quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

CRONICAS DO DUTO - ROMARIA (4)


A basílica de Aparecida; minha romaria chegou até lá!
Em meio à correria que foi minha permanência nas obras do duto Atibaia-Taubaté, consegui fazer algumas coisas interessantes. Conheci um pouco mais o vale do Paraíba, e percebi que estava perto de alguns lugares chave de nossa historia e de nossa cultura.

Tive o privilegio de trabalhar nas margens do rio Buquira. Ora pois, houve um cidadão que, tendo uma fazenda nas margens deste rio, meditou muito sobre os problemas da agricultura, do homem e do Brasil, que foi exatamente Jose Bento Monteiro Lobato.
Em Caçapava, visitei o museu do 6º RI, um dos pilares da antiga FEB, responsável sozinho pela captura da 148ª divisão alemã, já no fim da guerra. Com meu amor, visitei campos do Jordão, e conheci um pouco da cidade, a flor da serra da Mantiqueira.
E principalmente, conheci Aparecida. Eu achei que nunca fosse fazer uma peregrinação a aparecida. Mas fui indo, indo e no final estava lá eu, andando pelas naves da imensa basílica, vendo as pessoas colocando velas e fazendo preces. Claro, como xodó de igreja velha que sou, preferi mil vezes a basílica velha, que está sendo reformada.
Lá dentro, me encantei com a imagem da santa, com os desenhos, com a história, com a arquitetura. Mas me encantei mais com as pessoas e sua fé. Você via a fé das pessoas. Você via pelo rosto das pessoas o seu desejo de estar em comunhão com o divino.
Vi um senhor, meio velhinho, que estava lá com a família. Ele se foi chegando pra perto do altar, tímido, passo por passo, temeroso. Perto do altar, ele começou a fazer algo como se fosse uma oração em silencio. Era nítido que ele estava pedindo alguma coisa ao divino. E era bonito de ver, no meio de todo aquele seu maljeito, que ele conseguiu: na volta pra encontrar a mulher os filhos e os netos, o rosto dele era só luz.
Me comovi tanto, que também rezei. Rezei uma reza meio tatibitate, de quem não tem jeito pra coisa. Rezei por mim, por ti, por nós. Talvez, como na musica, já que não sabia mais rezar, o certo era só mostrar meu olhar, como o velhinho que havia visto fazia pouco. Mas já estava bom.

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