sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A MARCHA DOS ESCOTEIROS 64: ESQUENTANDO OS TAMBORINS


Getúlio Vargas, sem saber que os escoteiros antoninenses queriam falar com ele, tem uma reunião com os generais de seu governo
(Estamos no mês de fevereiro de 1942. Enquanto o mundo está em Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, percorreram 1250 quilômetros numa marcha a pé rumo ao Rio de Janeiro para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. No episódio de hoje, 14 de fevereiro de 1942, Beto, Milton, Lydio, Antônio (Canário) e Manoel (Manduca) estão passeando pela cidade, que está ansiosa para mais um carnaval.)

Naquele sábado, 14 de fevereiro de 1942, havia mais uma delegação de escoteiros para chegar ao Rio. Eram escoteiros gaúchos, que vinham de navio para também renderem suas homenagens ao ditador. 

Os cinco rapazes de Antonina, juntamente com os escoteiros da delegação Paulista, foram em carros do batalhão de choque ao cais do porto, receber os colegas. Os escoteiros gauchos chegaram as 8 horas, no navio Aratimbó. Eram 80 escoteiros, procedentes de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, chefiados pelo chefe Major Bonifácio Borba. 

Os escoteiros gaúchos faziam uma algazarra terrível, felizes por chegarem à capital. Toda esta tropa foi levada nos caminhões do choque para o Colégio Militar, onde eles ficaram à vontade o resto do dia. 

Agora, com tanta gente, os cinco rapazes procuravam fazer novas amizades e contar histórias de sua aventura até ali. 

Enquanto isso, as notícias do mundo não eram nada animadoras. As notícias indicavam que os japoneses estavam entrando em Singapura, e que a rendição inglesa era iminente. Com a queda da importante cidade asiática, quase todo o Sul da Ásia e mesmo a leste da Índia estava aberto as incursões japonesas. 

Na Europa, a guerra na Rússia prosseguia com ferocidade. Os soviéticos tentavam expulsar os alemães nas proximidades de Moscou, em batalhas muito encarniçadas. Na África, no deserto da Líbia, o general Rommel se impunha frente as forças inglesas em ferozes batalhas de tanques. 

Aqui no Brasil as preocupações eram outras. Getúlio Vargas, indiferente aos anseios dos rapazes por entregar-lhe a carta dos antoninenses, despachava tranquilamente com seus ministros militares no palácio do Catete. 

As discussões no governo agora giravam em torno da missão do embaixador Souza Dantas, em Washington, que negociava a entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados. Para isso, diversas iniciativas bilaterais estavam sendo negociadas. 

O mais importante, entretanto, era que no dia seguinte, começaria o carnaval. Os rapazes precisavam se aprontar para a grande festa de Momo. A cidade já estava enlouquecida, com muito barulho pelas ruas. As batucadas eram ouvidas de longe nos morros. A cidade já vivia e respirava samba. 

Os rapazes voltaram a Quintino. Desta vez, na casa do colega Roberval Carvalho. Este lhes emprestou roupas civis para que eles pudessem pular o carnaval. Naquele tempo era proibido sair fardado pelas ruas. 

As 16 horas, eles ainda tinham um compromisso. Lydio, Canário, Chefe Beto Milton e Manduca foram visitar o major Alencastro Guimarães, diretor da Central do Brasil. Lá, eles bateram um papo animado de uns quinze minutos. Mais do que isso. Eles receberam um bloco de passes de trem e ônibus, para poder visitar todos os locais servidos ou não por trens elétricos. 

Aproveitando os passes, eles foram visitar o Jardim Botânico. Lá, ficaram especialmente espantados com as grandes folhas das vitórias regias, a grande planta da região amazônica. Depois, deram uma passada na Gávea, para conhecer o hipódromo. 

Lydio, como bom flamenguista, aproveitou também para conhecer a sede do clube de seu coração.

2 comentários:

  1. Ainda bem que eles tinham com o que se distrair no Rio.

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    1. E essa espera, que não acaba nunca? o período no Rio foi o Segundo Raid dos rapazes...

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