Copacabana, 1940 |
(Estamos no mês de fevereiro de 1942. Enquanto o mundo está em Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, realizaram uma marcha a pé de mais de 1.200 quilômetros rumo ao Rio de Janeiro, para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. No episódio de hoje, 5 de fevereiro de 1942, Beto, Milton, Lydio, Antônio (Canário) e Manoel (Manduca) recebem uma noticia interessante da Federação dos Escoteiros.
O dia 6 de fevereiro no Rio de Janeiro amanheceu ameaçando
chuva. Ficou tudo enfarruscado, e o sol começou a abrir já eram as 9:30 da
manhã.
Os jornais naquele dia amanheceram com notícias sobre a
missão do ministro Souza Costa aos Estados Unidos. Desde o fim da IIIª
Conferência dos Chanceleres de estado dos países americanos, reunidos no Rio e
encerrada havia poucos dias, Getúlio Vargas havia assinalado que o Brasil iria
entrar na guerra, ao lado dos Estados Unidos.
Os acordos de Washington, que viabilizariam a entrada
brasileiro no conflito do lado Aliado, falavam de uma reorganização da economia
brasileira para o esforço de guerra. De acordo com as manchetes, técnicos
americanos estavam indo para a Amazônia verificar a produção de borracha na
região, que sofreria um novo surto de crescimento econômico com a guerra. Havia
grandes possibilidades de desenvolvimento industrial do país saindo destes
acordos.
Enquanto isso, no teatro da guerra, os ingleses continuavam resistindo às tropas
japonesas em Singapura. Um duelo de artilharia ainda estava sendo executado, dificultando
o avanço japonês. Porém, apesar de toda a barragem de fogo britânico, as forças
japonesas já estavam concentradas nos arredores da cidade. A situação em
Singapura era dramática.
Na Rússia, o marechal Timoshenko lançava uma ofensiva para
expulsar os alemães na região do rio Dnieper. No Norte da África, as forças de
Rommel eram detidas, depois de vários dias de avanço ininterrupto, a leste de
Derna, na Líbia.
Os escoteiros receberam nesta manhã um aviso para
comparecerem na sede da UEB as 13 horas. Quando chegaram, os rapazes foram
recebidos por todo o alto comissariado da UEB: os senhores Cunegundes
Moreira, Francisco Peres, João Ribeiro, o capitão Emanoel Moraes e o Major
Rolim.
O Alto Comissariado informou aos rapazes que eles iriam
viajar, no domingo, para a cidade de Entre Rios (a atual Três Rios), para uma
cerimonia de fundação de uma nova tropa escoteira. Eles iriam representando a
tropa Vae Porto e a Federação de Escoteiros Paraná-Santa Catarina no evento.
Eles viajariam de trem até lá. Os rapazes ficaram muito
contentes de saber que da viagem de trem. Era uma viagem relativamente
curta, do Rio de janeiro até Três Rios, que ficava na divisa com Minas. Mas era uma viagem
importante e uma responsabilidade.
Preocupados, os rapazes procuraram logo o colega escoteiro
Salvini e o grupo Tamandaré. Eles tinham marcado um futebol e outras atividades
esportivas com eles para os próximos dias. Com medo de que alguma zica pudesse
acontecer se, por acaso, alguns dos rapazes se machucassem e não pudessem
participar da viagem, eles cancelaram o compromisso.
Responsabilidade é isso.
Responsabilidade é isso.
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