quinta-feira, 18 de abril de 2019

AS HISTÓRIAS DO DELEGADO


A cidade de Guapiara na década de 1940, no tempo da passagem dos cinco escoteiros. 
Na manha de domingo, 28 de dezembro de 1941, os jovens escoteiros foram acordados com um cheiro bom de café. E também com o cheiro bom de uma panela de feijão preto sendo cozido no fogãozinho rústico de Manduca, o cozinheiro da missão.
O arroz já estava praticamente pronto. Com uma mãozinha do inspetor de quarteirão de Banhado Grande, onde eles passaram a noite. Além de lhes fornecer pouso, ele também havia fornecido alguns mantimentos para a viagem. Desta forma, eles poderiam dar uma melhorada no farnel de viagem.
Logo que puderam, despediram-se do Inspetor, arrumaram as tralhas e se puseram na estrada. Tinham 41 quilômetros a percorrer, em direção a Guapiara. Caminharam muito.
As 12:00 pararam para comer o feijãozinho com arroz. Logo após o almoço,  atravessavam o lugarejo de Fazendinha. Ao final do dia chegaram a Guapiara. Entrando na cidade, como de praxe, foram logo procurar o prefeito ou o delegado. O delegado de Guapiara, assim que os viu, a principio não deu muita bola para os rapazes.
Estes insistiram com o delegado. O Chefe Beto contou a história da missão deles. Mostrou também ao velho delegado as carteirinhas de escoteiro e o livro oficial das assinaturas que traziam consigo. Ao fim da fala do Chefe Beto, o delegado chegou a se comover, e abraçou os rapazes, afetuosamente.
A provas disso é que ele acolheu os meninos em sua própria residência. Estes deixaram lá suas tralhas, e foram tomar banho no rio Pequeno, que atravessa a cidade. Depois, na volta, eles bem que repararam nas ruas limpas e bem cuidadas de Guapiara. Os rapazes se impressionaram principalmente com as casas bem pintadas e as praças limpas e ajardinadas. As escolas eram novas, as igrejas bonitas. Tudo era muito limpo e bem cuidado em Guapiara.
O delegado ofereceu uma janta aos rapazes, onde contou algumas coisas sobre a cidade. Enfatizou sobretudo a gente limpa e ordeira que ali vivia. Não tinha motivos de reclamação. No entanto, a cidade tinha ainda muitos problemas, como uma precária ligação de energia elétrica e total ausência de esgotos.
A cidade vivia sobretudo da mineração, segundo lhes contou o delegado. Ele também lhes contou o significado do nome da cidade. Guapiara é uma palavra indígena que significa lavra, buraco no chão para lavrar ouro e outros metais. Havia mais de duzentos anos ali se extraia ouro. Além da mineração, a cidade também tinha uma pecuária de suínos bastante forte. Isso supria os solos da região, que eram muito fracos para a agricultura.
Por fim, de estomago cheio e cheios também das histórias do delegado, os rapazes foram dormir.  

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