segunda-feira, 29 de outubro de 2012

OU VAI OU RACHA!

Dante e Virgílio indo comprar ingresso pra Atlético e São  Caetano, pelo Brasileirão do B; o  Azulão está morrendo na praia, mas não vai entregar fácil a rapadura. 


O Inferno, que meu perdoe seu inominado proprietário, é um lugar muito gozado. Percorre-lo não é fácil, já sabemos todos os que acompanhamos o Mais Querido em sua saga pelos territórios do capeta. Rimos muito, embora a maior parte do tempo a gente ria pra não chorar, é claro. Caminhos estranhos, entradas falsas, precipícios, fossos profundos, pântanos cheios de animais peçonhentos. Mas ainda pode piorar.
Marcar um jogo para as 14 horas, horário de verão, como foi marcado para Atlético e Guaratinguetá, no ultimo sábado, é de lascar. Devido aos mefistofélicos arranjos entre a CBF e as emissoras de TV, o jogo foi colocado no horário da sesta do capeta, o qual, tinhoso como é, não teria que correr os 90 minutos abaixo de sol como os dois times. Escuto, neste barulho infernal, a voz esganiçada da Poliana comentando o assunto: “ainda bem que não foi em Paranaguá, tia Polly!! O calor ia ser bem maior, né?”. É.
Mas, enfim, tudo acabou dando certo para o Drusbsky e seus comandados. Elias, nosso grande profeta, mais uma vez iluminado, foi quem abriu o placar, escorando lindamente um cruzamento de Marcelo. Depois de muito sol e suor e lágrimas, já no finalzinho, eis que Paulo Baier, oportunista desde a travessia do Mar vermelho (e preto), aproveitou uma bola na trave num chute de Felipe e guardou a sua lá dentro. Minutos mais, mulato Marcão, mostrando moral, municiado no meio-campo, matou o marcador e, na meia-lua, meteu com maestria. Matou o match. Maravilha, meninos.
Segundo Dante, no nono ciclo do inferno, o lugar mais quente das redondezas, é onde mora o Capo-de-tuti-capi, o Coisa-ruim, o Bode-preto, o Capiroto. Os leões de chácara de "Nhô Lúcio" são três  gigantes: Nembrod, Efialto e Anteu. Que zaga eles dariam...mas Dante explica que eles são, na verdade, a comissão de recepção ali nas profundas. Eles te recebem em geral bem, primeiro com umas bolachas. Na cara. Depois de um tépido banho de varas e um mergulho numa piscina de formigas Içá, o freguês é convidado para um cititour pra conhecer os quatro rios do Inferno: Aquerão, Stige, Flegetonte e Cocito.  É preciso atravessá-los todos para sair dali. Fico pensando em como deve ser difícil passar pelo Cocito...
Agora, estamos penetrando nos locais mais profundos do inferno deste Brasileirão do B. Sábado que vem é um duelo de vida e morte contra o São Caetano, nosso conhecido e nem sempre fácil Azulão. No Anacleto Campanella. Esse ano eles nos ganharam, lá no gigante do Itiberê, alguém se lembra? Naquele tempo a nossa  squadra rossonera era ainda uma pálida brisa. Será que agora vai?
Quem ganhar – o caminho é sempre longo neste estranho mundo - pelo menos estará nas cercanias dos degraus mais profundos do inferno. É lá, neste lugar sulfuroso e aterrador, nos fundos da casa do capeta, que está a saída, segundo nosso consultor Dante Alighieri. Nós ainda temos depois disso o América-RN, no Ecoestádio. Eles, o São Caetano, tem o Tigre pela frente, lá na gélida e carvônica Criciúma.
Jogo a jogo...

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