Getúlio Vargas, sem saber que os escoteiros antoninenses queriam falar com ele, tem uma reunião com os generais de seu governo |
(Estamos no mês de fevereiro de 1942. Enquanto o mundo está em
Guerra e o Brasil segue sob a Ditadura do Estado Novo, cinco escoteiros de
Antonina (PR), entre 15 e 18 anos, percorreram 1250 quilômetros numa marcha a pé rumo ao Rio de Janeiro
para entregar uma mensagem para Getúlio Vargas. No episódio de hoje, 14 de fevereiro de 1942, Beto, Milton, Lydio, Antônio (Canário) e Manoel (Manduca) estão passeando pela cidade, que está ansiosa para mais um carnaval.)
Naquele sábado, 14 de fevereiro de 1942, havia mais uma
delegação de escoteiros para chegar ao Rio. Eram escoteiros gaúchos, que vinham
de navio para também renderem suas homenagens ao ditador.
Os cinco rapazes de Antonina, juntamente com os escoteiros
da delegação Paulista, foram em carros do batalhão de choque ao cais do porto, receber
os colegas. Os escoteiros gauchos chegaram as 8 horas, no navio Aratimbó. Eram
80 escoteiros, procedentes de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, chefiados pelo
chefe Major Bonifácio Borba.
Os escoteiros gaúchos faziam uma algazarra terrível, felizes
por chegarem à capital. Toda esta tropa foi levada nos caminhões do choque para
o Colégio Militar, onde eles ficaram à vontade o resto do dia.
Agora, com tanta gente, os cinco rapazes procuravam fazer
novas amizades e contar histórias de sua aventura até ali.
Enquanto isso, as notícias do mundo não eram nada animadoras.
As notícias indicavam que os japoneses estavam entrando em Singapura, e que a
rendição inglesa era iminente. Com a queda da importante cidade asiática, quase
todo o Sul da Ásia e mesmo a leste da Índia estava aberto as incursões japonesas.
Na Europa, a guerra na Rússia prosseguia com ferocidade. Os soviéticos
tentavam expulsar os alemães nas proximidades de Moscou, em batalhas muito
encarniçadas. Na África, no deserto da Líbia, o general Rommel se impunha
frente as forças inglesas em ferozes batalhas de tanques.
Aqui no Brasil as preocupações eram outras. Getúlio Vargas,
indiferente aos anseios dos rapazes por entregar-lhe a carta dos antoninenses,
despachava tranquilamente com seus ministros militares no palácio do Catete.
As discussões no governo agora giravam em torno da missão do
embaixador Souza Dantas, em Washington, que negociava a entrada do Brasil na
guerra ao lado dos aliados. Para isso, diversas iniciativas bilaterais estavam
sendo negociadas.
O mais importante, entretanto, era que no dia seguinte,
começaria o carnaval. Os rapazes precisavam se aprontar para a grande festa de
Momo. A cidade já estava enlouquecida, com muito barulho pelas ruas. As
batucadas eram ouvidas de longe nos morros. A cidade já vivia e respirava
samba.
Os rapazes voltaram a Quintino. Desta vez, na casa do colega
Roberval Carvalho. Este lhes emprestou roupas civis para que eles pudessem
pular o carnaval. Naquele tempo era proibido sair fardado pelas ruas.
As 16 horas, eles ainda tinham um compromisso. Lydio,
Canário, Chefe Beto Milton e Manduca foram visitar o major Alencastro
Guimarães, diretor da Central do Brasil. Lá, eles bateram um papo animado de
uns quinze minutos. Mais do que isso. Eles receberam um bloco de passes de trem
e ônibus, para poder visitar todos os locais servidos ou não por trens
elétricos.
Aproveitando os passes, eles foram visitar o Jardim Botânico.
Lá, ficaram especialmente espantados com as grandes folhas das vitórias regias,
a grande planta da região amazônica. Depois, deram uma passada na Gávea, para
conhecer o hipódromo.
Lydio, como bom flamenguista, aproveitou também para
conhecer a sede do clube de seu coração.
Ainda bem que eles tinham com o que se distrair no Rio.
ResponderExcluirE essa espera, que não acaba nunca? o período no Rio foi o Segundo Raid dos rapazes...
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