Festa na Igreja da Penha em Madureira, Rio de Janeiro, em 1940; Lydio esteve aqui em 1942 mas não encarou os 400 degraus... |
(Estamos no mês de fevereiro de 1942. Enquanto o mundo está em
Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de
Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, percorreram 1250 quilômetros numa marcha a pé rumo ao Rio de Janeiro
para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. No episódio de hoje, 24 de fevereiro de 1942, enquanto Beto, Milton, Antônio (Canário) e Manoel (Manduca) estão descansando no Colegio Militar, Lydio faz uma visita emocionada a uma amiga da Familia.)
Na terça feira, 24 de fevereiro
de 1942, Lydio se desgarrou de seus colegas, tinha algumas atividades sociais e
familiares para cumprir. Além dos compromissos oficiais, ele tinha ainda uma incumbência
de sua família em sua estada no Rio de Janeiro.
Ele foi procurar dona Emília de
Lima, viúva de João de Lima, ex-capitão do Navio Caxambu, do Lóide Brasileiro.
João havia falecido em alto mar havia poucos anos, quando estava prestes a
chegar no Rio. João e Emília eram amigos da família e Lydio tinha ordem de seus
pais para visitá-la quando estivesse no Rio.
Emília morava em Ramos, na rua
General Câmara sem número. Era perto da praia de Ramos. Mas, como foi difícil
de achar! Lydio ficou um tempo perambulando pelas casas todas iguais, sem saber
se estava indo ou vindo. Pergunta aqui, pergunta ali, ele finalmente conseguiu
achar a casa de Dona Emilia.
Lydio, com a surpresa da visita,
foi recebido com muita alegria e choro ao mesmo tempo. Não era pra menos. Emília
ficou tão surpresa com a visita do filho de Nathalia, lá da distante Antonina,
que quase não acreditou.
Lydio tomou um cafezinho com ela,
e apresentou as condolências da família. Muito contente, eles conversaram um
pouquinho, e Lydio acabou por contar das aventuras que tinham trazido ele e
seus companheiros ao Rio, o encontro com Getúlio e tudo o mais. Dona Emília,
por seu lado, contou Lydio a história do seu João, o Capitão João Lima do
Lóide. João sempre fora um marido distante comandando seus navios em viagens
pela costa brasileira e mesmo pelo mundo. Agora, João de Emília estava distante
para sempre.
Para desanuviar e não perturbar o
menino com suas tristezas, dona Emília quis saber de sua família. Perguntou de
sua mãe e de seu padrasto. Soube que eles estavam bem, e ficou bem feliz com a
lembrança e a visita.
Quando saiu de lá, Lydio quis
relaxar um pouquinho. Dali, com seus muitos passes, ele foi até Bonsucesso. Lá
ele queria ver o simpático time da Leopoldina, que tanto trabalho dava aos
times da Zona Sul.
De lá, ele foi à Penha. Ele foi
pedir à padroeira para lhe ajudar, mas não teve coragem de subir os 400 degraus
cavados na rocha. Apesar de devoto, ele não estava muito pra penitencias. O que
ele diz é que o espetáculo da Igreja lá no alto do morro era muito bonito. Será
que ele lembrou de outra igreja, em cima de uma colina?
Ao voltar para o Colégio Militar,
os colegas estavam preocupados, pois havia demorado muito. Ele explicou o que
tinha feito. E os cinco foram encher a barriga no rancho do Colégio Militar.
À noite, Lydio foi dar uma
voltinha ao redor do Colégio Militar, para ver se encontrava sua namorada. Mas
não teve sucesso. Ele demorou muito, e a sua “pequena” não quis esperar. A fila
andou...
Que título brilhante, parece coisa de romance: A Viúva do Capitão!
ResponderExcluirE que historia triste, né?
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