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Hoje fiz coisas que há muito não fazia. Não, não consegui vestir a amarelinha. Ainda estão na minha cabeça o sequestro de vários símbolos nacionais pelos golpistas.
Não é disto que eu quero falar
hoje.
Fui assistir o jogo da seleção
brasileira diante da Sérvia, estreia dos pentacampeões na Copa do Mundo no Qatar,
essa Copa do Mundo tão estranha e infeliz. Mas não é disso que se trata hoje. Fui
com vários amigos e diversos alunos na Estação Barão, o bar dos estudantes daqui
de Barão Geraldo.
Foi uma grande emoção ver tanta
gente reunida e num mesmo sentido. O fato de estarem de verde amarelo me perturbou
no início. Muitos com camisa azul, muitos com camisas alternativas, muitas com
outras camisas. Aos poucos, fui perdendo minha inquietação e fui gostando de
ver aquela multidão. Muita alegria e esperança no ar.
No início, um jogo tenso, com os sérvios
todos na sua grande área, em duas linhas de defesa. Difícil passar por ali. O primeiro
tempo foi só isso. Os meninos do Brasil tentando furar aquela muralha vermelha.
Vermelha dos uniformes vermelhos dos sérvios, bem se diga.
No segundo tempo, a coisa começa
a mudar. A movimentação do time muda, e a barreira sérvia começa a ser
ultrapassada. Numa jogada mais estridente do até então apagado Neymar, Richarlyson
completa para o gol.
Uma imensa euforia toma conta dos
menines onde estou. Uma alegria arrebatadora. É gente gritando, se abraçando,
jogando cerveja para cima, uma grande euforia toma conta da multidão. As coisas
começam a ficar mais tranquilas.
Foi pouco tempo depois. É quando Vini
Jr cruza e Richarlyson, o Pombo, voa para a consagração. Seu voleio, de uma
plasticidade incrível, faz mais cerveja voar ao redor. Golaço. Todos pulam extasiados.
Um gol maiúsculo de um menino estreante em copas do mundo. Que clareza, que
objetividade!
O local onde estávamos foi à
loucura. Gente pulando, gente gritando, gente se abraçando. Levamos uma chuva
de cerveja, confundidas com a chuva errática que começava a cair. Que lindeza o
gol de Richarlyson.
Velho que sou, ali vi Zico, vi Sócrates,
vi Falcão, craques de minha infância/juventude a nos brindar com jogadas
estupendas e muito bem trabalhadas. Vi uma alegria de jogar e uma qualidade que
há muito não via. Que beleza meninos!!
E quantos meninos! Depois que Neymar
saiu machucado, vi ainda Casemiro, Rodrygo, Raphinha, Gabriel Jesus e tantos
outros, todos acossando os grandalhões sérvios, que corriam e não entendiam o
que estava acontecendo. Um show de bola. Fiquei muito feliz de ver tantos meninos
jogando, alegres e com muita qualidade.
Não é pra ficar confiante demais.
A copa, para uma seleção do porte da brasileira, só começa a ser copa depois
das quartas de final. Não é arrogância, é verdade. A Sérvia era um bom adversário,
mas não e um time para afetar o time brasileiro numa Copa do Mundo. No tempo em
que eles eram parte da antiga Iugoslávia, eram melhores. Hoje, separados e
brigados entre si, são só uns grandalhões correndo atras de uma bola.
Tem muita coisa ainda pela frente
nesta Copa, mas fiquei feliz. Fui pra casa feliz. Feliz, inclusive, de saber
que Richarlyson é uma pessoa antenada e atenta ao mundo além do futebol. Não é Sócrates,
mas tudo bem. Sigamos adiante, com alegria.
Com tudo o que passamos – e ainda
estamos passando neste ano – foi um dia de muita alegria e união. Não cabem metáforas
de seleção e povo. Mas cabe a alegria que nos assombra a todos nessa noite de quinta-feira.
É só um time de futebol. Mas parece
mais.
Excelente registro, Jefferson. Compartilho do sentimento.
ResponderExcluirExcelente!!!
ResponderExcluirDisse tudo meu primo!
ResponderExcluirDisse tudo meu primo!
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