O ano se
afunila. Por um lado é prova, choro de alunos que dormiram o ano todo e que
agora acordam, desesperados. Por outro, é um numero infinito de bancas de
Trabalhos de final de curso, de pós-graduação, de iniciação científica, de pareceres
pras reuniões de departamento, enfim, os cavacos do oficio. Por outro, confraternizações,
festas de fim de ano, cervejinhas de despedida, jantares comemorativos. Ou seja,
uma hora o bicho pifa. Me livrei de males de fígado e d estomago este ano,
sendo moderado no consumo das iguarias pré-natalinas. Mas as noites
mal-dormidas e o estresse estão me rendendo um resfriado leve e uma dor de
garganta renitente. Bom, dizem que de 2012 não passamos...
E que ano
foi este ultimo! Mal terminada minha mudança aqui pra Barão Geraldo, vejo minha
cidade envolvida na lama. Não a lama de Brasília, podre, malcheirosa, ou a lama
de Curitiba, com suas famílias superpoderosas fortemente agarradas às tetas do
estado. A lama de Antonina é a lama do caulim do morro da Laranjeira, tão fatídica,
que nos cobrou duas vidas.
Felizmente,
boa parte do meu ano foi gasta com isso: estou envolvido com vários estudos que
tentam descobrir como e porque isso aconteceu. E, mais que tudo, o que se pode
fazer pra evitar – ou minimizar novas tragédias. Subi bastante os morros,
conheci pessoas e lugares que nunca tinha sonhado em conhecer, vi a igreja do
Pilar e a baia de tantos lugares diferentes: Mirante, Portinho, Tucunduva, Buraco
da onça ...
Conheci varias
pessoas e fiz novos amigos. Sou muito grato, já disse isso e não custa repetir,
ao Erly Ricci, ao Claudio topógrafo, ao Capim Seco, ao Paulinho Broska, ao meu
querido Zé Paulo Azim, que tornaram mais fácil meu trabalho naqueles dias. Mais
fácil porque tive ajuda e empatia, o que fez tudo correr melhor.
Outra coisa
importante foi trabalhar com o pessoal da Defesa civil, os bombeiros. Gente séria
e comprometida com resultados, ninguém estava ali brincando ou se fazendo. Foi bom
ter conhecido o Major Hiller, da Defesa Civil,
Eu não gosto
dessa historia de vulto benemérito, de cidadão honorário. As vezes, é
hipocrisia, é afago indevido. Mas, se por acaso do destino algum vereador da
Deitada-a-berira-do-mar estiver vendo estas maltraçadas linhas: Rogério da Silva
Felipe e Diclécio Falcade, da MINEROPAR, são candidatíssimos a uma homenagem
deste tipo. Rogério e Diclécio, por exemplo, foram os técnicos responsáveis
pela evacuação da laranjeira e da região do cemitério São Manuel. Se não fosse
essa decisão, técnica (e política) teríamos visto uma tragédia de maiores proporções
em nossa terra. Se tivemos óbitos, não foi por causa deles. E repito – os
capelistas tem uma grande divida com estes dois cabras.
As chuvas estão
voltando. Estes dias, alagaram minha casa e molharam uns livros no meu escritório.
Praticamente nada, mas fiquei lembrando quanta gente que pode perder tudo com
as chuvas de verão. O órgão da UFPR que trata de desastres, o CENACID, está a
postos para agir nestes momentos. E eu também.
O ano
termina, mas nós não. O calendário é só pra gente perceber que a vida é curta,
e temos que comemorá-la. Estamos aqui, queiram ou não, por algum motivo, ou
mesmo pela falta de motivos. Temos, portanto de fazer o melhor pra que esse
caos nosso de cada dia tenha algum sentido. Um bom começo de fim de ano a
todos!
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