantam com a quantidade de pássaros na Antonina do seculo XIX...)


(...)
Durante aqueles três dias de nossa estadia em Antonina tivemos ocasionalmente tempo de sair com nossas espingardas de caça, mas só ao noitecer do segundo dia foi que fizemos a descoberta de que certos campos alagadiços, nos arredores da cidade, estavam cheios de narcejas. Faber (chefe do grupo I) e eu voltávamos de um passeio às matas, naquela tardinha, quando vimos diversas daquelas aves voando. Não as reconhecemos imediatamente, (nunca pensamos em encontrar no novo mundo aquele tipo de ave), mas, atirando numa por curiosidade, ficamos atônitos por ser realmente uma narceja. Começamos logo a caçada, para recuperar o tempo perdido e conseguir algumas no curto espaço de meia hora que ainda restava de claridade. Naquela mesma noite comentamos o caso, enquanto saboreávamos uma boa batida com ovos, como aperitivo para o jantar.
Foi falta de sorte nossa não ter feito aquela descoberta mais cedo. Se soubéssemos da existência daquela mina ali pertinho de nossa porta, teríamos sem duvida feito penetrações profundas, pois, embora fosse boa a comida do hotel, ela não era variada. Comíamos, todos os dias, os mesmos pratos no almoço e jantar. O terceiro e ultimo dia em Antonina aproveitamo-lo caçando narcejas, embora o Sr. Pascoal, para nos animar, afirmasse haver tão grande numero de “bicudos”, como as chamava, no planalto de Curitiba, que era possível mata-los da porta de casa!

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