segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ANO NOVO, VIDA NOVA

A boa e velha Deitada-a-beira-do-mar, vista de cima, no ultimo dia  16 de dezembro; algumas nuvens no caminho, mas o futuro virá.


Fecham-se as cortinas. 2012, o ano cabalístico, em que o mundo ia acabar, está acabando. Pra uns finalmente, pra outros cedo demais. Enfim, foram 366 dias e quatro horas onde demos mais uma volta em torno do sol, onde rimos, amamos, choramos, odiamos, trabalhamos (não necessariamente nesta ordem!). Foi um tempo novo e absolutamente igual a outros que passaram como 1919, 1956, 1968 (este sim não terminou), 1978, 1994, 2005, e tantos outros anos atrás.
Em março, a tragédia de 2011 fez um ano, infelizmente sem muita coisa a ser comemorada. Na terrinha, no Reino-nem-tão-distante-assim, vulgo Deitada-a-beira-do-mar, foi um ano quente, de eleições pra prefeito. Muitas apostas foram feitas, e quem iria imaginar, em dezembro, o resultado das urnas de outubro?
Desejo ao João e ao Wilsinho o mesmo que desejei a Canduca quatro anos atrás: que vocês entreguem aos seus sucessores uma cidade melhor que a que estarão encontrando a partir de amanhã. Acho, sinceramente, que Canduca assim o fez: a Antonina que entregará a João & Wilsinho é melhor do que a que ele recebeu. Não é a Antonina dos sonhos, mas numa cidade em que poucos pagam IPTU e todos querem dar pitaco as coisas não podem ser melhores, infelizmente.
Para a blogosfera, que saiu muito arranhada e desiludida do confronto eleitoral, desejo força e um 2013 de mais crítica e discussão, onde tenhamos mais debatedores e menos anônimos. Este espaço precisa se renovar; que no próximo ano sejamos outros, mesmo ainda sendo os mesmos.
Para todos os seguidores deste blog modesto mas honesto um excelente 2013, com muita paz, alegria, saúde e prosperidade!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

ADEUS À GLÓRIA

Em celebração á data natalina, uma singela lembrança de um lugar na Deitada-a-beira do-mar dedicado à dar vivas ao  Senhor, mas que pelo visto não gostava da tal da Groria...

domingo, 23 de dezembro de 2012

É O FIM DO MUNDO...MAIS UMA VEZ!


Enfim, o mundo não acabou. No tal do dia 21 estava em Curitiba, trabalhando de caseiro pra meu enteado, Luciano, que foi viajar com a mãe dele pra Porto Alegre. Fiquei aqui na Republica dele, completamente vazia, com a cadelinha Biscoito e com o gatinho Café. Pra quem cuidou de muito bicho na infância, nada de mais. Pra quem cuidou de aluno o ano inteiro, um descanso. Biscoito faz uns cocozinhos no lugar errado, Café adora puxar as almofadas da sala, e só.
No dia do fim do mundo, dormi. Acordei só pra cuspir. Passou a tal hora do meio-dia, passou a hora das 2012, e tudo continuou igual. As pessoas de ônibus na Barão do Cerro Azul, as lojas abertas pro natal, uma chuva que se aprontou e caiu uma água "daquelas" no centro. Fiquei um tempo debaixo de uma marquise, achando que aquele era o fim do mundo. Que coisa, vivi tanta coisa pior que aquilo e o mundo ia acabar numa chuva de verão? Pois não acabou.
Passou a chuva e voltei pra casa. Biscoito, a cadelinha, estava no portão latindo, ensandecida, carente, querendo uns agrados. Café, dentro de casa, tinha derrubado umas almofadas e queria brincar com a vassoura que estava usando pra limpar as cacas da Biscoito. O mundo continuava ali, um vento fustigando as árvores, uns apitos aqui e ali, a cidade dormia, as luzes dos postes se projetavam atrás da sombra de uma araucária com um ninho de joão-de-barro no galho mais baixo.
Por que temos essa loucura de achar que tudo vai acabar? Anos atrás, foi o ano 2000, cercado de histórias macabras sobre as profecias de um tal Nostradamus, acompanhadas de perto pela histeria do "bug do milênio". Lembro, inclusive, de minha empregada, a Mercedes, que entrou em casa esbaforida certa manhã e apontou para o computador no meio da sala: “eu vi ontem no jornal Nacional: estas máquinas vão acabar com o mundo na virada do milênio!”. Ela falou com tanta raiva e veemência que corri a proteger meu pobre 486 pago a duras prestações no pré-datado de sua fúria assassina. No final, foi tudo uma bobagem, todos comemoraram ano novo normalmente e as empresas de informática que deram consultoria sobre o tal Bug e que faturaram montes.
Agora, o tal calendário Maia. Foi um estardalhaço, Hollywood faturou um blockbuster horrível em que mais uma vez se destruía Nova Iorque, só que sem a imaginação de Ossama Bin Laden.  Gringos loucos compraram estoques de comida e ficaram presos em bunkers esperando o tal do fim. Por outro lado, um monte de místicos e charlatões também ganharam um bom dinheiro com sessões de meditação espiritual para limpar a alma para a nova era. Sei...
Na Deitada-a-beira-do-mar, pelo que sei, tudo tranquilo. João D´Homero e Wilsinho preparam sua equipe de governo. Bó se mandou pra Floripa, onde vai se encontrar com Wilson Rio Apa, este sim um guru de respeito. Cequinel, o nosso Beato Rosnento, afina a voz para seu dueto de natal com Silas Malafaia (foi ele quem deu a noticia, em primeira mão aqui no blog!!). Luiz “Amigos do Jequiti” Henrique vai encerrar seu silencio obsequioso que já dura mais de um mês para anunciar sua contratação como goleiro do 29, com a benção de nosso ídolo Marcus Porvinha.
Este cronista, por outro lado, pede desculpas pelo desleixo com que tem tratado tão fina audiência. Mesmo não sendo politico, prometo um 2013 tão vibrante quanto 2012 aqui no blog. Já que o mundo não acabou em barranco pra gente morrer encostado, um 2013 cheio de trabalho, paz, saúde e alegria a todos. 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

JOÃO D´HOMERO NÃO VAI SER EMPOSSADO!


Se o mundo acabar em 22 de dezembro, por causa do calendário Maia, acabou-se a brincadeira pra cerca de 5000 prefeitos e outro tanto de vereadores, que nem vão iniciar seus mandatos. Incluindo João D´Homero e seu invencível vice, meu querido Wilsinho. O mundo todo está com as barbas de molho. Indícios para isso não faltam. Lembrem, por exemplo, que o Corinthians foi campeão da Libertadores e já está em Tóquio. O jogo depois de amanhã será contra o Al Ahly, do Egito. Ou seja, os manos versus a irmandade (muçulmana). Tem indício maior do fim dos tempos?
Tem uns gringos loucos estocando agua, comida e, inexplicavelmente, dinheiro. Alguém vai querer, no fim do mundo, trocar uma Coca-Cola por qualquer punhado de dólares? Cada uma...
E na Deitada-a-beira-do-mar? Será que o mar vai pegar fogo? Será que a turma do litro vai subir aos céus num disco voador em forma de garrafa de plástico? O Beato Rosnento, enrolado numa bandeira do coxa, vai lançar um CD com o padre Marcelo Rossi?
Eu bem que tentei comprar uma passagem pra Cancun, pois dizem que lá vai ser o ultimo pôr-do-sol da terra, mas milhares de bichos-grilos compraram todas as passagens da Azul, da TAM e até da Varig pra ir pra lá. Acho que vou ver o fim do mundo da Terrinha mesmo. Me aguardem: eu chego pro fim do mundo!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O HOMEM ATRAS DA JAQUEIRA


Semana passada deu um vendaval danado por aqui. A amoreira em frente a minha casa não aguentou a força do vento e caiu, felizmente sem causar danos. Na sexta-feira minha mulher notou um novo galho rachado e mandou chamar os bombeiros. Estes vieram e cortaram também o novo galho, e colocaram os restos da poda no pequeno bosque em frente a minha casa.
Ontem de manhã fui até lá ver o galho, o tamanho que era. Ali também tem um imenso pé de guapuruvu, um eucalipto, varias jaqueiras e uma imensa paineira. Estava distraído com as jacas, que estão quase maduras, quando vi um ruído, de alguém me chamando. Olhei, olhei e a princípio não vi ninguém.
Depois, a voz chamou novamente: “pst, pst, aqui!”. Perto da jaqueira grande, quase na beira do pequeno córrego, um homenzinho de preto estava me chamando. Cheguei meio desconfiado, com essa violência por aqui, nunca se sabe. Mas o homenzinho de preto me perguntou, também desconfiado: “você morava na Rua dos Mineiros, em Antonina?”. Diacho! Rua dos Mineiros? Demorou pra cair a ficha que ele estava falando da atual Rua Coronel Libero, a rua da minha infância.
“fale lá uma coisa pra eles”, ele me disse, autoritário. Vi pela gola que se tratava de um padre, mas o que um padrezinho vestido de batina, tal qual o padre Buchman, estava fazendo atrás da jaqueira? “você está me entendendo, guri?”, perguntou o padre, olhando nos meus olhos. Seus cabelos eram agrisalhados, tinha a testa larga. Quem seria?
Educação, meu filho, educação! É isso que quero que diga lá pro pessoal de Antonina”, me disse ele, veemente.  “Mas quem é o senhor?”, perguntei. Ele me olhou espantado, com ose eu tivesse a obrigação de conhece-lo: “Sou o monsenhor”, respondeu o padrezinho. Olhou como se eu fosse um completo estupido, o que alias não estava longe da verdade. Eu não tinha a menor ideia de quem era o tal monsenhor. “Alias, quando colocaram o nome na rua”, continuou ele, “colocaram só como cônego. Mas quando morri, eu era Monsenhor, um cargo muito mais alto. Fale lá que precisam corrigir isso também!”. Os olhos do padrezinho mostravam uma certa magoa.
Foi então que me dei conta que estava diante do cônego (ou Monsenhor!) Manoel Vicente da Silva, um dos maiores oradores sacros do Brasil em sua época. Nascido na Deitada-a-beira-do-mar em 1851, foi para São Paulo, onde se consagrou como professor e pregador. Esteve no Maranhão por curto período de tempo, mas logo voltou à Sampa, onde deu aula e pregou até sua morte, em 1909. Era o vigário da paróquia da Bela Cintra quando faleceu, vitimado por uma gripe.
Esses novos governantes lá de nossa terra precisam compreender que Educação é essencial. Sem ela, nossa cidade nunca vai sair do atraso”, me disse ele, como num de seus sermões. Perguntei se ele conheceu Nestor de Castro, e ele fez que sim. “Era um bom menino, mas muito revoltado, só queria saber de política. Mas coloquei ele, pobre orfãozinho, nos melhores colégios de São Paulo”.
Mas o quê que o senhor quer que eu diga?” perguntei. Ele me olhou duvidando de mim, e disse: “Educação, meu filho, educação! Tem que educar todo mundo naquela terra. Filho de pobre e filho de rico. Os governantes tem que fazer disso uma cruzada! Tem que ter escola, professor, tem que ter tudo”. Comentei com ele que já havia muitas escolas na cidade, mas o ensino não ia lá essas coisas. Contei a ele dos últimos resultados do IDEB, no qual se mostra que o ensino na cidade havia mesmo regredido nos anos recentes. Monsenhor Manoel Vicente me olhou com pena: “Tem que reverter isso, meu filho. Mas sem esforço não se tem resultados. Milagres são com Deus. Mas acho que o senhor é desses livres-pensadores que não acredita em milagres, não é?”.
Ia explicar pra ele, mas ele começou a gritar, com se estivesse no alto do púlpito de sua igreja: “Vai lá, herege, que você é herege, eu sei! Mas sei também que nesse milagre você acredita: fala pra eles que educação é a saída!” e desapareceu como por encanto.
Quando voltei da mata, ainda atordoado com o encontro, meu celular começou a tocar. Tinha umas cinco ligações de Pai Zinho, meu guia espiritual. “Tinha um padrezinho querendo falar contigo, zifio! Tava tentando te ligar! Mas essas companhias telefônicas, também!”, me disse Pai Zinho, entre nervoso e aliviado ao mesmo tempo, pelo aperreio, mas vendo que o contato, afinal, tinha dado certo. “Acho que você estava fora de área, zifio”, disse ele, divertido. “Mas eu não!”.
Acho que é isso. O cônego (ou Monsenhor) tem razão: é preciso investir na educação, ou vamos continuar andando pra trás. Tomara que quem tenha o poder esteja sinceramente pensando nisso.

sábado, 1 de dezembro de 2012

O FIM DO ANO NA DEITADA-A-BEIRA-DO-MAR



03/12/1973    Fundada a Sociedade Esportiva Guará

11/12/1908    Falecia, no Rio de Janeiro, o Conselheiro Manuel Alves Araújo

11/12/1968    Criado o SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto

13/12/1784    Nascia, no Porto, Portugal, Antônio Vieira dos Santos

14/12/1884    A Princesa Isabel visitava a cidade de Antonina

16/12/1941   Cinco escoteiros partiam a pé para o Rio de Janeiro a fim de entregar mensagem ao Presidente Getúlio Vargas

21/12/1974    Falecia Honório de Oliveira Machado

28/12/1961   Inaugurada a Agência do Instituto Brasileiro do Café

31/12/1949   Inaugurada a Rádio Antoninense Ltda., ZYX-6


(Por Celso Meira)