quinta-feira, 14 de junho de 2012

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE CANDUCA


Depois de falar de um dos óbvios da politica antoninense, a candidatura Munira, agora vou tentar abordar outro tema, tão espinhoso quanto o anterior: quais as perspectivas e as chances de Canduca no tabuleiro eleitoral?
Lembro-me de ter assistido, em 2008, das janelas do restaurante Buganvil, a uma passeata da candidatura Canduca. Foi uma coisa pra mim impressionante e muito nova: as pessoas de branco, o clima alegre, quase de um desfile escolar. Pelo pouco que vi, foi um reflexo da candidatura Canduca e seu clima de paz-e-amor: com esse clima, sua candidatura conseguiu pautar uma eleição numa postura menos “briguenta” e mais propositiva.
Isso foi pra mim uma grande novidade em eleições que sempre foram muito mais acirradas e briguentas, com acusações de lado a lado, e muita, muita “marra”. Com essa postura, Canduca conseguiu ficar por cima da briga e, mesmo com um numero de votos ligeiramente menor do que na eleição de 2004 conseguiu se eleger contra dois candidatos fortes, como Munira Peluso e Kleber, que então estava com a máquina municipal.
O que houve desde então? Por um lado, Canduca procurou reorganizar a máquina pública, principalmente conseguindo zerar os Cadastros que permitiam ao município lutar por verbas públicas oferecidas pelo governo federal. Uma das maiores coisas dentre todas foi Hospital Silvio Linhares, que está sendo reconstruído.  Muito dessa conquista é fruto da ação de meu querido amigo Zé Paulo Azim, de longe o melhor secretário municipal da gestão Canduca, por isso mesmo cacifado para a eleição municipal. (Ao meu amigo-irmão Zé Paulo desejo boa sorte na sua nova carreira politica, tão cheia de desafios e percalços).   
Por outro lado, Canduca nunca teve medo de desagradar, quando necessário: mudou a cara da Feira-mar e de outros logradouros, o que lhe valeu muitas críticas. Nestes últimos anos, depois de muitas reclamações, inclusive as minhas, ele conseguiu manter a região central da cidade mais limpa, depois de terminar seu primeiro ano com as ruas ainda cheias de mato. Canduca, por outro lado, nunca participou ou interferiu na nossa ativa blogosfera, por mais que tenha sido citado de maneira negativa o mais das vezes. Esta postura paz-e-amor, considerados alguns de seus antecessores, é uma grande virtude.
Durante a catástrofe de março/2011 a atuação do governo municipal foi impecável. Todos lutaram muito, desde os altos escalões até o mais humilde funcionário, todos participaram ativamente na minimização da tragédia. A prefeitura, colocada de joelhos pela tragédia, lutou com um só.  Eu estava lá, eu vi. O atraso na construção das casas populares no Batel, por outro lado, está complicando muito sua imagem nessa área.
No entanto, Canduca deu algumas derrapadas, como na novela do barracão de fertilizantes e a mudança a toque de caixa do Plano Diretor Municipal. É necessário um grande ajuste no Plano Diretor Municipal, e não remendos na lei para atender os interesses de algumas empresas, como ficou parecendo. Em quatro anos, apesar dos avanços, o município também não conseguiu dar conta do problema do lixo embora, como já escrevi antes, este não seja um problema só da prefeitura. Envolve também a educação da população.
Contrariamente a muitos colegas de blogosfera, eu tenho uma visão positiva da gestão Canduca: se ele não foi um prefeito dos sonhos (e quem é?), também não vai entregar a prefeitura em pior estado que recebeu. Dizem que suas chances de reeleição são reduzidas, mas aqui da minha distância regulamentar não vejo isso, fora as reclamações que todos, Brasil afora, fazem de seus governantes. Aqui em Campinas, por exemplo, estamos há um ano sem prefeito e sem vice, cassados por um escândalo de corrupção, governados interinamente pelo presidente da câmara. Nova Friburgo, além da tragédia do clima, está sem prefeito pelo mesmo motivo. Querem coisa pior?
O fato de ser honesto obviamente não qualifica ninguém para ser político. Antes de tudo, é pré-requisito. Não sei como avaliar seus concorrentes, exceto Munira Peluso, já bafejada com a sorte nas urnas. Se a leveza do estilo de Canduca não nos fez subir às alturas, pelos menos conseguiu que não afundássemos na lama. Pode ser muito, pode ser pouco, não tenho os dons adivinhatórios de mãe Diná pra saber. Pai Zinho, meu guia espiritual, só me traz notícias do passado. No futuro, serão os próprios bagrinhos que definirão muito em breve isso tudo nas urnas.

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