sábado, 30 de junho de 2012

O INFERNO É MAIS EMBAIXO?


imagens do jogo em Paranaguá: Atlético e Bragantino afundam  rumo à terceira  divisão -  no meio das brumas, à esquerda, a fiel torcida rubro-negra chora e se descabela

Mesmo no inferno, é bom ter a companhia dos amigos. Mas hoje estou aqui, só com meu amigo verme, o Gusano, o verme da garrafa de mezcal. Para acompanhar via internet o jogo de hoje, lá (aí) em Paranaguá, estou desfalcado dos ectoplasmas de Dante Aliguieri e de Virgílio, que estão acompanhando a grande final da Eurocopa de amanhã, entre a Itália lá deles e a Espanha. Deve ser um jogão, esse. Enquanto isso, o Furacão de técnico novo – o terceiro em menos de dois meses – enfrenta o Braga, o bom e velho Braga que, como nós, anda literalmente caindo pelas tabelas.
Gusano, meu amigo engarrafado, está aqui do meu lado com sua cara cínica de verme entediado. Lá em Paranaguá, o Furacão ataca e ataca, mas nada. Se pelo menos fosse o time da Espanha, que toca a bola, mas não tem penetração, o time não tem nem a bola nem a penetração. Resultado: um monte de gols perdidos!!
Aos 28 do segundo tempo, pelo placar da UOL, Giancarlo invade a área do Atlético se enrola com a bola e simula um pênalti. Pela simulação o atacante acaba advertido com o cartão amarelo. Gusano me olha com uma cara de “eu não disse?”. Vou ao banheiro.
Dos 33 aos 35 varias jogadas, tudo pra fora: Harrison quem? Thiago Adan? Thiago Ãn? Cade o ataque desse time, Petraglia!!
Aos 38, olha o contra-ataque dos caras. Wewerton (quem?) defende. Tá virado em chapéu velho esse time. E agora? Nem encaro mais Gusano aqui do meu lado.
Acaba o jogo. Gusano fica ali mordiscando umas folhas de pita. Estou ainda olhando pra tela do computador com cara de pia de mármore velha. Não acredito. Mais um zero a zero. Maravilha. Em décimo quarto, continuamos caindo pelas tabelas. Estar no inferno não é pra principiantes mesmo. Tem que sentir o hálito, neste caso o da terceirona, ali no andar de baixo. Faz parte, com diz o filósofo.
Pelo menos desta vez o time atacou, mostrou que sabe parar a bola naquele trecho entre o meio de campo e o gol adversário. O cara, o Jorginho, vai ter que fazer milagres nestas próximas semanas. Mas, cá entre nós, a diretoria, com essa frenética mudança de técnicos também tem sua parcela de culpa.
Enquanto isso, vamos remando, que o barulho da queda está perto. Temos que escapar da cachoeira. Não tem sido bom estar perto de cachoeira ultimamente...

2 comentários:

  1. Seu texto é primoroso, como sempre, e tanto, que decidi emprestar minha solidariedade ao amigo atleticano nesta quadra difícil, até porque embora o glorioso Coxa esteja até em bom momento, entendo que os dois times não são páreo para paulistas, gaúchos, cariocas e mineiros, nesta ordem.
    Como é possível que o time campeão brasileiro e vice da libertadores esteja assim tão mal?
    O que a direção do CAP está fazendo, além de construir um estádio para dois ou três jogos da Copa?
    (Mas imaginar o prezado amigo com cara de pia de mármore velha é, permita-me a dura franqueza, uma delícia!)
    Sob meus tradicionais protestos, submeto-me a mais um odioso teste do robô e pergunto: 24 tngpulos seria o número de estranhas criaturas encontradas no armário do Paulo Baier?

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    1. como dizia o esquecível Armando Falcão: sem comentários..

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