sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

TREINADORES DE KAMIKAZES



Neste ano, foram comemorados os centenários de diversas efemérides macabras. Na Europa, 1915 foi o ano da guerra de trincheiras, do impasse, do desperdício inútil de vidas. No Brasil foi o período mais sangrento da repressão na guerra civil do Contestado, onde mais de dez mil pessoas morreram de doença, de fome e de tiro.
Os acontecimentos recentes não nos dão muito motivo de comemoração. O Estado islâmico se impõe e faz vitimas inocentes na Oriente Médio, na Europa e na África. A razão parece ter se perdido em algum lugar do 11eme arrondissement de Paris, numa rua de Bagdá ou num hotel em Tombuctu. Jovens são aliciados para virarem mártires de causas no mínimo questionáveis.
Aqui no Brasil a única diferença é que ainda não nos metralhamos publicamente. Mas a indiferença pelo todo e a vontade de vencer a qualquer custo para manter o poder (ou os cargos) a estão minando a Republica. Estamos, como o mundo, num momento de polarização e de enfrentamento muito grandes.
Estes tempo passei por uma situação em que uma pessoa, para me ferir, tomou uma atitude meio suicida, quase kamikaze de se portar. Eu sei que isso sempre tem consequências. Na juventude, fui um kamikaze numa determinada situação política. Claro que minha causa era “importante”, como são todas as causas pelas quais morrem os kamikazes. Mas meu “sacrifício” de nada valeu à “causa” e eu ainda passei (e ainda passo) sofrendo com as consequências de minha atitude. Eu sei, pelo menos figurativamente, o que é ser um kamikaze.
Mas eu comecei a pensar para além da situação do kamikaze: eu comecei a pensar em quem treina um kamikaze. Quem é essa pessoa? Ela entra em combate? Boa parte das vezes não. Mas instiga, fustiga, cria no seu pupilo uma situação emocional de obediência cega. Partir para a morte, e ao mesmo tempo infligir a maior baixa possível ao inimigo. É a estratégia dos que não tem força, e estão desesperados. Eu vou, mas levo um monte comigo. Parece filme de guerra, mas não, é a vida real. Tem consequências.
Quem treina um kamikaze também acha que a causa é justa. Que tem deus ou a historia a seu lado. Cria nos potenciais suicidas um estado mental de euforia com questões como honra, martírio, recompensas no além, no futuro, no reconhecimento dos que ficam.
Quem treina um kamikaze é um covarde, ponto. Alguém que acha que o seu deus, a sua causa ou o seu ego são tão importantes que vale o sacrifício de uma carreira, ou pior, de uma vida? O século XX nos deu muitos exemplos destes lideres carismáticos que fazem seu povo passar por imensos sacrifícios para....nada. Para mais sacrifício, para a morte, para absolutamente nada.

Existem os que se acham donos de um saber excepcional, de uma verdade absoluta. Por esse saber e essa verdade, não hesitam em colocar a vida de outros em risco. Covardes, fazem seu joguinho sujo de mandar meninos e meninas alegres ao matadouro. Alguns destes treinadores de kamikazes acham que são novos Moisés conduzindo seu povo eleito pelo deserto. Mas não passam de impostores como Jim Jones, o tal califa Baghdadi e outros despotazinhos medíocres e de ego grande que encontramos por ai. 

(andei meio afastado do blog devido a um trabalho que me consumiu bastante; mas, assim que a poeira baixar, voltaremos a blogar como D´antes)

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

AO CHEGAR SETEMBRO...


01/09/1888
Nascia Heitor Soares Gomes
01/09/1920
Nascia Setembrino da Costa Alves
02/09/1918
Era lançado o livro ‘Fatos e Homens’, de Ermelino de Leão
04/09/1848           
Nascia, em São Paulo, Brasílio Augusto Machado de Oliveira
04/09/1857
Nascia, em Morretes, José Francisco da Rocha Pombo
07/09/1922           
Inaugurada a Estação Ferroviária em frente à Igreja do Bom Jesus
07/09/1938
Fundado o Grupo de Escoteiros ‘Valle Porto
11/09/1915
Nascia Carlos Gomes da Costa
12/09/1714   
Atendendo pedido de Manuel do Valle Porto o Bispo do Rio de Janeiro, Frei Francisco de São Jerônimo,autorizava a construção de uma capela na fazenda Graciosa
23/09/1931
Falecia o Coronel Antônio Ribeiro de Macedo
28/09/1898
Inaugurado o Mercado Municipal (demolido em 70)
28/09/1902
Nascia, em Esp. Santo do Pinhal-SP, João da Cruz Leite

sábado, 1 de agosto de 2015

ANTONINA NO MÊS DA NEBLINA...



05/08/1924

Nascia Milton Oribe

07/08/1942

Falecia o Dr. Heitor Soares Gomes

07/08/1943

Explosão e incêndio destruíam a estação ferroviária da Laranjeira

13/08/1860

João da Silva Machado recebia o título de ‘Barão de Antonina’

14/08/1906

Falecia Nestor Pereira de Castro

15/08/1885  

Inaugurada a Casa Escolar Dr. Brasílio Machado (Brasílio Augusto Machado de Oliveira era o Presidente da Província)

18/08/1892  

Inaugurados o ramal ferroviário Morretes-Antonina e a estação ferroviária da Laranjeira 

20/08/1854

Iniciada a construção da estrada da Graciosa

29/08/1797  

Portaria do Governador da Capitania de São Paulo, Antônio Manuel de Mello e Castro Mendonça, elevava a Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa à Villa Antonina

29/08/1991

Falecia, no Rio de Janeiro, Moisés Wille Lupion de Tróia

30/08/1975

Fundada a Filarmônica Antoninense

31/08/1946

Fundado o Ginásio Municipal de Antonina

sábado, 11 de julho de 2015

O PRÍNCIPE DA BEIRA, OU A ANTONINA QUE PODERIA TER SIDO

Retrato de Dom Francisco Antônio, Príncipe da Beira (1795-1801) achei aqui

Parece muito estranho. O que este fundo de baía, cercada de mangue e mato, tem a ver com um obscuro príncipe português que nunca saiu das fraldas?
Antonina, e isso aprendemos desde cedo, foi uma homenagem ao príncipe português Dom Francisco Antônio Pio de Bragança, filho do Príncipe D João e da princesa Carlota Joaquina. Herdeiro do trono português, o real guri tinha o titulo de Príncipe da Beira.
Nascido em 21 de março de 1795, o jovem príncipe, na época em que recebeu a homenagem, ainda era um simpático pimpolho que usava fraldas. A pintura-retrato que temos dele mostra sobretudo um menino moreno, de cabelos encaracolados muito meigo e muito, muito pálido. Encostado na mesa, ao seu lado uma maçã flechada. Que diabos era isso, o símbolo do amor?
Dom Francisco Antônio, no retrato, vestia uma camisa com babados e ostentava a faixa alvirrubra que seu principesco título de príncipe da Beira exigia. Seu olhar é triste, com olheiras profundas. Vontade de tirar o piazinho dali e levar ele pra tomar sol na Ponta da Pita. Ou passear pelo trapiche olhando os barcos e os urubus ao redor, pra ver se ele se animava. Quem sabe? Uma vitaminazinha, um caldo da cana?
Enfim...
Mas Dom Antônio, nosso pueril Príncipe da Beira, nada tem a ver conosco senão a homenagem que lhe foi prestada. A homenagem, assim, parece um investimento para o futuro. Como a compra de um titulo de capitalização, alguém queria receber no futuro do futuro Rei de Portugal alguma vantagem.
Posto em outros termos: o nome Antonina foi homenagem de quem? A quem interessaria? Quem seria o puxa-saco lá daqueles tempos?
A primeira suspeita paira sobre outro Antônio, Antônio Manuel de Melo e Castro de Mendonça, Governador Geral de São Paulo naqueles tempos. Seu mandato, porem, começou em 28 de junho de 1797. Será que o processo já se teria anunciado antes que este tivesse tomado posse? Se for ele, quais seriam suas motivações?
O fato é que a homenagem ao pequeno príncipe, que seria o futuro rei de Portugal, acabou em nada. Como acontecia com quase todos os herdeiros do trono lusitano, os filhos mais velhos morriam muito cedo, e o fardo de conduzir o império ultramarino português despencava nas costas dos irmãos mais novos e mais despreparados. Dom Antônio acabou morrendo em 11 de junho de 1801, aos seis anos de idade. Quem acabou assumindo o poder, anos depois, foi o nosso conhecido Pedro de Alcântara.
E nós aqui? No inicio a cidade se grafava “Villa Antonina”, assim tudo junto. Ou, a vila de Antônio. Assim encontramos toda a nossa documentação no período colonial.  Lá pelo meio do caminho, durante a Regência e o Segundo Reinado, segundo o inescapável Ermelino de Leão, é que se abandonou a forma antiga e se tornou simplesmente Antonina.
Houve no passado (leia-se século XX) quem não gostasse do nome da cidade, ou da intenção no nome. Achavam que estava no nome e na homenagem uma explicação pelos males que a cidade atravessou nos últimos cinquenta anos (é claro!). Acharam de procurar uma origem no grego “Antos”, flor. Vem daí o verso “Antonina cidade das flores”, que foi pespegado em um de nossos hinos. De suave e finíssimo olor? No meio do manguezal? Acho que este poeta tinha problemas no nariz...
O príncipe Dom Antônio partiu cedo. O investimento feito em sua homenagem morreu ainda em botão, mas a vila á qual emprestou o nome prosperou. Antonina foi uma bela e futurosa cidade, cheia de riqueza, alegria, encanto e beleza. Ainda tem tudo isso, menos a riqueza, que foi embora ao ultimo apito do trem. Ou foi soterrada pelos sedimentos que assoreiam nossa baia.
Será que seria diferente se o nome da cidade fosse Pilar da Graciosa? Ou Guarapirocaba? Será que o príncipe Dom Antônio, se tomasse um caldo de cana todo dia na feira-mar, ou comesse bagre com pirão do mesmo na praia do polacos sobreviveria e, já rei, nos faria melhores e mais felizes? É sempre uma tentação ficar imaginando como seria nosso presente se nosso passado fosse outro.

Mas o fato é um só: entre o mangue e o mato mora uma gente como não tem igual, num cenário que é uma beleza que a natureza criou, como disse o poeta (e enfatiza o geólogo). Nossa Deitada-a-beira-do-mar encanta e encanta. Devemos nos orgulhar do que somos e do que conseguimos. Não é muito? Também não é pouco...

quinta-feira, 2 de julho de 2015

HENRIQUE LAGE E O COMEÇO DO FIM DE ANTONINA

Henrique Lage (1881-1941) e sua esposa, a cantora lírica italiana Gabriella Besanzoni (1888-1962)

Há exatos 74 anos atrás, falecia no Rio de Janeiro o empresário Henrique Lage. E nós, bagrinhos, o que temos com isso?
Nascido no Rio Henrique Lage foi um dos grandes capitães de indústria do Brasil no inicio do século XX. Nascido no Rio em 14 de março de 1881, era  filho mais velho do comendador Antônio Lage, importante empresário e dono de diversos negócios nas áreas de carvão, estivas e pequenas embarcações, além de um estaleiro para consertos navais. Com o advento da Republica diversas empresas de navegação estrangeiras foram nacionalizadas. Comprando o acervo da Norton- Megaw & Co, Antônio Lage fundou, em parceria com Luiz Augusto Ferreira de Almeida, a Companhia Nacional de Navegação Costeira, que foi durante muito tempo a principal empresa de navegação do país.
A Costeira, como era conhecida, ficou famosa por seus navios, os quais começavam todos com o nome Ita. A marca ficou tão importante que ITA passou a quase ser sinônimo de navio. Quem não se lembra do grande sucesso de Dorival Caymmi nos anos 40/50, “peguei um Ita no norte”?
Henrique Lage formou-se em engenharia Naval nos Estados Unidos, em 1909. Juntamente com seus irmãos, sucedendo o pai na direção da Lage e irmãos – que ficou conhecida como o Império Lage – Henrique Lage foi um empresário incrivelmente dinâmico. Aproveitou a onda de substituição de importações durante a 1ª Guerra Mundial e ganhou muito dinheiro vendendo navios, que fabricava no seu estaleiro na ilha do Vianna, em Niterói, e carvão, com o porto de Imbituba, em Santa Catarina. Também fundou a primeira refinaria de sal brasileira, que consagrou a marca "sal Ita". Foi também pioneiro da indústria da aviação, com a construção de aviões de pequeno porte no Brasil.
Empresário nacionalista, Henrique Lage se orgulhava de fabricar no Brasil navios e aviões, com poucos componentes importados. Seu período de maior crescimento e atividade foram os anos 20. Nos anos 30 teve algumas dificuldades econômicas, mas consegui manter o grupo.
Em Antonina Henrique Lage tentou realizar projetos de uma siderúrgica, para atender seus projetos navais na ilha do Vianna, em Niterói. Contudo, seu vinculo com a cidade estava principalmente em suas companhias de navegação, o Lloyd Nacional e a Costeira, que faziam a navegação de cabotagem e integravam a Deitada-a-beira-do-mar ao circuito da produção nacional.
Entretanto, a navegação de cabotagem estava com problemas, e dependia em muito de subsídios governamentais. Em 1941, a Comissão de Marinha Mercante suspende as subvenções pagas às empresas de navegação. A Costeira e o Lloyd sofrem o baque e tem sérios problemas financeiros. Como compensação, o Governo Vargas primeiro concede empréstimos a companhia.
Quando Henrique Lage morre, em 2 de julho de 1941, o Governo vai tomando conta da companhia, que é reestruturada. Sua viúva, a cantora lírica italiana Gabriella Besanzoni, é afastada da direção das empresas, sob o pretexto de não ser brasileira. Em setembro de 1942, com a declaração de guerra as nações do eixo, as companhias são nacionalizadas.
Em Antonina, dependente da navegação costeira, o baque é tremendo. Para evitar a crise, os famosos quatro escoteiros são mandados ao Rio com uma carta onde pedem a reabertura dos escritórios do Lloyd Nacional e da Costeira na cidade. Essa parte do filme já vimos.
Henrique Lage foi um industrial que conseguiu fazer multiplicar as organizações  que recebera de herança, fazendo do tripé carvão, navio e ferro o eixo de seus negócios. Trata-se de um empresário arrojado e obstinado, que não temia fazer altas apostas. No entanto, apesar de suas boas relações com Getúlio Vargas, o estado novo por fim engole o Império Lage.
Hoje seu nome é lembrado no Rio com o Parque Lage, antiga propriedade sua ao pé do morro do Corcovado. Em São Paulo, A REVAP, ou refinaria do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, também é conhecida como Refinaria Henrique Lage.

Antonina? Antonina fica a ver navios... 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

ACONTECEU ASSIM...O MES DE JULHO NA CAPELA!!



02/07/1941

Falecia, no Rio de Janeiro, Henrique Lage

04/07/1854

Falecia, em Morretes, Antônio Vieira dos Santos

11/07/1801

Falecia, em Lisboa, o príncipe Dom Antônio

14/07/1927

Fundado o Clube Atlético Antoninense

20/07/1873

Inaugurada a Estrada da Graciosa

25/07/1879

Nascia Davi Antônio da Silva Carneiro

25/07/1936

Fundado o Sindicato dos Arrumadores de Antonina

28/07/1923

Nascia, em Curitiba, Julia Alves (Graciano) (Nhá Gabriela)

30/07/1949

Falecia o escoteiro Milton Oribe

quarta-feira, 20 de maio de 2015

HOMO LATTES

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)


Uma das mais impressionantes espécimes de hominídeos foi o homo lattes, que habitou as porções mais altas da garganta de Olduvai, na Tanzânia, onde foram achados seus restos.  Os exemplares desta espécie viviam em ambientes pares, evitando fortemente ambientes impares (FNDE, 1998). Seu principal habitat era a “Plataforma dos homo lattes”, uma região de relevo tabular raso pouco acima da entrada de Olduvai, nas cabeceiras do rio CNPQ, um dos formadores do lago MCT.
O homo lattes, neste ambiente meritocrático agreste e semidesértico, alimentava-se somente de pequenas comprovações e citações (CAPES, 2010), fato que limitava muito a irradiação da espécie. De fato, as ocorrências fósseis mais importantes se restringem aos pequenos “montes acadêmicos”, pequenas elevações próximas a cavernas onde as ocorrências de registros  da espécie eram mais abundantes.
Segundo Osbourne Leakey, primo do antropólogo Richard Leakey (O. Leakey, conferencia de abertura do 1º Congresso Brasileiro de Paleontologia Imaginária, Brasília, 1992), as ossadas de homo lattes apresentavam fortes indícios de problemas de coluna e ossos fracos, por trabalharem obsessivamente , quase sempre sentados escrevendo em cavernas mal ventiladas. Trabalhavam com artefatos bastante diversos dos demais primatas, tentando fazer artefatos estranhos e de pouca utilidade, como pontas de flecha sustentáveis e anzóis de osso que não capturavam adequadamente os peixes.  A cada tentativa, no entanto, anotavam tudo escrupulosamente nas cavernas da região.
Uma das mais famosas destas cavernas é a Curriculum Cave (INEP, 2007), onde estão preservadas as produções do homo lattes, como por exemplo as participações em Diretórios de Grupos ao Redor do Fogo, as orientações de trabalhos e participações em caçadas a manadas de antílopes e outros mamíferos. A maneira de escrever estas produções era bastante trabalhosa e consumidora de tempo, mas parece que havia algum sistema de recompensas para que se fizessem tais registros e os mantivessem atualizados. Percebe-se pelo registro paleontológico que muitos avanços foram realizados. Na Curriculum Cave 2, já no pleistoceno, por exemplo, já era possível identificar os co-autores e recuperar citações.
O Homo lattes tinha como predador os temíveis Burocraticus capensis (capes, 2011). Esta espécie de carnívoros, que habitava o Planalto Central logo acima da Plataforma dos homo lattes,  frequentemente exigiam dos homo lattes novas e mais elaboradas inscrições nas cavernas. O Burocraticus capensis também administrava um sólido sistema de recompensas com a distribuição de pequenas bolsas de couro de antílope, que era revisto trienalmente e que provocava grandes tribulações aos bandos (perdão! Diretórios de Grupos) de homo lattes (CAPES, op. cit)

Não existem indícios seguros das causas da extinção do homo lattes. Uma das mais prováveis é a mudança climática na região dos montes acadêmicos ao final do Pleistoceno, com o fim da distribuição de bolsas pelos Burocraticus capensis. Outra provável causa é a competição com o homo sucupirus, que surge na região ao final deste período e que disputa avidamente com o homo lattes o controle da plataforma. Outros autores afirmam, no entanto, que o homo lattes se extinguiu porque não conseguia mais fazer nada sem colocar lá dentro da caverna. Nem festa da firma nem aniversário de criança, tudo era colocado lá na plataforma do homo lattes. A falta de espaço num ambiente tão exíguo provocou a extinção da espécie antes do fim do pleistoceno. 
No entanto, resta a questão: com os homo lattes extintos,  quem ficou atualizando a plataforma? 

domingo, 3 de maio de 2015

AGUARDE OPORTUNIDADE NÃO HÁ VAGA




Em uma das gestões do Dr Heitor Soares Gomes como prefeito Municipal, teve o mesmo que ausentar-se do município.
Por força de Lei, teria que passar a Prefeitura ao seu substituto, o Presidente da Câmara, um cidadão semi-analfabeto, que na gíria popular malmente sabia assinar o nome (deixo de mencionar o nome da ilustre autoridade da época, para não ferir seus descendentes).
Mas o Dr Heitor, sabedor da situação, explicou: “Todo requerimento que entrar somente faça este despacho - Aguarde oportunidade - e quando for pedido de emprego como professor ou outros cargos, despache ‘Aguarde oportunidade não há vaga’”.
Explicou tudo muito bem, que na sua volta resolveria os assuntos, pois a sua auzência era de uns 20 dias o mais tardar.
Fez ciente que um caboclo conhecido por Manequinho Centenário andava pleiteando um cargo de professor no Quatinga, e que seu interino desse o requerimento conforme fora indicado. Tudo certo, tudo feito, o Dr Heitor transferiu o cargo.
Acontece que dias depois morre no sitio a mulher do tal Manequinho. O mesmo vem tratar do funeral e requereu licença para o sepultamento no cemitério de São Manoel.
Resolveu falar com o Prefeito. Foi ao gabinete, quando o mesmo ia entrando o Prefeito disse:”Já sei de tudo, avise lá em baixo que mande para cá o seu requerimento para ser logo despachado”. O pobre homem cabisbaixo agradeceu e se retirou.
Logo o contínuo traz um maço de requerimentos, o Prefeito com ar importante, poz os óculos, e logo procurou o do Manequinho, era seu primeiro despacho.
Mas não leu o requerimento para ver o assunto. Como o Dr Heitor tinha avisado que o homem andava pleiteando o cargo de professor e já tinha treinado no despacho largou o verbo:

“Aguarde oportunidade não há vaga.
fulano de tal
Prefeito Municipal”.


sexta-feira, 1 de maio de 2015

ANTONINA EM MAIO

02/05/1719    Criada a Freguesia de N. Senhora do Pilar da Graciosa

07/05/1937    Nascia Jubel Soares de Freitas (Tube)

09/05/1837    Nascia, em Itaguaí-RJ, Antônio Luiz von Hoonholtz                (Barão de Tefé)

11/05/1932    Fundado o Clube Literário e Recreativo de Antonina

14/05/1879    Nascia, em Antonina,  Caetano Munhoz da Rocha
18/05/1866    Nascia Nestor Pereira de Castro
18/05/2010   Falecia Jubel Soares de Freitas (Tube)

20/05/1880   D. Pedro II e comitiva visitavam a cidade (almoço na casa do Comendador Antônio Alves Araújo)

23/05/1921    Falecia João Thiago Peixoto
26/05/1874    Falecia, em Piracicaba-SP, Antônio Pereira Rebouças Filho
26/05/1968    Falecia Manuel Eufrásio Picanço

colaboração de Celso Meira

quarta-feira, 29 de abril de 2015

QUEM É O DONO DO CENTRO CÍVICO?

Síria? Iraque? não, Centro Cívico, em Curitiba... TIREI DAQUI 
Diz-se que, na civilização, o monopólio da violência passa a ser monopólio do estado. E que monopólio! Qual um tzar, Beto Richa e seus deputados se trancam na assembleia para arrochar os trabalhadores do estado e libera a “sua” polícia para de novo bater numa manifestação de professores. (Álvaro Dias, lá na solidão do Planalto Central, olha no espelho e se vê bonito na foto...).

O Estado tem o monopólio da violência (e que violência!!) mas não tem o monopólio da verdade. Soltar uma nota em que “lamenta” o confronto, com a esfarrapada desculpa de que havia radicais e “irracionais” e blacblocs, tudojuntoemisturado. Armando Falcão, Filinto Muller, Sergio Fleury e outros assinariam mais essa pataquada, velha como a luta de classes. Mais uma pantomima de um governo sem governo, um governo que já veio com sua própria “herança maldita”. E ainda falam da Dilma, os pitbulls e boçais “haters” da internet!
Ao ver as manobras da PM no Centro Cívico, é de impressionar a quantidade de bombas lançadas pela policia contra os manifestantes. Vejam os vídeos, pululando pela rede. Parece que dinheiro pra comprar bombas pra jogar em professor o estado tem, e tem de sobra, pra jogar gases tóxicos até a última garrafa.  Pra pagar salario pra professor (e pra policial!!) é outra coisa.
Esse é o paraná das “Zelites”: um o Paraná “justo”: o Paraná de Nelson Justus, do Bibinho, de Alexandre Cury, de Beto Richa. O estado das privatizações, dos funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa, dos deputados filhos das famílias de sempre, mandando no estado desde sempre. Outro, o Paraná dos professores, dos policiais (sim, também deles!), dos sem-terra, do povão que vive trabalhando pro agronegócio, do povão entalado ao final do dia no terminal do Pinheirinho.  Um sentimento estranho esse, ver esse povo que conheço tão bem se massacrando – afinal, um policial também é povo. Uma vontade de pegar o carro, o ônibus, o avião e ir pra lá, tantas vezes cruzei aquela rua de carro ou a pé. Parem com isso, camaradas!! O inimigo é outro!! Choro de impotência.
É um mundo estranho esse. Onde o mais típico século XX se encontra com o XXI nas redes, e o rebuliço que elas causam. A Direita tá na rua, mas a luta de classes também. Querem derrubar o estado do bem estar social, tão malmente construído à sombra da constituição de 88. Ainda tão capenga esse nosso Welfare State!
Ainda deve estar um cheiro danado de gás no final da Barão do Serro Azul. Parece que o barão, fuzilado pelos florianistas no inicio da República, emprestou seu nome ao local onde a repressão se dá mais forte em Curitiba. Triste sina. Um monte de gente ferida, um monte de gente sangrando, um monte de gente nos hospitais de Curitiba, e Beto Richa vai construindo sua legenda negra. O por do sol frio de abril se impõe sobre as lutas sociais. Mas amanhã é dia de continuar a luta.

Esse governo inepto pode ganhar abril, como perdeu fevereiro. Mas perderá o resto do ano, com certeza. O Paraná merece um futuro melhor. Estas lutas precisam desmascarar essa elite medrosa e corrupta que nos assola e não nos deixa avançar. Pra isso, viva os professores paranaenses!!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

MOLAS QUEBRADAS


O nosso amigo José Peixoto Pinto, quando fez cavação por meios políticos como cabo eleitoral do P.S.D. em prol da candidatura do Dr Pedro Taborda Veiga para deputado estadual, conseguiu um emprego no estado, ser professôr e mais tarde transferiu-se para jardineiro do Grupo Escolar Dr. Brasílio Machado.
E para assumir as funções de funcionário teve o nosso amigo de arrumar a papelada e ir até a capital fazer exame de saúde, seguro de vida e um amontoado de coizas que até o deixou todo atrapalhado.
O Sr gerente da firma Valente ao saber que o Zéco iria a Capital deu-lhe uma incumbência, mandar consertar um despertador.
O Zéco logo ao chegar a capital tratou logo do conserto do despertador. A casa de conserto entregou-lhe a ficha que o mesmo guardou, não olhando o que dizia.
Foi a secretaria de Saúde tirou chapa de Raio X e corre d'aqui, corre d'ali; uma papelada sem fim e foi guardando tudo.
Na hora H grampeou toda a papelada entregou à encarregada na secretaria de Educação para afinal receber o título de nomeação, tudo já estava quase pronto.
Mas resolveu a encarregada de fazer uma revisão na papelada, e qual não foi a sua surpreza, ao deparar que o Zéco não estava em condições de saúde normal, ainda deu tempo de chamá-lo e disse: “o Senhor ainda não pode receber o título, me devolva”. O Zéco intrigado com o caso, pois o seu exame déra tudo bem e agora surgia esse impasse a ultima hora. Ficou nervoso, perguntando à encarregada qual o motivo de tal atitude.
A encarregada imediatamente respondeu: "Tem um caso complicado em sua Radiografia". O Zéco ainda mais nervoso ficou: "Isso não pode ser...a senhora me explique o que está acontecendo".
A encarregada lhe explicou:”Aqui tem mola quebrada”.
Aí é que o Zéco pode notar o engano, e ponderou:”A senhora me desculpe, houve um engano em logar do cartão de Radiografia eu tinha colocado o cartão do despertador. O que está com a mola quebrada é o despertador do Gerente do Valente - as minhas estão todas boas”.

(NE- Da mesma forma que o post anterior, conservei as grafias antigas que não prejudicavam o entendimento do texto) 


quarta-feira, 15 de abril de 2015

SARTREANUS CASTORIANIS

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)


Uma das espécies mais características do pós-guerra mesozóico foram os galináceos da família dos Sartreanus (Christos & Leboriaux, 1946, Congresso de Paleontologia Imaginaria de Potsdam). Essa espécie era muito ruidosa, e em geral preferia a vida em pequenos nichos ecológicos bem especializados, como os cafés do plioceno da bacia de Paris (Lefort, 1958).
Animal muito inteligente, logo ocupou rapidamente seu espaço, questionando com vigor o status quo anterior. Tinham asas bastante desenvolvidas para galináceos do seu porte, e pulavam as cercas com frequência. Costumavam ter mais de um parceiro, embora fossem fiéis a somente um deles. Nestes casos, os Sartreanus sp iam esclarecer estas relações exogâmicas em romances autobiográficos os quais, infelizmente, não foram preservados no registro paleontológico (Le Bom, 1991).

Durante o período máximo de especiação, espalharam-se por quase todos os ecótones, com sua essência sempre precedendo a existência. Explicavam essas e outras postulações tanto em tratados filosóficos quanto em romances de formação pleistocênicos, dos quais restam muitos poucos vestígios (Zizou, 2006). Depois de um grande período de radiação adaptativa, alguns ramos tiveram algum sucesso evolutivo parcial, como o chiquitos baccanus, descritos no holoceno da ilha de Martinica (Braguinha, 1950; Veloso, 1968). Os demais foram paulatinamente se extinguindo, abandonando ruidosamente seus postulados filosóficos anteriores. Como postulado por Zizou (op.cit), a desistência antecede a extinção.  

domingo, 12 de abril de 2015

PEGUE O SEU CHAPÉU E VÁ EMBORA


Na firma João Cordeiro e Filhos, onde eu trabalhei por 20 anos, assisti diversos fatos.

Certa vez o Sr. Manoel Mendes Cordeiro, de saudosa memória, gerente e sócio da firma, indignado com o operário socador de herva mate Paulo Vidal, lhe disse:
- Não lhe quero ver mais aqui, pegue o seu chapeusinho e vá embora.
Passado meia hora, o Sr Cordeiro vae ao armazém e o Sr. Paulo Vidal continua a trabalhar.
O Sr. Cordeiro novamente o advertiu, e sahiu.
Deixa passar alguns minutos e volta:
- Mas o senhor é teimoso! Eu já lhe disse, pégue o seu chapéu e vá embora - e com um gesto de imaginação- e vá já!
Vira-se o Sr Vidal e diz:
- O Senhor mandou eu pegar o meu chapéu. Mas a questão é que eu vim de boné...
O Sr Cordeiro deu uma risada e disse:

- Continue a trabalhar...

(NE - Editei esse conto com a ortografia original, que me pareceu muito mais saborosa e fácil de entender)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

HOMO INABILIS

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)

O homo inabilis foi uma das espécies de hominídeos mais estranhas que surgiram nas savanas africanas durante o Plio-Pleistoceno. Tinham um cérebro altamente desenvolvido, e parecia-se com os homo erectus mais evoluídos. Mas os homo inabilis se constituíram numa verdadeira catástrofe em termos ecológicos. Eram muito distraídos e provocavam confusões muito grandes entre os primatas de sua era. Bandos de caçadores compostos por homo inabilis estragaram muitas caçadas de outras espécies de hominídeos, em geral porque faziam barulho fora de hora, atravessavam o meio da tocaia, ou atraiam acidentalmente bandos de tigres de dentes de sabre para o interior de agrupamentos de hominídeos desprotegidos. Julga-se que muitas espécies de hominídeos foram acidentalmente extintas quando, durante as caçadas, os homo inabilis perdiam o controle sobre as manadas de elefantes que tentavam capturar.
O antropólogo Osborne Leakey, primo do famoso descobridor dos pitecantropus e australopithecus, sir Richard Leakey, foi o principal estudioso dos homo inabilis. Em seu trabalho mais importante (O. Leakey, 1958), com o surgimento dos homo inabilis, muitas espécimes de primatas acabaram se extinguindo. Evidências antropológicas encontradas em camadas do plioceno africano descobertas por Leakey (op. cit.), registram a extinção de espécimes e grandes incêndios florestais em todo o leste africano.
 Os indícios levantados por Osborne Leakey parecem indicar que foram os homo inabilis os primeiros hominídeos a domesticarem o fogo. Isto quando pararam de se queimar e de provocar devastadores incêndios pelas savanas, que acabavam com ecossistemas inteiros. Estima-se que, isoladamente, os homo inabilis foram de longe a espécie que mais alterou os ecossistemas pleistocênicos, de uma maneira até então nunca antes vista.
Em geral, os homo inabilis tinham boas idéias, mas nunca eles as colocavam completamente em prática. Quando colocavam, era de forma tosca e imperfeita, logo dirigindo seus esforços para outras atividades e deixando aquelas idéias de lado. E assim por diante. Aperfeiçoaram o fabrico de utensílios, com novas técnicas de lascamento de pedras e outros artefatos líticos. Os espécimes que se dedicavam a estas tarefas sempre apresentavam escoriações advindas do trabalho de fabricação: dedos quebrados ou mutilados, pés cortados. Não foi por acaso que são invenção dos homo inabilis os primeiros - e toscos - curativos até hoje encontrados (Leakey, op.cit).
Ainda segundo o monumental tratado de Osborne Leakey, infelizmente desaparecido e somente encontrado em fragmentos preservados pelo fogo, pode-se supor que os homo inabilis acompanharam os homo sapiens na sua peregrinação rumo a Europa e Ásia.

A grande questão que se coloca (Pereira & Schroeder, 1988, atas do congresso de Paleontologia Imaginária de Vina del Mar) é se os homo inabilis se extinguiram completamente ou se ainda se encontram, isoladamente, entre os grupos atuais de homo sapiens. O próprio Osborne Leakey nunca conseguiu responder de maneira definitiva essa questão. Socorro!!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

PLANTAR BANANA


Quando o Sr. Demerval Cordeiro tinha banca no mercado para venda de frutas e verduras, certa ocasião apareceu um caboclo da Lagoinha por nome de Hilário, oferecendo ao Demerval umas 40 dúzias de bananas. Mas para fazer negócio necessitava de uns CR$30,00 adiantados, e foi atendido.
Passado mais de 15 dias o Hilário não trouxe a banana, mas veio dar uma satisfação ao Demerval, que necessitava de mais 15.000 cruzeiros para comprar um animal para a puxada da banana, pois o percurso era longo e demorado. O Demerval atendeu.
Mais uns 15 dias e nada de banana. Mas o Hilário apareceu, necessitava de mais 10.000 cruzeiros para um carro, desejava comprá-lo, pois com o animal era muito pouco o serviço quase não rendia, e no carro puxava 2 dúzias de cachos cada vez. Ao ser atendido solicitou 5.000 para o arreamento, o dono do carro fazia somente o negócio do carro com o arreio. Foi atendido nos 15.000.
Passou mais alguns dias e nada. Voltou a falar com o senhor Demerval, pois a estrada estava péssima, não dava para o carro passar, encalhava, era carga e descarga, muito sacrifício! Necessitava mais 10.000 cruzeiros para os reparos da estrada. Foi atendido.
Decorreu um mez e nada do Hilário com a banana.
Mas o Hilário apareceu e foi o Sr. Demerval que foi procura-lo. Ele o encontrou e falou: “como é a banana? dei dinheiro para comprar o animal, o carro com o arreio, dinheiro para fazer a estrada, dinheiro adiantado para o corte, e até agora nada de banana!”.
O Hilário, calmo, ouviu tudo e depois disse: “Seu Demerval, tudo que o sr disse é verdade, e agora eu precisava de uns 100.000 cruzeiros para plantar o bananal”. 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

ANTONINA EM ABRIL



01/04/1917    Inaugurado o Moinho Matarazzo

03/04/1873    Criada a Comarca de Antonina e Morretes

04/04/1934    Fundado o Club Ypiranga

17/04/1958    Inaugurado o prédio da Capitania dos                                 Portos

20/04/1900    Falecia, na Lapa, o Padre Pinto (Francisco                           da Costa Pinto)

22/04/1888   Falecia, em Palmeira, o Comendador Antônio Alves Araújo (político, industrial, duas vezes presidente da província)

26/04/1935   Falecia, em Curitiba, Teófilo Soares Gomes

28/04/1914   Nascia, em Penedo-AL, Aguinaldo Vieira da Silva (Profeta)

(CONTRIBUIÇÕES DE CELSO MEIRA)

sexta-feira, 27 de março de 2015

A POLÍTICA FAZ TUDO (o curador, o médico e a política)


No dia 24 de maio de 1951 a convite do candidato a prefeito pelo Partido social Democrático Dr. Pedro Daros, fui em companhia do mesmo à Ponta da Pita e redondezas, em propaganda de sua candidatura.
Depois de percorrermos os diversos moradores, fomos à casa do cidadão Manoel Roza, o qual esta em tratamento de saúde com o Dr. Pedro Daros.
Fogo de chega (época de eleição) o Dr. Daros (muito interessado, como todo politico faz) pergunta do estado de saúde do Sr. Roza.
O mesmo logo se pronunciou:
Doutor o meu caso era muito diferente do tratamento que o Senhor fez. Era feitiçaria, um sujeito que queria me atrazar a vida e me matar com feitiço...
O Dr. Daross, concordou dizendo: “Que monstro, que perversidade! E como curou-se?”.
"Com um curador, que me contou toda minha moléstia, e mandou que eu me retirasse d'aquela casa".
O Dr. Daros: “Que coisa formidável, esse homem fez todo o diagnostico...
E continuou o Sr. Roza: “Me deu umas garrafadas, uns benzimentos, e eu fiquei curado”.
O Dr. Daross animado não com a cura, mas com a politica, disse: “Esses curandeiros são formidáveis...”.
E eu com meus botões ouvindo toda presepada do curador e a politica, fiquei certo que se o Dr. Daros fosse curador e não medico, com as garrafadas e benzimentos, seria com mais facilidade eleito.

E quando nos achávamos longe da casa do Sr. Roza eu disse ao meu amigo Dr. Daros: “Ao menos uma vez na vida o Sr. Foi obrigado a acreditar em feitiçaria e nos curadores. A politica faz tudo”.

segunda-feira, 23 de março de 2015

FASCISTUS sp

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)


fascistus foi um gênero de vermes muito comuns no início do Cenozóico. Existem indícios de uma ampla especiação em escala planetária, com registros fósseis mais importantes no eoceno da Itália (fascistus sp) e posteriormente uma espécie mais virulenta no oligoceno alemão (fascistus nazionalsozialistus). Existem registros que o fascistus, proliferando-se a partir das cervejarias de Munique, tornou-se a espécie dominante no mioceno alemão, também com registros um pouco posteriores na Espanha (f. francus) e Portugal (f. salazaristus), entre outros.
fascistus era uma espécie muito agressiva, ameaçando seriamente o espaço vital de outras espécies importantes em diversos ecótones, às vezes assumindo o papel de exterminação em massa (Mengele & Eichmann, 1943). Particularmente ferrenha foi a disputa de espaço entre os fascistus sp e o sinistrus sp (ver sinistrus) em varias partes do planeta durante o plioceno (Molotov & Ribentropp, 1939).  Alguns roedores do mioceno da Inglaterra (Liberalistus anglicensis) também foram competidores do fascistus (Chamberlain & Churchill, 1940). Um pouco mais tardio, o mamífero Roosevelticus newdealorumdo mioceno e plioceno da America do norte também foi um importante competidor do fascistus, apesar de suas notórias dificuldades de locomoção dos membros inferiores (Eisenhower et alii, 1941, atas do Congresso de Palentologia Imaginária de Pearl Harbour). A conjunção destes diversos competidores, assim como a falta de alimentos e combustíveis em seu próprio habitat levou à extinção violenta da maioria das espécies de fascistus ao fim do pleistoceno (cf. atas do Congresso de Paleontologia Imaginária de Nuremberg, 1946). Entretanto, algumas espécies isoladas de fascistus sobreviveram e chegam até os dias de hoje, embora muito insignificantes na moderna cadeia alimentar  (Olavo de Carvalho, com oral, 2014).
Na America do Sul tivemos duas épocas de irradiação do fascistus. Antes do Plioceno, tivemos alguns espécimes de platielmintes que mimetizavam o fascistus, adquirindo alguns de seus hábitos, como o Salgatum integralis do Brasil e o peronius fascistus da Argentina. O Salgatum integralis, de coloração verde, era praticamente inofensivo, embora tivesse língua ferina (Lacerda, 1954; Quadros, 1961). Já o peronius foi mais importante, e derivou para outros espécimes com características bem distintas da original, embora ainda pertencentes ao gênero peronius, como o p. montonerus, o p. menemistus e, atualmente, o peronius kirchnerii (Borges & Casares, Imaginary Paleontology review, Special Issue, 1988).
fascistus, principalmente da subespécie milicum, reintroduziu-se tardiamente na America do Sul a partir de locais na America do Norte depois do fim do plioceno (McCarty, 1953; Nixon, 1968, atas do Congresso de Paleontologia Imaginária da Filadélfia).  Instalando-se em diversos ambientes diferentes e, sem competidores naturais à altura, o fascistus dominou o continente sul-americano durante o pleistoceno inferior. Foram particularmente importantes of. mediciis e o f. videlius, no Brasil e na Argentina respectivamente (cf. Costa e Silva, 1968; Galtieri & Massera, 1975, Imaginary Paleontology Review). Uma das espécies mais resistentes, o fascistus milicum pinochetieri, do pleistoceno chileno, foi particularmente letal, tendo alguns espécimes sobrevivido até perto do presente (Bachelet & Frei, 1991, atas do Congresso de Paleontologia Imaginária de Viña Del Mar). Apesar de ter sido julgado extinto ou controlado, ainda temos muitos casos de contaminação por fascistus em diversas partes do mundo (Sarkozy & Le Pen, 2002; Berlusconi, 2005; Índio do Brasil et alii, 2010). Mais recentemente, descobriu-se tratar não de vermes do fascistus típico, mas espécies de piolhos que provocam uma sarna e dão arrepios ao coçar feridas antigas e já cicatrizadas, como o milicus depijamus e o filhotis dictaturii (Kataguiri & Harakiri, 2015), deixando os organismos de saúde sob alerta. Xô, fascistus!!

 (NE - Por vezes, o fascistus pode infestar as aves da família dos ramphastidae. De quatro em quatro anos, quando trocam as penas sob a influência da infestação genérica de fascistus, estas aves perdem as penas e, completamente calvas, emitem um canto triste, retrógrado mesmo [R. Azevedo, comunicação verbal]. Quem já ouviu confirma que é muito triste aquele cantochão vindo de aves de tão bela plumagem).

PS - Neste breve post não nos referimos a especies ainda vivos, só os já devidamente extintos. Mas, na Paleontologia, mesmo na Paleontologia Imaginária, tudo é uma questão de tempo...