o poeta antoninense Thiago Peixoto (1876-1921) |
Há cerca de um mês atrás, apareceu no Bacucu com Farinha um
poema atribuído a Thiago Peixoto, o maior poeta antoninense de todos os tempos.
Na sequência, algumas postagens denotaram que o poeta e sua obra estavam
esquecidos da maioria das pessoas da cidade onde nasceu, e onde é nome de uma
das principais avenidas de Antonina.
Pesquisei também o pouco que se sabe da vida de Thiago Peixoto.
Pelo que vi, só existe um livro, o “Livro de Thiago Peixoto”, publicado por
seus amigos Otavio Secundino e Bertier Oliveira em 1922, pouco após sua morte. Foi
um tributo de amigos. Ali, além dos poemas de Thiago publicados esparsamente,
haviam diversos necrológios escritos por um grande numero de amigos, desde Ermelino
de Leão até Leôncio Corrêa. Pelo que se pode perceber, o livro foi publicado aparentemente
à revelia de sua família, que segundo Otavio Secundino não forneceu nenhum
detalhe ou poema para os editores. Mesmo a foto que consta no livro foi obtida
por intermédio de terceiros.
Pelas parcas informações que levantamos sabemos que Thiago Peixoto,
autor do belo soneto Saivá, nasceu em 1º de março de 1876 em Antonina. Aí fez seus
primeiros estudos. Jovem, em Curitiba, escreveu
diversos poemas publicados nas diversas revistas simbolistas que apareceram na
capital paranaense no inicio do século XX. Tendo feito muito sucesso, no
entanto retornou à capela, casou-se com D. Adília Peixoto e com ela teve 7
filhos. Pelo que se pode entender dos dados dispersos pelo livro, nesse seu
retorno Thiago foi guarda-livros, participou do governo municipal e foi diretor
do extinto Instituto Comercial de Antonina. Depois de longa doença (qual
seria?) acabou por falecer triste e amargurado na Deitada-a-beira-do-mar em 23
de maio de 1921, há exatos 91 anos.
Não sei da autenticidade do poema que circulou na rede. Ele,
pelo menos, não consta dos tantos que estão no Livro de Thiago Peixoto. De toda
forma, é melhor que as trovas apócrifas de Bento Cego que andaram vagando pela
blogosfera recentemente. Seria interessante ver outros poemas de Thiago, além dos
que estão publicados no livro citado.
É desperdício de bits reclamar de nossa memória histórica,
quase a vaga lembrança da piada do português. Em vez disso, um anônimo muito
inspirado propôs, também aqui no Bacucu, de uma verdadeira plataforma para a
cultura, já que estamos em ano de eleição municipal. Entre outras coisas, o tal
anônimo listou a reformulação da Biblioteca Municipal e a criação de um Museu
Histórico, através de uma politica de preservação de documentos, fotos, mídias e
objetos antigos. Da mesma forma, propõe a criação de um Arquivo Histórico Da
Cidade. Este arquivo histórico, em minha opinião, deveria reunir documentos
antigos e preservá-los, na forma de transcrições e coisas do gênero. Curitiba,
com Romário Martins, fez isso em 1920, com a publicação de todos os arquivos da
Câmara Municipal desde os primeiros tempos em 1693 até a República. O resgate
de nossa memoria histórica, a par do tombamento que está sendo feito pelo IPHAN
faria Antonina ter memória e, portanto, também história. Alguém se candidata?
Olá! Sou historiador e gostaria de saber algo a respeito do conteúdo do livro. Pelo visto, você pode manusear um exemplar e assim, talvez, me esclareça: há nele algum texto memorialístico de autoria do próprio Thiago Peixoto? Que evoque sua infância, em particular...
ResponderExcluirComo estou comentando como "anônimo" deixo meu e-mail: juarezdosanjos@yahoo.com.br Agradeço desde já por qualquer informação que me possa prestar. Abraço e parabéns pelo Blog.
Jeff:em 2000 fiz um trabalho na nossa Exposição anual sobre o Thiago.Levaram,no ano anterior uma raridade que pude escanear:as cartas de Thiago,entre elas,já doente no seu exílio voluntário,onde escreveu que ouvia lá onde estava,os sinos da matriz batendo às seis horas.Vou recompor as peças e colocar em um dos nossos álbuns para vcs usufruírem.Me cobre daqui uns meses.O tempo que disponho é muito pouco para viajar neste acervo enorme e difícil de organizar.Abraço.
ResponderExcluirMARILIA: que coisa maravilhosa!! biscoito fino, finíssimo! você precisa de alguma ajuda? posso conseguir gente que faça uma transcrição desses documentos por aqui, beijos
ExcluirBoa tarde. Sou Luiz Fernando Peixoto Souza e neto de João Thiago Peixoto(Thiago Peixoto)e gostaria de,se possível,conhecer mais algumas obras de meu avô. Estive procurando na Biblioteca do Clube Curitibano e lá encontrei alguma coisa. Meu email lfps1242@gmail.com
ResponderExcluirMinha mãe sempre dizia que éramos descendentes de Thiago Peixoto. A mãe dela, minha avó, era Leonor Peixoto Pinto. Dos Peixoto do distrito de Cachoeira, Antonina.
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