sexta-feira, 1 de julho de 2011

IGNOTUS IGNATUS

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)

O ignotus ignatus é bastante característica do Siluriano, período nos quais os indícios desta espécie são mais abundantes. No entanto, sua presença foi reconhecida em quase todas as eras geológicas, em diversos níveis de importância.
É muito difícil fazer qualquer inferência mais acurada sobre o ignotus ignatus, reconhecem renomados especialistas, como W. Allen. De acordo com Allen (1978), as evidências quase sempre são indiretas, e os espécimes encontrados não estão em bom estado de conservação, em geral isolados.  São pedaços de chicletes, bolsas a tiracolo, entradas de cinema para filmes cult em sessões menos disputadas, muitas vezes foram encontrados garrafas de vinho e um só copo junto aos fósseis (Allen, op.cit.).
Imagina-se que o ignotus ignatus tenha sido uma espécie muito tímida, que sempre evitou estar junto as grandes aglomerações de animais.  Reservada e solitária, os ignotus eram avessos a badalações, tendo algumas características melancólicas. Vagavam tristemente pelas paisagens de diversas épocas, sempre a margem dos acontecimentos sociais, em geral sem levantar muito ruído. Segundo Zhivago (atas do Congresso de paleontologia imaginaria de Kuala Lumpur, 1954), os ignotus não são característicos de grandes ambientes, amplos e devassados espaços abertos, e sim de pequenos ambientes onde podem estar isolados, curtindo sua solidão e tentando vencer sua proverbial timidez.
Outros especialistas (Pereira, 1989; Jimenez, 1995) acreditam que algumas espécies de ignotus possam ter vencido sua timidez e evoluído para outras espécies mais enturmadas, e tido sua vez nas rodas e badalações através dos éons. No entanto, isto é ser difícil de ser provado, pois, tímidos como eram, não sabemos como eram as manifestações públicas dos ignotus. Em geral, devem ter se dedicado às artes plásticas, ou podem ter sido bons e discretos empregados em grandes manadas, onde preferiam, por sua natural aversão, ficar sempre a margem das coisas (Jimenez, atas do congresso de paleontologia Imaginaria de Vina del mar, 1988).
Por que o Siluriano? Talvez por que este foi um período de transição, onde as grandes manadas de animais iniciavam seus caminhos pelos mares do planeta, depois que a grande radiação adaptativa completou-se. É aí, no Siluriano, portanto, uma era geológica ela mesma muito tímida, situada entre o ruidoso Cambriano e o prolífico Ordoviciano, que, em alguns nichos mais isolados do ambiente, podem ter proliferado os primeiros ignotus. No início, segundo os dados paleontológicos disponíveis (Correa, 1998), os ignotus até geram alguma simpatia. Depois, sua postura em nada se modifica, e com isso eles geram certa impaciência nas outras espécies, seguida, após algum tempo de espera, por uma atroz indiferença. Percebendo esta reação, provavelmente os ignotus interpretaram como sendo derivada de alguma coisa errada que fizeram, sentem-se muito mal, e desaparecem de vista. Desaparecem do registro geológico. Escafedem-se
Os ignotus desapareceram, segundo W. Allen (1978), porque não conseguiram vencer sua timidez. A maior parte desaparecia ainda na adolescência, de angustia e outros males ligados à idade. Se porventura atingem a idade adulta, tem muita dificuldade para encontrar parceiros, uma vez que quase sempre se encontram isolados ou em locais bastante distantes entre si, sem comunicação. Assim, portanto, não conseguem perpetuar a espécie. No entanto, não desapareceram totalmente, seguindo a beira das rodas de conversa de outros animais extintos com seus olhares vivos e sua boca fechada, seus suores frios quando solicitados a falar.

Um comentário:

  1. vo madar pra vc uma pérola que achei em um recorte de jornal de nosso "falecido" pai... vou mandar por email vc vai gostar com certeza certeria e absoluta...

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