Enfim, o mundo não acabou. No tal do dia 21 estava em Curitiba,
trabalhando de caseiro pra meu enteado, Luciano, que foi viajar com a mãe dele
pra Porto Alegre. Fiquei aqui na Republica dele, completamente vazia, com a
cadelinha Biscoito e com o gatinho Café. Pra quem cuidou de muito bicho na infância,
nada de mais. Pra quem cuidou de aluno o ano inteiro, um descanso. Biscoito faz
uns cocozinhos no lugar errado, Café adora puxar as almofadas da sala, e só.
No dia do fim do mundo, dormi. Acordei só pra cuspir. Passou
a tal hora do meio-dia, passou a hora das 2012, e tudo continuou igual. As pessoas
de ônibus na Barão do Cerro Azul, as lojas abertas pro natal, uma chuva que se
aprontou e caiu uma água "daquelas" no centro. Fiquei um tempo debaixo de uma
marquise, achando que aquele era o fim do mundo. Que coisa, vivi tanta coisa
pior que aquilo e o mundo ia acabar numa chuva de verão? Pois não acabou.
Passou a chuva e voltei pra casa. Biscoito, a cadelinha,
estava no portão latindo, ensandecida, carente, querendo uns agrados. Café,
dentro de casa, tinha derrubado umas almofadas e queria brincar com a vassoura
que estava usando pra limpar as cacas da Biscoito. O mundo continuava ali, um
vento fustigando as árvores, uns apitos aqui e ali, a cidade dormia, as luzes
dos postes se projetavam atrás da sombra de uma araucária com um ninho de joão-de-barro
no galho mais baixo.
Por que temos essa loucura de achar que tudo vai acabar? Anos
atrás, foi o ano 2000, cercado de histórias macabras sobre as profecias de um tal Nostradamus, acompanhadas de perto pela histeria do "bug do milênio".
Lembro, inclusive, de minha empregada, a Mercedes, que entrou em casa
esbaforida certa manhã e apontou para o computador no meio da sala: “eu vi ontem no jornal Nacional: estas máquinas
vão acabar com o mundo na virada do milênio!”. Ela falou com tanta raiva e veemência
que corri a proteger meu pobre 486 pago a duras prestações no pré-datado de sua
fúria assassina. No final, foi tudo uma bobagem, todos comemoraram ano novo
normalmente e as empresas de informática que deram consultoria sobre o tal Bug
e que faturaram montes.
Agora, o tal calendário Maia. Foi um estardalhaço, Hollywood
faturou um blockbuster horrível em que mais uma vez se destruía Nova Iorque, só
que sem a imaginação de Ossama Bin Laden. Gringos loucos compraram estoques de comida e
ficaram presos em bunkers esperando o tal do fim. Por outro lado, um monte de místicos
e charlatões também ganharam um bom dinheiro com sessões de meditação espiritual
para limpar a alma para a nova era. Sei...
Na Deitada-a-beira-do-mar, pelo que sei, tudo tranquilo.
João D´Homero e Wilsinho preparam sua equipe de governo. Bó se mandou pra
Floripa, onde vai se encontrar com Wilson Rio Apa, este sim um guru de
respeito. Cequinel, o nosso Beato Rosnento, afina a voz para seu dueto de natal
com Silas Malafaia (foi ele quem deu a noticia, em primeira mão aqui no blog!!).
Luiz “Amigos do Jequiti” Henrique vai encerrar seu silencio obsequioso que já
dura mais de um mês para anunciar sua contratação como goleiro do 29, com a
benção de nosso ídolo Marcus Porvinha.
Este cronista, por outro lado, pede desculpas pelo desleixo
com que tem tratado tão fina audiência. Mesmo não sendo politico, prometo um
2013 tão vibrante quanto 2012 aqui no blog. Já que o mundo não acabou em
barranco pra gente morrer encostado, um 2013 cheio de trabalho, paz, saúde e
alegria a todos.
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