O navio Olinda, da Carbonífera Sulriograndense, afundado por submarinos alemães em fevereiro de 1942 |
Naquele domingo, 22 de fevereiro
de 1942, os cinco escoteiros já estavam há 23 dias no Rio. 23 dias de um clima
“Senegalês”, segundo Lydio. Pra combater o calor, muito ventilador e muito
banho de água fria. Em vez de café, só tomavam mate gelado.
Lydio, pra afastar o tedio,
ficava a rabiscar o diário, que andava bem atrasado. Chefe beto, por outro
lado, ficava na cama, a ler um jornal sobre as últimas notícias da guerra na Europa.
As notícias aquele dia não eram
boas. Havia poucos dias, o vapor Olinda, pertencente à carbonífera Riograndense,
havia sido afundado por um Uboat alemão perto da costa do cabo Hateras, na costa
americana. Este havia sido o segundo navio de bandeira brasileira afundado
somente naquela semana. Havia poucos dias, o navio Buarque, pertencendo ao
Loide brasileiro, havia sido afundado na mesma região.
Até aquele momento, três navios
brasileiros haviam sido afundados pelos alemães. No jornal do Brasil daquele
dia, o secretario de estado americano Summer Wellles havia anunciado que, para
os países aliados dos Estados Unidos no continente americano, seria instituído um
sistema de comboios.
Por outro lado, o jornal alertava
para notícias falsas sendo propagadas sobre ataque alemães ao Brasil. Citava um
caso de que um alerta havia sido emitido pera Natal, e pedia mais atenção para
evitar pânico exagerado. Em tempo de guerra, tempo de fake News.
Toda esta situação preocupava muito
todos os que tinham que ser transportados via marítima. Os navios viajavam com
o casco pintado de cinza, e nem sempre com a bandeira de seu pais. Muitos alarmes
falsos deixavam a população alarmada com a presença de submarinos ao longo da
costa brasileira.
Ainda não havia chegado
julho/agosto de 1942, tempo da “alegre carnificina” dos Uboats alemães em plena
costa brasileira, que haveria de custa mais de 2500 vidas de brasileiros. Mas os
dados estavam jogados.
Os escoteiros, entretanto, também
tinham preocupações com viagens. Aquele dia também, estava marcado como o dia
de retorno das delegações escoteiras a seus estados. Os gaúchos foram os
primeiros. As 8 da manhã, a bordo do vapor Aratimbó, o mesmo que os havia
trazido à Capital Federal, os levou de volta. Sem incidentes, diga-se de
passagem.
As 16:30 horas foi a vez da
delegação paulista, que voltou de trem.
E o Colégio Militar começou a
ficar grande demais, só para os cinco.
Cinco não, seis. Agora fazia
parte da turma o escoteiro Gastão Batinga, que regressaria com os rapazes ao
Paraná, pois pertencera a Delegação Gaúcha e tinha solicitado permissão de seus
superiores apara voltar com os rapazes.
Gastão era alagoano, e residia em Santa
Maria, no Rio Grade do Sul. Entretanto, agora ele estava se mudando para
Curitiba, já tinha até feito a matrícula.
Lydio comenta com pesar que nem
sabia o que o colega iria estudar. Ele não disse, e eles não perguntaram.
Gastão Batinga era um colega muito bem, alegre e atencioso, e foi um baita
companheirão nestes últimos dias de viagem.
Bateu o vazio típico da missão cumprida, agora é voltar para a terra, outro desafio. Abraço!
ResponderExcluirComo voltar, depois de ir, não é? voltar de Epopeia não é fácil, como diria Ulisses...
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