quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CANÇÃO DO EXÍLIO (O MEU)

Palmas pulmões Palmares
minha terra não sabia,
o que se planta se dá:
arroz, feijão e pitanga
as aves que aqui gorjeiam
terreiros de saravá

Os poetas de minha terra
são cambistas, motoristas
declamando ditirambos
em torres de ametista
(os frutos podres das árvores
pedem pelo sabiá)


Palmas pulmões Palmares
em cismar sozinho à noite 
(vontade de me casar!)
minha terra tem capela 
lá no alto da colina
Da Senhora do Pilar

(1999)

Nenhum comentário:

Postar um comentário