Vivemos tempos extraordinários. A internet e as novas
tecnologias da informação nos tornam mais conectados, numa proporção, desculpem
a frase, nunca antes vista na história da humanidade. No entanto, importantes teóricos
da rede são unânimes em apontar, em paralelo com os benefícios dessa interconectividade
toda, a presença de alguns problemas graves. Um deles, que gostaria de comentar aqui, diz
respeito ao anonimato.
O anonimato está presentes na blogosfera capelista em grau
muito intenso e importante. Um deles diz respeito às carradas de comentários anônimos
que pululam na nossa comunidade. Em certo ponto, pode ser até bem vindo. É muito
ruim quando isso toma o comportamento de turba. No entanto, o que não se pode mesmo
tolerar é a brincadeira passar do ponto e descambar para a injúria, a
difamação e a calúnia.
Vi, desde a semana passada, diversos comentários postados
anonimamente em vários blogs importantes e respeitáveis da cidade questionando
a prestação de contas do livro “Antonina – 35 anos de cumplicidade”, de nosso
querido Eduardo Bó. Antes de tudo, quero dizer não tenho procuração para
defendê-lo, embora me considere seu amigo. Nesta tarefa não estou sozinho, pois
vários bloguistas já se manifestaram a respeito do assunto de maneira bastante
contundente. Se também o faço, é porque vejo nessa atitude covarde de alguns
uma tentativa de atingi-lo no que uma pessoa tem de mais sagrado, que é sua
honra.
Eduardo Bó pode ter
todos os defeitos do mundo, mas é uma pessoa honrada. Poucas pessoas vivas
fizeram tanto pela sua, pela nossa Antonina, mais do que ele. Seu trabalho como
fotografo, bloguista e com idealizador do Festival de Inverno falam por si. Poucos
bagrinhos são referência como Eduardo Bó. Prefeitos, vereadores, políticos,
fofoqueiros de esquina passam. A obra de Eduardo, como representação do que é a
Deitada-a-beira-do-mar nos últimos 40 anos, o seu incansável trabalho de
documentarista de nossa cidade e de seus habitantes permanece. Essa é a importância de sua obra toda, a que vem se somar mais esse livro.
Um livro que não foi produto de um conchavo de bastidores,
de negociata, mais foi sendo amorosamente gerado ano após ano, na avenida do
samba, retratando o que ele, Eduardo, mais gosta de retratar – a gente de Antonina. Um livro
esse que foi financiado por uma lei de fomento, qual o problema? Ao contrário
dos artistas nacionalmente consagrados que alguns protestaram recentemente,
Eduardo teve que ralar atrás de empresários o patrocínio a que tinha direito,
um patrocínio, aliás, oriundo de renúncia fiscal do governo. Não é fácil para
um artista, e ainda um artista bagrinho, vencer as resistências de empresa após
empresa, até conseguir o total para financiar o livro. Eduardo lutou e
conseguiu. Qual o problema com isso?
Eduardo Bó não é um homem rico. Tem suas posses, cuida de
sua vida, paga seus impostos. Esse livro não vai fazê-lo mais rico. Sua riqueza
vem de sua arte, do seu talento, uma coisa tão desproporcionalmente repartida
que faz da pessoa talentosa um devedor nato. Sim, quem tem talento tem o dever
de reparti-lo com todos os demais. E isso Eduardo vem fazendo com sua arte em
doses generosas já lá se vai quase um vida inteira.
Qual seria o desígnio destas pessoas, acoitadas no mais vil
anonimato, desmerecer, lançar duvidas ou tentar jogar lama no sucesso alheio? Meu
amigo, vá trabalhar, vá fazer algo de útil para si, sua família ou sua cidade. É
preciso acabar com essa autofagia perniciosa, que nos enterra politica e
economicamente há quase meio século. É preciso circunscrever esses covardes no
seu sujo covil, no antro de suas perversidades, ou eles tomam conta de tudo. Tomam
conta da blogosfera, tomam conta da cidade e, pior, tomam conta de nossa alma,
de nosso espírito. Como construir a cidade que todos queremos com o espírito roído
por essa inveja mesquinha e imunda, por essa autofagia porca e rasteira?
Não foi pra isso que Valle Porto fundou essa cidade.
Maravilha este teu texto, inclusive porque defende o Eduardo sem procuração, como eu já fiz. Defende por defender, por acreditar que o Bó - e qualquer pessoa - não pode ser achincalhado por anônimos de merda.
ResponderExcluirNão aguento essa turba de antoninenses que se esconde nos biombos do anonimato para denegrir gente honrada.
Não podemos permitir que esta laia de anônimos pretenda tomar nossa alma.
Mas nem fudendo!
Mas que o Bó podia largar sua oceânica presunção e pronunciar-se, ah, isso podia.
Me inspirei largamente no teu texto, duro e coerente, como sempre, meu caro. Quando li as postagens, primeiro no Jequiti e depois nos outros blogs, fiquei muito irado com aquela insistencia em ficar ali colocando aqueles fatos como eles fossem poo si só comprometedores. Mas é isso, meu caro, o bom combate é feito pra ser lutado, né? abraços,
ResponderExcluirCaro Jeffe: primeiramente agradeço as palavras em defesa da minha pessoa, que: a) como velho macaco da floresta antoninense, conheço os galhos podres..imagine ocultos ou invisiveis; b) tenho varios blogs abertos e com direito a comentarios assinados e pertinentes a pauta publicada; c) meus atos pessoais e profissionais nao me obrigam a ter que prestar conta para supostos interessados, a nao ser minhas obrigaçoes fiscais alencadas por Lei, que as faço rigorosamente como bom cidadão; d) quanto ao tal projeto que me cobram - o album ou livro de fotografia - um presente que deixo para a cidade dos meus 35 anos de dedicação profissional - rigorosamente foi cumprido o estabelecido pelo MINC - Ministério da Cultura, orgão público para o qual submeti e tive aprovado não somente a proposta de projeto como sua Prestação de Contas, que imediatamente as encaminhei aos parceiros financeiros, os quais, por consideração também prestei conta.
ResponderExcluirCaso houver algum CIDADÃO interessado em maiores detalhes sobre o corpo do projeto e suas rubricas tecnicas e financeiras, devera solicitar ao MINC, entidade pública que, após a devida identificação do solicitante poderá dar aceso a planilha de custos. Publicada em seu portal: www.minc.gov.br. Por outro lado, se tiver algum amigo interessado em saber outros detalhes e como montar um projeto de cultura para captar recursos através da Lei Rouanet, me procure que terei o prazer em dar algumas dicas.
Porque: "tudo somente vale a pena, quando a alma não é pequena" já dizia o velho Pessoa.
Abraço do Bó
E PONTO FINAL.
Caríssimo Eduardo:Obrigado pelos esclarecimentos, os quais, como é óbvio, estão todos lá no seu blog de maneira transparente. O que me irritou foi a forma desonesta e perversa empregado pelo tal anônimo em suas ectoplasmicas aparições. O perigo que vi - e pelo qual todos os outros bloguistas deram o alarma - foi a velha armadilha da mentira contada mil vezes, que acaba com a ficção virando fato e vice versa. é melhor prevenir que remediar. abraços!
ResponderExcluirRato só entra em casa se houver buraco. Comentário anônimo é de responsabilidade do bloguista. O verdadeiro culpado pela contaminação.
ResponderExcluirBó
São dois bem aposentados se não gostarem do meu comentário vão me acionar na justiça. Jeff prefiro um monológo a dois, do que um diálogo a um.
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