(Thomas Bigg-Whiter e seus amigos se espantam com a quantidade de pássaros na Antonina do seculo XIX...)
(...)
Durante aqueles três dias de nossa estadia em Antonina tivemos
ocasionalmente tempo de sair com nossas espingardas de caça, mas só ao noitecer
do segundo dia foi que fizemos a descoberta de que certos campos alagadiços,
nos arredores da cidade, estavam cheios de narcejas. Faber (chefe do grupo I) e
eu voltávamos de um passeio às matas, naquela tardinha, quando vimos diversas
daquelas aves voando. Não as reconhecemos imediatamente, (nunca pensamos em
encontrar no novo mundo aquele tipo de ave), mas, atirando numa por
curiosidade, ficamos atônitos por ser realmente uma narceja. Começamos logo a
caçada, para recuperar o tempo perdido e conseguir algumas no curto espaço de meia
hora que ainda restava de claridade. Naquela mesma noite comentamos o caso, enquanto
saboreávamos uma boa batida com ovos, como aperitivo para o jantar.
Foi falta de sorte nossa não ter feito aquela descoberta
mais cedo. Se soubéssemos da existência daquela mina ali pertinho de nossa
porta, teríamos sem duvida feito penetrações profundas, pois, embora fosse boa
a comida do hotel, ela não era variada. Comíamos, todos os dias, os mesmos
pratos no almoço e jantar. O terceiro e ultimo dia em Antonina aproveitamo-lo
caçando narcejas, embora o Sr. Pascoal, para nos animar, afirmasse haver tão
grande numero de “bicudos”, como as chamava, no planalto de Curitiba, que era
possível mata-los da porta de casa!
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