(Seguem as aventuras de Thomas Bigg-Whiter e a Expedição Inglesa em Antonina. Agora eles se vêem às voltas com os carroceiros alemães da cidade, que monopolizavam o transporte de cargas para Curitiba)
Não resta duvida que, se o ancoradouro em Antonina fosse
menos limitado em extensão, a cidade teria grande futuro diante de si, mas
parece que havia somente dois canais, comparativamente pequenos, onde poderiam
ancorar embarcações de qualquer tamanho. No momento, a vantagem de antonina
sobre sua rival Paranaguá é a de se comunicar com Curitiba por uma estrada. Se,
contudo, o plano proposto de se construir uma estrada de ferro de Paranaguá a Morretes,
e dai para Curitiba, for realizado, e não o traçado que tem Antonina como ponto
de referência, não resta duvida que o saldo de vantagens será transferido para
a cidade anterior. Quando visitei ultimamente estas duas cidades, travava-se
entre elas tremenda luta pelos jornais sobre esse importante problema da
estrada de ferro.
Nessa ocasião antonina contava talvez 1200 habitantes, dos
quais grande porção era de alemães, e logo descobrimos que todo o serviço de
carroças estava em suas mãos. Contratamos, então, o maior número possível
destes veículos no primeiro dia, carregando-os de material e despachando-os
para Curitiba, tão cedo eles puderam ficar prontos. As carroças eram pequenas,
porem, bem construídas. Os proprietários se firmaram no proposito de não
ultrapassar certa capacidade. De fato, elas não levavam mais de meia tonelada
de carga. Olhamos mais uma vez para os veículos
- eram fortes e bem construídos. Olhamos para os cavalos – eram pequenos
e fracos, mas não havia menos de cinco atrelados a cada carroça, e quanto
mais olhávamos mais ficávamos perplexos
diante da absurdidade da carga diminuta que levavam. Reclamamos, mas em vão. A
invariável resposta era: “se puserem maior carga, voltaremos para casa com as
carroças”, promessa que foi cumprida por um ou dois carroceiros. Fomos, portanto,
forçados a aceitar as condições estipuladas, a tal ponto que pagamos pelo
transporte de uma tonelada de material, no percurso de cinquenta milhas, o
preço de dez libras! Qual seria o preço do carvão em Londres sujeito a esse
preço de transporte?
Se o nosso material estivesse acondicionado para ser
transportado em lombo de mula, como deveria ter sido feito antes de deixarmos a
Inglaterra, teríamos, sem duvida, forçado os carroceiros a cobrar um preço
razoável, mas na situação ficávamos inteiramente a mercê deles.
uma joia da nossa história. parabéns.
ResponderExcluirsó valeu, Eduardo!! obrigado!!
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