terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O FIM DE 2011


O ano se afunila. Por um lado é prova, choro de alunos que dormiram o ano todo e que agora acordam, desesperados. Por outro, é um numero infinito de bancas de Trabalhos de final de curso, de pós-graduação, de iniciação científica, de pareceres pras reuniões de departamento, enfim, os cavacos do oficio. Por outro, confraternizações, festas de fim de ano, cervejinhas de despedida, jantares comemorativos. Ou seja, uma hora o bicho pifa. Me livrei de males de fígado e d estomago este ano, sendo moderado no consumo das iguarias pré-natalinas. Mas as noites mal-dormidas e o estresse estão me rendendo um resfriado leve e uma dor de garganta renitente. Bom, dizem que de 2012 não passamos...
E que ano foi este ultimo! Mal terminada minha mudança aqui pra Barão Geraldo, vejo minha cidade envolvida na lama. Não a lama de Brasília, podre, malcheirosa, ou a lama de Curitiba, com suas famílias superpoderosas fortemente agarradas às tetas do estado. A lama de Antonina é a lama do caulim do morro da Laranjeira, tão fatídica, que nos cobrou duas vidas.
Felizmente, boa parte do meu ano foi gasta com isso: estou envolvido com vários estudos que tentam descobrir como e porque isso aconteceu. E, mais que tudo, o que se pode fazer pra evitar – ou minimizar novas tragédias. Subi bastante os morros, conheci pessoas e lugares que nunca tinha sonhado em conhecer, vi a igreja do Pilar e a baia de tantos lugares diferentes: Mirante, Portinho, Tucunduva, Buraco da onça ...
Conheci varias pessoas e fiz novos amigos. Sou muito grato, já disse isso e não custa repetir, ao Erly Ricci, ao Claudio topógrafo, ao Capim Seco, ao Paulinho Broska, ao meu querido Zé Paulo Azim, que tornaram mais fácil meu trabalho naqueles dias. Mais fácil porque tive ajuda e empatia, o que fez tudo correr melhor.
Outra coisa importante foi trabalhar com o pessoal da Defesa civil, os bombeiros. Gente séria e comprometida com resultados, ninguém estava ali brincando ou se fazendo. Foi bom ter conhecido o Major Hiller, da Defesa Civil,
Eu não gosto dessa historia de vulto benemérito, de cidadão honorário. As vezes, é hipocrisia, é afago indevido. Mas, se por acaso do destino algum vereador da Deitada-a-berira-do-mar estiver vendo estas maltraçadas linhas: Rogério da Silva Felipe e Diclécio Falcade, da MINEROPAR, são candidatíssimos a uma homenagem deste tipo. Rogério e Diclécio, por exemplo, foram os técnicos responsáveis pela evacuação da laranjeira e da região do cemitério São Manuel. Se não fosse essa decisão, técnica (e política) teríamos visto uma tragédia de maiores proporções em nossa terra. Se tivemos óbitos, não foi por causa deles. E repito – os capelistas tem uma grande divida com estes dois cabras.
As chuvas estão voltando. Estes dias, alagaram minha casa e molharam uns livros no meu escritório. Praticamente nada, mas fiquei lembrando quanta gente que pode perder tudo com as chuvas de verão. O órgão da UFPR que trata de desastres, o CENACID, está a postos para agir nestes momentos. E eu também.
O ano termina, mas nós não. O calendário é só pra gente perceber que a vida é curta, e temos que comemorá-la. Estamos aqui, queiram ou não, por algum motivo, ou mesmo pela falta de motivos. Temos, portanto de fazer o melhor pra que esse caos nosso de cada dia tenha algum sentido. Um bom começo de fim de ano a todos!

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