domingo, 23 de fevereiro de 2014

URUBLUES, ANO 7

Estou vindo de uma série de viagens, que me custaram uma pequena dor nas costas de dormir em camas emprestadas ou em camas de hotel. Passei pouco tempo em casa, e pouco tempo ainda com os meus e com minha terrinha, que vi rapidinho num domingo ensolarado de janeiro. E que calor!! Pegamos temperaturas de quase 40°C em Porto Alegre, mais de 38°C em Campinas e outro tanto em Minas, de onde volto após 11 dias de trabalho de campo com os alunos (tive nesse meio tempo um prazerzinho extra em viajar pra Londrina pra formatura de minha querida filha Julia). Enfim, estive mais na estrada que em casa.
Agora chega. O semestre começa, e  2014 vem no estrondo, como uma imensa escola de samba iniciando seu desfile na avenida. O tempo passa veloz, e nossa compreensão das coisas fica como se a gente estivesse sempre com vertigem, nosso tempo passa sempre mais veloz do que nossa capacidade de compreendê-lo. O que será do nosso primeiro semestre, espremido entre o Carnaval e a Copa? O que será da Copa e do Brasil durante e depois dela? E das eleições? E do mundo? O que diremos do mundo e das coisas em dezembro?
São sete anos de blog. Sete anos muito bons, onde conheci muitas pessoas, principalmente na minha terra, de onde sai tão cedo. Aprendi muito. Briguei, como tantos. Me decepcionei? Talvez um pouco. Me cansei? Sim, também. Mas nesse ultimo ano tão pobre de postagens o trabalho me consumiu de uma forma mais intensa, de modo que a energia das postagens ficou um pouco baixa. E outros projetos pessoais também me tiraram um pouco do foco do blog.
Mas vamos lá. 2014 está caminhando nas escolas, nas ruas, campos, construções, ainda sob o efeito dos terremotos do ano passado. O Brasil de 2013 foi um país estranho, onde as convicções mais sólidas se desmanchavam no ar, segundo a sempre instigante metáfora daquele velho alemão barbudo. O mundo está na rua e também está na rede. Guerras diferentes das tradicionais, guerras de hackers em espaços virtuais, parafraseando a bela canção do velho Gil. O mundo está estranho e esquisito.
Brasil, Venezuela, Egito, Turquia, Ucrânia – o mundo está nas ruas, rugindo insatisfeito. Não existem bonzinhos e mocinhos, vilões ou heróis. Você faz os seus. Existem interesses, e além destes, as pessoas estão brigando cada vez mais pelos chamados interesses difusos: democracia, tolerância, direitos humanos. Não se pode mais, como o Tzar fez há cem anos, metralhar uma passeata em que o povo pedia liberdade e passar impune. O presidente da Ucrânia caiu, Kadhafi caiu, nosso bom Alckmin aqui em nossas bandas teve que recuar e mudar seu raivoso discurso de maio do ano passado, quando mandou sentar o pau nos estudantes do passe livre.

Onde ficamos nessa historia toda? Não sei. Quem sabe?

3 comentários:

  1. Em nome da Associação Nacional dos Seguidores e Fãs do Urublues devo dizer que é alvissareira a notícia do seu retorno e, de outra banda, esperamos alívio para suas dores nas costas.
    Respondendo à pergunta que fecha sua postagem esclareço que nessa história toda ficaremos em Antonina até o próximo dia 27 de março, data em que faremos nossa mudança para Curitiba.

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    1. Santa Periquita, Batman! As organizações Ornitorrinco vão subir serra-acima? E o que será da Deitada-a-beira-do-mar sem o seu Profeta Boquirroto? Bento Cego já sabe? Deu aval? Não pode!! vou convocar os bagres e os urubus pra fazerem uma barricada ali perto do Guapê pro caminhão da mudança não passar...

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