(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)
Os homens de bem não constroem Impérios;
apenas lhes fornecem a argamassa.
Millôr Fernandes
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Dentre todos os locais do Leste Africano onde foram
encontrados resquícios de hominídeos fósseis, nenhum tem causado tanta polêmica
quanto a Garganta de Olduvai, onde foram pela primeira vez encontrados os
restos fósseis do homo debem. Segundo
o arqueólogo Osborne Leakey, primo de Richard Leakey, o homo debem foi uma espécie representativa do Pleistoceno inferior de
Olduvai (O. Leakey, 1959). Os principais jazigos fossilíferos, localizado nos
estratos superiores, indicam sua ocorrência imediatamente após as Grandes
Guerras Pleistocênicas (Marshall, 1946).
Algumas características iniciais mostravam tratar-se de uma espécie
dominante, de comportamento bastante singular. Consumia com avidez os produtos líticos
de seu tempo, e desfrutou de um período de grande irradiação, tendo alcançado a
maioria dos locais habitados pelos hominídeos de seu tempo (McLuham, 1960).
Segundo os principais trabalhos sobre o homo debem, a espécie era reconhecida por ser muito produtiva,
produzindo artefatos líticos de consumo para a maioria dos hominídeos de período
(Ford, 1927; Toyota & Ford, 1957; Toyota et al., 1988). Tinha um
comportamento monogâmico restrito, e se acasalava com fêmeas recatadas e das
cavernas (Fora Temer, 2016). Segundo alguns pesquisadores do período, o homo debem era uma espécie muito
respeitada e temida em todo o leste africano (Magnoli, 2011).
Estudos mais recentes, porém, mostram que o comportamento do
homo debem não é tão homogêneo quanto
aparentemente se pensou (Foulcault, 1974). Os homo debem eram na verdade uma espécie
bastante subordinada entre os demais grupos de hominídeos. A espécie verdadeiramente
dominante eram os homo debens, que
controlavam os grandes caminhos murados (wall streeets, em inglês). Os homo debens dominavam a produção dos homo debem e exploravam seu trabalho de
produção de manufaturas líticas (Pikety, 2012).
Frequentemente, durante as crises provocadas pelo homo debens,
os homo debem perdiam suas ferramentas e ficavam sem ter o que fazer, vagando
pelas savanas e consumindo bebidas alcoólicas (Bukowsky, 1960). As fêmeas da espécie
rebelavam-se continuamente contra sua dominação, e os lares chefiados somente
por fêmeas da espécie chegou a representar metade dos locais de moradia ao fim
do pleistoceno (Beauvoir, 1956).
Depois de duas grandes crises, datadas pelo Carbono 14 em 100.929 e
100.208 BP (antes do presente), os homo debem foram praticamente extintos
(Soros & Buffet, 2008). No entanto, algumas espécies de hominídeos inadaptados
para as mudanças daquele início de milênio, acabavam por associar os homo debem
a posturas retrógradas e conservadoras (O. Carvalho, 2013). Espécies parasitas
como o Coxinhus sp e o Australopithecus bolsonarius participavam
de estranhas festividades com os corpos pintados de amarelo e orando para uma
divindade aquática (O Grande Pato), tentando lembrar dos homo debem como um exemplo positivo de hominídeo (R. Azevedo et al.,
comunicação verbal, 2016).
Alguns pesquisadores, no entanto, levantam a hipóteses de que
os homo debem jamais tenham de fato
existido. Segundo estes pesquisadores, a lenda dos homo debem, pacíficos e corretos, foi inventada para que os demais hominídeos
da região se submetessem mais pacificamente aos homo debens (Chomsky, 1980; Chomsky, 2010; Chomsky, 2014). A polêmica
subsistiu durante vários anos, sem resultados satisfatórios (Villa, 2012;
Villa, 2013; Villa, 2014; Villa, 2015).
O que se sabe é que após a provável extinção dos homo debem persistiram vários anos de
disputas no leste africano, entre os lados direito e esquerdo do vale de Olduvai, sobre
quem se apropriaria do material lítico produzido. Não se sabe exatamente o que
resultou, mas a ampla proliferação de hienas e urubus na região pode ser indicativo
de uma extinção generalizada de vários espécimes de hominídeos (O. Leakey, 1964).
Texto engenhoso, gostei muito. E ri muito tb.
ResponderExcluirQue bom , Edson, obrigado!!
ExcluirPaléontologie imaginaire et anthropologie actualiste devrait organiser un congrès de poésie surréaliste.. Signé Jacques Tatin
ResponderExcluirVous etes um rigolo, Monsieur Tatin!
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