quinta-feira, 24 de novembro de 2022

RICHARLISON E A ALEGRIA DE JOGAR

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Hoje fiz coisas que há muito não fazia. Não, não consegui vestir a amarelinha. Ainda estão na minha cabeça o sequestro de vários símbolos nacionais pelos golpistas.

Não é disto que eu quero falar hoje.

Fui assistir o jogo da seleção brasileira diante da Sérvia, estreia dos pentacampeões na Copa do Mundo no Qatar, essa Copa do Mundo tão estranha e infeliz. Mas não é disso que se trata hoje. Fui com vários amigos e diversos alunos na Estação Barão, o bar dos estudantes daqui de Barão Geraldo.

Foi uma grande emoção ver tanta gente reunida e num mesmo sentido. O fato de estarem de verde amarelo me perturbou no início. Muitos com camisa azul, muitos com camisas alternativas, muitas com outras camisas. Aos poucos, fui perdendo minha inquietação e fui gostando de ver aquela multidão. Muita alegria e esperança no ar.

No início, um jogo tenso, com os sérvios todos na sua grande área, em duas linhas de defesa. Difícil passar por ali. O primeiro tempo foi só isso. Os meninos do Brasil tentando furar aquela muralha vermelha. Vermelha dos uniformes vermelhos dos sérvios, bem se diga.

No segundo tempo, a coisa começa a mudar. A movimentação do time muda, e a barreira sérvia começa a ser ultrapassada. Numa jogada mais estridente do até então apagado Neymar, Richarlyson completa para o gol.

Uma imensa euforia toma conta dos menines onde estou. Uma alegria arrebatadora. É gente gritando, se abraçando, jogando cerveja para cima, uma grande euforia toma conta da multidão. As coisas começam a ficar mais tranquilas.

Foi pouco tempo depois. É quando Vini Jr cruza e Richarlyson, o Pombo, voa para a consagração. Seu voleio, de uma plasticidade incrível, faz mais cerveja voar ao redor. Golaço. Todos pulam extasiados. Um gol maiúsculo de um menino estreante em copas do mundo. Que clareza, que objetividade!

O local onde estávamos foi à loucura. Gente pulando, gente gritando, gente se abraçando. Levamos uma chuva de cerveja, confundidas com a chuva errática que começava a cair. Que lindeza o gol de Richarlyson.

Velho que sou, ali vi Zico, vi Sócrates, vi Falcão, craques de minha infância/juventude a nos brindar com jogadas estupendas e muito bem trabalhadas. Vi uma alegria de jogar e uma qualidade que há muito não via. Que beleza meninos!!

E quantos meninos! Depois que Neymar saiu machucado, vi ainda Casemiro, Rodrygo, Raphinha, Gabriel Jesus e tantos outros, todos acossando os grandalhões sérvios, que corriam e não entendiam o que estava acontecendo. Um show de bola. Fiquei muito feliz de ver tantos meninos jogando, alegres e com muita qualidade.

Não é pra ficar confiante demais. A copa, para uma seleção do porte da brasileira, só começa a ser copa depois das quartas de final. Não é arrogância, é verdade. A Sérvia era um bom adversário, mas não e um time para afetar o time brasileiro numa Copa do Mundo. No tempo em que eles eram parte da antiga Iugoslávia, eram melhores. Hoje, separados e brigados entre si, são só uns grandalhões correndo atras de uma bola.

Tem muita coisa ainda pela frente nesta Copa, mas fiquei feliz. Fui pra casa feliz. Feliz, inclusive, de saber que Richarlyson é uma pessoa antenada e atenta ao mundo além do futebol. Não é Sócrates, mas tudo bem. Sigamos adiante, com alegria.

Com tudo o que passamos – e ainda estamos passando neste ano – foi um dia de muita alegria e união. Não cabem metáforas de seleção e povo. Mas cabe a alegria que nos assombra a todos nessa noite de quinta-feira.

É só um time de futebol. Mas parece mais. 

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